A autobiografia de Alice B. Toklas

A autobiografia de Alice B. Toklas Gertrude Stein




Resenhas - A autobiografia de Alice B. Toklas


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Cristiane.Brasil 01/01/2024

A autobiografia de Alice B. Toklas
?Cerca de seis meses atrás Gertrude Stein disse, me parece que você não vai nunca escrever essa autobiografia. Sabe o que vou fazer? Vou escrever para você. Vou escrever com a mesma simplicidade com que Defoe fez a autobiografia de Robinson Crusoé. E ela escreveu e aqui está.?

Publicado pela primeira vez em 1933, A Autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein, transporta os leitores para a Paris do início do século XX e o nascimento do modernismo na pintura e na literatura.
Stein foi a autora da "autobiografia" de sua parceira de vida, Toklas.

O livro se concentra na época em que o casal viveu em Paris antes e depois da Primeira Guerra Mundial. Foi uma época mágica de inovação moderna em tecnologia e artes. O livro descreve as relações delas com importantes intelectuais, escritores e artistas como William James, Pablo Picasso e Ernest Hemingway, entre inúmeros outros.

Observamos no livro a origem do cubismo na pintura e do modernismo na literatura, oferecendo uma visão privilegiada de artistas, muitos deles antes de serem famosos, com a intimidade de uma vida intelectual que ultrapassa os limites da mídia.

Em foco não estão apenas obras de arte, mas personalidades excêntricas, disputas e fraquezas humanas. No entanto, um sentimento de afeto permeia estas páginas, talvez melhor exemplificado pela longa e duradoura relação entre Stein e Picasso.
Incluindo os Matisses e os Cézannes, Hemingway, William James e, claro, Toklas entre muitos outros.

Embora escrito em estilo simples, o livro oferece abordagens sofisticadas sobre a formação da arte moderna e a "era heróica do cubismo". Ele está repleto de energia intelectual e crítica de arte aguçada. ?Seus retratos tinham a aridez, mas nada da elegância de David?, comenta Stein, o verdadeiro narrador, sobre um pintor. Suas críticas acompanham a evolução do cubismo e do surrealismo que se seguiu.

Não só a pintura é analisada pelo narrador, mas também a arte de escrever. Stein descreve muitas conversas com outros escritores, como o jovem Hemingway, sobre a forma e a arte da escrita. Alguns dos melhores momentos do livro são sobre o processo particular da escrita de Stein.

A Autobiografia de Alice B. Toklas parece uma carta de amor a uma época passada, quando a imaginação humana ainda fervilhava de possibilidades. É um testemunho de escritores e artistas que mudaram o mundo.
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Carol 20/01/2023

Impressões da Carol
Livro: A autobiografia de Alice B. Toklas {1933}
Autora: Gertrude Stein {EUA, 1874-1946}
Tradução: José Rubens Siqueira
Editora: Cosac Naify
288p.

Fiz esta releitura para o #projetoferranteindica, da minha amiga @alineaimme, no instagram. O quão maravilhoso foi reencontrar, pelas palavras sardônicas de Gertrude Stein, ⁣tantos escritores, pintores e ricaços excêntricos flanando por Montmartre.

Porque, meus queridos, não há nada que me revigore mais do que uma boa fofoca de artista. E quando estes artistas são do naipe de Matisse, Picasso, Hemingway, Apollinaire, Ezra Pound, a vanguarda modernista...oh là là.

Para além dos causos saborosos, "A autobiografia de Alice B. Toklas" vale por sua transgressão, apontada já no título. A relação de identidade entre a autora, a narradora e a personagem mostra-se diluída.

Stein fala de si utilizando a primeira pessoa, mas o faz por intermédio da primeira pessoa de Alice B. Toklas, sua companheira durante 25 anos. Stein fala de si como escritora através da voz de Alice.

Num outro livro, a "Autobiografia de todo mundo", Stein reafirma sua visão sui generis: "Qualquer coisa é uma autobiografia" (1983, p.9).

É esta deformação da autobiografia que atraiu Elena Ferrante. No ensaio 'Histórias, eu', presente em "As margens e o ditado" (2023, p. 78), Ferrante reflete sobre o livro de Stein:

"Toklas é a datilógrafa real dos textos de Stein, é quem a ajuda a corrigir os esboços. É, portanto - como diz o texto -, a leitora que conhece mais a fundo a escrita de Stein. E, de fato, na ficção, dá o tempo todo a impressão de corrigir, acrescentar, esclarecer, sublinhar, até o ponto em que a falsa autobiografia parece um texto que as duas mulheres escreveram, na realidade, uma ao lado da outra, uma ditando e a outra diante da máquina de escrever, fazendo pausas, relembrando, raciocinando."

