Hyperion

Hyperion Dan Simmons




Resenhas - Hyperion


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Antonio Luiz 22/03/2010

Aviso ao leitor: quem se interessar precisa estar disposto a comprar e ler não só este volume como também "The Fall of Hyperion", pois este livro é, no fundo, um longuíssimo prólogo. É indispensável para entender o que se passa, mas é no segundo livro que a história propriamente dita se desenrola.

Trata-se aqui de uma estranha peregrinação a um santuário em um planeta periférico à civilização deste universo (povoado por humanos espalhados por muitos sistemas solares, por volta do século 28), no qual seis dos peregrinos contam suas histórias e explicam o que os levou lá, seguindo bem de perto o modelo de "Os Contos de Canterbury (ou Cantuária)" de Geoffrey Chaucer. É apenas uma das referências da literatura anglo-saxônica citadas pelo livro. A principal é, naturalmente, o poema "Hyperion", de John Keats, obsessão de vários personagens-chave do romance e que dá o nome ao planeta que serve de cenário.

Do ponto de vista da verossimilhança científica e tecnológica, deixa a desejar nos detalhes. Os mundos mais avançados dessa civilização estão interligados por um sistema de teletransporte instantâneo, enquanto os menos desenvolvidos são atingidos por espaçonaves que viajam a velocidades relativísticas (pouco inferiores à da luz). Entretanto, uma vez em Hyperion, até veículos aéreos são raros: personagens viajam por regiões selvagens em barcaças arcaicas, comparáveis às "gaiolas" do Amazonas. Em outros mundos, veículos aéreos são comuns, mas se apoiam em um princípio absurdo: voam por levitação magnética, ou seja, "repelem" o campo magnético do planeta. No livro, o processo não se aplica a Hyperion porque o campo magnético desse planeta é "fraco". Na vida real, não se aplicaria a mundo algum - mesmo nos que têm campos "fortes", como a Terra, este é extremamente fraco em relação à força da gravidade.

Essas falhas devem ser relativizadas porque esta obra é mais de ficção teológica do que ficção científica. A especulação que realmente importa é sobre a natureza do Deus católico - em um tom extremista e "cruzadista" que demonstra muito preconceito contra outras religiões, principalmente o Islã e o budismo. A falta de consistência interna a alguns aspectos do seu universo se explica quando se percebe que a trama é dominada por metáforas externas de caráter religioso, mais que por uma lógica interna.
Alessandro 01/07/2014minha estante
Concordo plenamente! O livro não deve ser analisado pela ótica da ficção científica 'Hard', e mais como uma ficção fantástica. Parabéns!


Diego 10/02/2015minha estante
Apesar de concordar que nem tudo é explicado, o livro deixa claro que naves tem enormes dificuldades em Hyperion por causa das anti-entropic fields e as time tides e os EMV (que funcionam por magnetismo) também não funcionam por motivos que você explicou. Mas concordo que funciona melhor como fantasia, apesar de vários excelentes conceitos científicos aplicados no livro.


Alessandro232 20/11/2023minha estante
Olá. Tudo bem? Li "Hyperion" e posso dizer que não é um livro de leitura fácil. Simmons em sua construção de mundo descreve vários elementos, incluindo invenções tecnológicas, fazendo uso de muitos neologismos, o que dificulta a tradução para o português. Além disso, é um livro com muitas referências a obra e até mesmo aspectos da vida de John Keats. Por isso, é interessante, depois de ler "Hyperion" ou antes, conhecer um pouco sobre o poeta inglês e, principalmente, suas obras - "Hyperion" é um poema épico de sua autoria e está relacionado com a trama do livro de Simmons.
Ou seja, "Hyperion" é uma obra de ficção científica diferenciada. Aos poucos, durante o desenvolvimento da trama, ela ganha uma dimensão épica e até mesmo mítica. Neste aspecto, se aproxima um pouco de "Duna" de Frank Herbert.


Pericles Avelino 05/12/2023minha estante
Mas a obra não se propõe a ser ficção científica. Entendo-a como uma ficção fantástica Space Opera.


Alessandro232 14/12/2023minha estante
Olá, Pericles. Mas, de acordo com estudiosos sobre o tema, a Space Opera é um tipo de ficção científica. É uma de suas vertentes. Mas, eu acho que "Hyperion" não é somente uma space opera, porque tem um enredo muito complexo. Para mim, o livro é épico de ficção científica porque me parece que converge para uma grande batalha que envolve até mesmo divergências ideológicas e políticas. Ou seja, é pela forma trata diversos temas, não parece que "Hyperion" possa ser visto como Space Opera.