"A autobiografia de Alice B. Toklas" é um livro que extrapola os limites da autobiografia. Uma autobiografia ficcional. E, sendo ficção, as possibilidades criativas se ampliam. Para mim, o mais tocante foi perceber que Gertrude sabia que sem Alice, ao seu lado, não haveria a escritora Gertrude Stein. Indicadíssimo!
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iza 01/05/2022

como toda biografia e todo livro de época, tem uma escrita muito formal e as vezes cansativa. é um livro muito bom e com ele é possível tem uma noção muito clara do que acontecia nos bastidores dos artistas consagrados da bella époque. ao contrário do que o título diz, não é uma autobiografia mas sim uma biografia escrita pela ?amante? de alice b. toklas. com uma linguagem muito clara e ao mesmo tempo detalhada ela conta os acontecimentos mais importantes da época.
pra quem já assistiu o ?meia noite em paris? vale muuuito a pena ler esse livro - que foi uma base muito grande pro filme - que esclarece referências e detalhes desse filme incrível.
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Mariana Dal Chico 03/03/2020

“A autobiografia de Alice B. Toklas” foi escrita por Gertrude Stein, minha edição é da Cosac Naify, mas a obra também está disponível pela editora L&PM

A autobiografia de Alice B. Toklas mora na minha estante há anos, após a leitura de “Shakespeare and Company” e “Paris é uma Festa”, achei que era a oportunidade perfeita para romper o plástico e iniciar a leitura. Mas confesso, que por causa das leituras anteriores, minha simpatia por Gertrude Stein não era tão grande.

Gertrude rompeu com os padrões conhecidos da autobiografia, ao escrever — e assinar — uma autobiografia de outra pessoa. Dividida em partes, a primeira é “Antes de eu vir a Paris” com apenas 3 páginas; a quarta é “Gertrude Stein antes de vir a Paris” e conta com 16 páginas, isso é um indicativo visual do verdadeiro foco desse livro.

O estilo de escrita é bem peculiar e em alguns aspectos me desagradaram, como a confusão na linha do tempo que vai e volta e se repete, ainda que eu compreenda a intenção da autora de transportar o leitor para dentro da cabeça de Alice enquanto ela rememora sua vida.

A estrutura da construção de algumas frases me deixou confusa, quebrou meu ritmo de leitura com suas repetições de palavras, como por exemplo “Devo confessar que fiquei terrivelmente nervosa até elas voltarem, mas voltar elas voltaram.”, “Conversaram então, mais e mais, muito um com o outro.”. Como essa estrutura se repete no texto, não acredito ser algo ligado à tradução e sim ao estilo da autora. Mas posso estar muito enganada rsrsrsrsrs

Sobre o conteúdo, não tem como julgar a vida de uma pessoa, mas posso dizer que gostei do que foi contado, de ver como as duas mulheres participaram ativamente da guerra. Ainda que eu não concorde com alguns posicionamentos de Gertrude, ela teve minha simpatia ao admitir certos aspectos negativos de sua personalidade “Gertrude andava nessa época um pouco amarga, todos os seus manuscritos inéditos e sem esperança de publicação ou de reconhecimento sério”.

Foi uma boa leitura, mas não entra para a lista de favoritos ou releituras.


site: https://www.instagram.com/p/B9Sb1OADHRA/
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Sergio.Aquino 28/01/2018

Excelente relato histórico artístico...
Adorei a leitura, especialmente, por retratar de firma tão pessoal e íntima o início das carreiras de tão renomados pintores e escritores que tanto admiro. Desconhecia a participação de GS na primeira guerra. Gostei bastante.
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LeitorAnonimo 12/11/2017