Alessandro 01/07/2014

Se você está procurando um bom livro — tão bom quanto Duna — deveria seriamente considerar este.
Hyperion,de Dan Simmons, é o primeiro livro da série Hyperion Cantos, escrito em 1989 e vencedor do Prêmio Hugo e Locus de melhor romance em 1990.
O livro foi escrito utilizando o estilo literário em quadros (várias histórias dentro da história principal), com várias linhas de tempo e personagens.
A história principal conta como um grupo é enviado em uma peregrinação até as Time Tombs no planeta Hyperion. Cada peregrino conta sua estória, e cada uma valeria um livro à parte, de tão interessantes de genialmente conduzidas pelo autor.
Dan Simmons criou um universo ficcional muito interessante, com tecnologias fantásticas que impactam dramaticamente a vida humana. Além disso muito do mistério envolve o Shrike, um terrível anti-herói (ou monstro), e o próprio personagem principal, o Cônsul, que também um personagem enigmático e complexo.

Contexto do Universo Hyperion

O primeiro livro está situado no século 28, onde a humanidade já colonizou boa parte da galáxia. A tecnologia que possibilitou isso foi o Motor de Hawking, que possibilita viagens mais rápidas que a luz. Mas a tecnologia que realmente revolucionou a vida humana foram os farcasters, espécies de portais que permitem viagens instantâneas independentes da distância envolvida entre cerca de 250 mundos. Cada um desses mundos possui milhares, ou até mesmo milhões de conexões farcaster. Os farcasters estão reunidos em uma rede, conhecida como WorldWeb, que tornou-se a base da economia e de toda infraestrutura da humanidade. Através desses portais, além de pessoas e mercadorias, fluem dados das avançadas dataspheres, uma rede que lembra a internet pelo fato de não estar localizada em apenas um local, mas contar com inúmeros nós de rede. Os planetas pertencentes à WorldWeb são tão dependentes da interligação dos farcasters que alguns mundos sequer produzem alimentos para consumo próprio, dependendo completamente da troca interplanetária e até mesmo partes de residências podem ficar separadas em mundos diferentes, e as pessoas podem trabalhar em um mundo, e residir em outro.
Praticamente todas as Inteligências Artificiais (IA) existentes estão interligadas através dessa rede de dataspheres, criando uma entidade poderosa conhecida como TechnoCore.
A conexão entre os farcasters acontece graças às esferas de singularidades (buracos negros artificiais) localizados na órbita de cada mundo. A Terra foi destruída por um acidente com sua esfera de singularidade, e após o acidente aconteceu a Hegira (do hebreu hagira, que significa migração), onde várias naves semeadoras foram enviadas para estabelecer colônias em novos mundos, entre eles Hyperion.
A Hegemonia é uma sociedade em decadência que depende da força armada (conhecida como FORCE) para manter sua influência, e enfrenta a ameaça dos Ousters, bárbaros interestelares que vivem além dos limites da Hegemonia e não querem viver sob a influência do TechnoCore e dos farcasters. O líder da Hegemonia é assessorado pelo conselho consultivo TechnoCore. Entretanto o TechnoCore não consegue compreender as misteriosas Time Tombs, e a ainda mais misteriosa criatura Shrike que encontram-se no longínquo mundo Hyperion.
Os Ousters estão obcecados por Hyperion, e a invasão do mundo é iminente no início do livro.
Hyperion é um dos nove mundos ‘labyrinthine’ (labiríntico), que possuem redes de antigos labirintos subterrâneos com propósito totalmente desconhecido. Outras características de Hyperion dignas de nota: possui gravidade de 4/5g, uma fauna e flora peculiar com as formidáveis árvores Tesla – que como o nome sugere são gigantescas geradoras de eletricidade, e o mais importante são as Time Tombs (Túmulos do Tempo), gigantescos artefatos de origem desconhecida cercados por campos “anti-entrópicos” que permitem viajar pelo tempo, que é protegida pelo Shrike.
No meio dessa crise sete peregrinos são convocados pela Church of the Final Atonement (Igreja da Redenção Definitiva) para realizarem uma peregrinação até os Time Tombs para consultar o Shrike, que diz-se fornecer um desejo para os peregrinos que chegam até lá, mas existe uma lenda de que todos os peregrinos são mortos (exceto um, que tem seu pedido concedido) e presos à uma árvore de metal (daí vem o nome Shrike, no Brasil conhecido como picanço, que tem como característica o hábito de espetar suas presas em espinhos de árvores para comer mais tarde) .