A autobiografia de Alice, por Gertrude
O livro é bem diferente de tudo que eu já havia lido, e, na verdade, foi bem difícil definir sua nota e se eu havia gostado ou não. Nele a autora escreve na voz de sua companheira Alice B. Toklas, contando sua "autobiografia". As duas, Alice e Gertrude, encontram e conhecem várias pessoas ao longo do livro, dentre elas Picasso, Matisse, Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, e nos são contados diversos casos e algo interessante do livro é que a história quase nunca se centra na Alice em si, mas na vida de todas as pessoas ao seu redor, por isso o livro é como se fosse pequenas biografias de diversas pessoas juntas formando a "autobiografia de Alice B. Toklas". Mas o que mais diferencia esse livro é a escrita de Gertrude Stein, marcada por pouco uso de vírgulas (em um parágrafo é dito que "vírgulas eram desnecessárias, o sentido devia ser intrínseco e não ter de ser explicado por vírgulas e além disso vírgulas eram apenas um sinal de que a pessoa devia parar para respirar mas a pessoa devia saber por si mesma onde queria parar e respirar") e pela repetição de palavras/frases, o que provoca uns trechos até engraçados, como "Mary Borden era muito Chicago. Gertrude Stein sempre diz que as pessoas de Chicago gastam tanta energia para perder Chicago que muitas vezes é difícil saber o que elas são. Têm de perder a voz de Chicago", ou "Fomos diretamente a Ávila e eu imediatamente me apaixonei por Ávila, tenho de ficar em Ávila para sempre, insisti. Gertrude Stein ficou muito incomodada, Ávila era interessante mas, ela insistia, ela precisava de Paris. Eu sentia que não precisava de nada além de Ávila". É interessante também que praticamente no livro todo senão nele todo, Alice se refere a sua companheira como "Gertrude Stein", o nome completo mesmo, provocando mais repetição ainda. A frase mais famosa de G. Stein é mais ou menos "rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa" e nesse livro nós temos uma bem parecida, "lã é lã e seda é seda ou lã é lanosa e seda é sedosa", que se refere a um retrato de Gertrude Stein sobre T. S. Elliot. A autora também fala muito sobre sua obra, os livros que ela mais menciona são "The making of Americans" e "Três vidas", e esse último é tão mencionado que dá até curiosidade de lê-lo. Também tem umas frases de Gertrude que são interessantes fora do contexto, como "Se continuar trabalhando para jornal você nunca vai ver coisas, vai ver só palavras e isso não é bom, isto, é claro, se você tenciona ser escritor" ou "E Picasso acrescenta com um suspiro, mesmo depois que todo mundo sabe que eles são bons ninguém gosta deles mais do que já gostavam quando pouco sabiam que eram bons". O livro não tem diálogo nenhum, as falas são inseridas direto no parágrafo. Em algumas delas a autora faz uma espécie de jogo de palavras e provoca confusão, como "Ele diz, diz ela, que eu não pareço porque tenho mais coragem, mas eu não acho que eu seja, diz ela, não, eu não acho que eu seja". No geral, é uma experiência interessantíssima e tem ótimas frases, mas a escrita da autora às vezes se torna cansativa justamente por causa da repetição, da narrativa frenética, onde nós somos apresentados a centenas e centenas de pessoas, e das considerações da autora sobre a pintura e as artes de sua época, que pode não interessar a muitas pessoas.
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Pedro.Castello 13/06/2016

Interessante pelo que representa, mas não pelo que é de fato.
Esperava mais desse livro. Dizem que Meia Noite em Paris foi inspirado nele, e eu até entendo porque. Mas é impossível enxergar a história, ou qualquer outra passagem do roteiro do filme, nesse livro. Nisso eles são completamente divergentes.

Toda a história me pareceu uma espécie de divulgação da obra da autora feita por ela mesmo. Ou seja, uma propaganda dos seus livros, já que foi escrita pela própria Gertrude.

Apesar de tudo, o livro é uma forma interessante, e bem inteligente, de divulgação. Pois me deixou instigado em conhecer sua obra.

Contudo, é uma leitura que vale a pena, principalmente para que gosta da história da arte.
Julia.Azevedo 12/08/2018minha estante
Tive a mesma sensação. Promete ser um livro memoravel, mas falha. Muita autopromoção.




Dani Moraes 12/04/2016

Uma visão sobre a vida dos artistas na década de 10 e 20
Um histórico sobre os artistas que viveram em Paris da década 10 e 20.
Infelizmente, não gostei tanto assim acredito que é mais legal para quem se interesse pelo período ou gosta da autora.
Se você quiser saber minha opinião completa clique abaixo:

site: http://asverdadesqueopinoquioconta.blogspot.com.br/2016/04/cartas-extraordinarias-correspondencia.html
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Gabii 13/06/2015

Como se “autobiografar” sendo que o biografo é diferente do biografado?

Bem, vamos ao início da minha história com Gertrude Stein e talvez vocês possam compreender a escolha de uma autora tão pouco conhecida por aqui, e por um livro tão diferente das minhas leituras – olha, fazia tempo que eu não lia uma biografia.

Eu tive o primeiro contato com o que foi, e quem foi G. Stein no filme Meia-Noite em Paris – escrito e dirigido por Woody Allen –, que conta uma estória bem legal, mas em especial, eu fiquei muito curiosa sobre uma mulher que antes, durante, e após a 1° Guerra Mundial, conseguiu reunir em torno de si uma quantidade incrível de gênios de muitas áreas das artes, como Picasso, Henri Matisse, Gauguin, Georges Braque, Juan Gris, Francis Picabia, Guillaume Apollinaire, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, e outros mais. Essa senhora que reunia em torno de si tantos grandes nomes da história era Gertrude Stein.

Já da para perceber que muito provavelmente um livro escrito por ela seria bem interessante, mas mais do que isso Stein por meio de sua companheira de anos – Alice – constrói quase um relato detalhado do cotidiano de seus amigos, e também através dessa biografia ela acompanha o desenvolvimento de alguns movimentos – como o nascimento do cubismo e também de escritores da “geração perdida” – que se tornariam grandes heranças do século passado, e, com certeza, algo positivo após a 1° Guerra Mundial.

Fora o relato interessantíssimo sobre os artistas, também acompanhamos muito do universo e do modo de compreensão de Stein – que causaram reboliço com suas obras –, e também uma aventura de Alice e Gertrude: durante o período de guerra, ambas trabalharam como voluntarias na F.A.F.F., que era um tipo de “programa de proteção a americanos”.

É importante ter em mente que apesar de a biografia ser de Alice, entramos em contato indireta e diretamente varias vezes com o tino perspicaz de Stein, e que através da companheira conhecemos muito da escritora. O livro não é tão longo, e se você já tem certa simpatia por esse período da história a leitura se mostrara muito fácil, se não, talvez seja a hora de conhecer coisas “novas”.

site: http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com.br/2015/06/a-autobiografia-de-alice-b-toklas.html
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Bruno Pinto 12/04/2013

Gertrude Stein e Alice B. Toklas viveram juntas na Paris do início do século XX, convivendo com diversos artistas - pintores, músicos, escultores e escritores - que se tornariam ícones de movimentos culturais históricos. Além disso, passaram pela I Guera Mundial, prestando auxílio a soldados feridos. Ou seja, elas viveram a história. E este livro é, portanto, acima de tudo, um relato histórico. Porém um relato histórico pessoal, quase íntimo.
Gertrude Stein era conhecida por receber diversos artistas em seu sobrado nas noites de sábado. Enquanto isso Alice era uma coadjuvante, uma auxiliar na organização dos encontros e jantares. Essa diferença de papéis fica clara no livro, o que o torna tão confuso quanto seu título: é uma "auto" biografia de Alice escrita por Gertrude, mas na maior parte dos momentos se revela muito mais uma autobiografia da própria Gertrude, demonstrando que a vida de Alice não passou de um "acompanhamento" do que acontecia a ela.
A leitura é às vezes curiosa, outras vezes cansativa, com detalhes supérlfluos, demonstrando algum nível de futilidade na personalidade de Alice. Em alguns momentos tive a impressão de estar lendo uma revista Caras, apenas sem fotos. Mas afinal, quem não gosta de uma fofoca, não é?
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Silvana (@delivroemlivro) 03/02/2013

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
Então acesse o Coleção de Frases & Trechos Inesquecíveis: Seleção dos Leitores: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2013/02/a-autobiografia-de-alice-b-toklas.html

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Tks!
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Richie 25/07/2011

Altamente recomendado para quem se interessa pelas vanguardas européis do século XX. Gertrude Stein escreve a autobiografia de sua companheira, Alice B. Toklas, e, através dos olhos da outra se vê e vê todos os grandes durante a ascensão. Picasso, Matisse, Braque, posteriormente Hemingway, entre muitos outros, inseridos no cotidiano das duas mulheres, e retratados nesse A Autobiografia de Alice B. Toklas.
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Beth 19/06/2011

Surpreendente
para quem gosta de História e, principalmente, história da Arte. Uma aula e muita gente boa ligada à arte na época de Gertrude. Vale a pena ler!
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Demas 23/03/2009

A história da arte por Gertrude Stein
A sinopse diz tudo. E é, no mínimo, curioso acompanhar os relacionamentos de Gertrude Stein com tantos ilustres (e então anônimos) personagens da história das artes.
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