Considerações sobre o livro

Eu vinha adiando a leitura de Hyperion há algum tempo. Tenho focado nos grandes mestres como Asimov, Clarke e Heinlein, mas quando iniciei o projeto de ler e analisar (superficialmente, é claro) todos os vencedores do Prêmio Hugo, decidi encarar a leitura do livro em inglês, pois como todos que gostam de ficção científica bem sabem, as editoras brasileiras não tem interesse em traduzir e vender esse tipo de literatura no Brasil.
Assim que comecei a leitura comecei a concordar com as críticas à respeito desse trabalho de Dan Simmons. A estrutura de estórias dentro da estória principal, na forma de relatos dos peregrinos, apesar não ser novidade na literatura e até ser um pouco incomum, é extremamente interessante e muito bem conduzida pela autor. Mas o que impressiona mesmo é que o livro é tão bem escrito, o mundo criado é tão bem concebido que posso dizer, sem sombra de dúvidas, que este é um dos melhores livros de ficção científica que já li até hoje.
A estória acontece em um mundo tão rico e imaginativo quanto o universo de Duna ou a Terra Média, ou outros clássicos. a história de cada peregrino é contada sob o ponto de vistas deles, cheias de detalhes e é impossível não se emocionar com elas.
Hyperion é tão bem concebido, com tantos detalhes, e o mais importante, é tão plausível que ficamos tentados a ficar imaginando se o planeta não existiria em algum lugar na nossa galáxia. Ele possui os misteriosos Túmulos do Tempo (Time Tombs), estruturas enigmáticas que movem-se para trás no tempo. Existe um mar de grama alta que lembra um oceano, mas que não pode ser cruzado à pé por causa das cobras que vivem ali. Existe o Shrike, uma misteriosa criatura (ou anti-herói) que massacrou todos os habitantes da Cidade dos Poetas e tem o hábito de empalar suas vítimas em uma árvore de metal.
Dan Simmons convence em grande parte por tratar do tema com certa ingenuidade: ele não se preocupa o tempo todo em tentar convencer o leitor com ciência. Ele prefere colocar os personagens em situações interessantes e fascinantes, e então apela ao bom senso e usa as palavras com maestria para fazer o leitor sentir-se como parte da história. E a imersão começa muito rapidamente, antes mesmo de conhecer os personagens, antes mesmo da ação se iniciar. Coisa que apenas um grande escritor pode fazer!
Mas para ser mais imparcial, considero que existem pequenas falhas no livro, mas nada que incomode. Por exemplo, Dan Simmons exagera um pouco na descrição de características físicas dos personagens que poderiam ser deixadas de lado, como um lábio superior maior que o inferior… um pouco de desperdício de tinta, mas afinal é apenas um parágrafo, nada demais. Outro problema é que o autor esforçou-se demais em manter o perfil psicológico na história de cada peregrino. Cada linha, cada parágrafo mostra essa preocupação em manter o perfil estável. Eu gostaria de ter visto um pouco de conflito nos personagens. Mas talvez isso tenha sido intencional: o autor desejava criar personalidades bem definidas. Num oceano de coisas boas em Hyperion, não seria esse detalhe que estragaria o livro.
Hyperion é um grande livro, descreve um mundo fascinante e utiliza uma prosa extraordinária. Se você está procurando um bom livro — tão bom quanto Duna — deveria seriamente considerar este. Não perca tempo esperando uma edição em português (que talvez nunca venha a existir), pegue um dicionário (ou use o dicionário do Kindle), largue tudo o que você está lendo agora e descubra o que você estava perdendo até agora. Você não irá se arrepender.
Alessandro232 20/11/2023minha estante
Olá, Alessandro. Sim, concordo. Em muitos aspectos, "Hyperion" se aproxima de "Duna", principalmente na exploração de certos temas, embora Simmons faça isso de maneira diferente de Herbert. Também vejo que a configuração de elementos de FC, não é essencial no livro. Isso é feito para criar uma ambientação verossímil, digamos assim. O que interessa para Simmons é enfatizar questões ao ver bem complexas, tais como Inteligência Artificial, - o que se dá de maneira inusitada- e também políticas e religiosas. Além disso a estrutura narrativa desse livro é diferenciada, com destaque para o estilo de escrita do autor que muda em cada uma das narrativas dos personagens. Em algumas passagens, Simmons até mesmo emula a forma poética de Keats, principalmente nas descrições das paisagens naturais.




Márcio Leonardo 30/04/2024


Uma história muito rabiscada e um ?final? muito rápido. Era um bom enredo até, mas não bem trabalhado.
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bardo 23/03/2024

Hyperion de Dan Simmons, consegue ser paradoxalmente um livro muito bom e muito ruim. Explico, para o que se iludirem com o marketing comparando o livro a outras obras como: Senhor dos Anéis, Duna, Fundação ou Nárnia; certamente vai se frustrar. É possível sim encontrar alguns paralelos, mas de um modo geral são forçados. Tampouco o livro é uma Space Opera tradicional. Lido com esses olhos o livro é péssimo.
Agora Hyperion lido para além da historinha, que em si é relativamente simples: peregrinos dirigindo-se a um santuário aterrorizado por um monstro; torna-se imensamente mais interessante, mesmo considerando as talvez tentativas do autor em emular os defeitos do gênero.
A quantidade de referências, algumas óbvias outras só acessíveis mediante uma boa bagagem literária ou buscas antecipadas sobre o livro, tornam a obra bastante rica, complexa e em alguns momentos enigmática. O fato desse primeiro livro ser essencialmente um prólogo não ajuda muito. Para os interessados na historinha, pode ser bem frustrante.
Deixando-se de lado a narrativa em si e olhando-se para os debates tratados o livro cresce enormemente, o autor faz uma profunda reflexão sobre a crença (especificamente a judaica e a cristã, mas não somente), política, criação artística, consumo, massificação, nossa relação com a tecnologia (inquietantemente profética), propósito versus mortalidade entre várias outras.
A despeito da boa tradução acredito que a experiência de leitura no original (se possível) seja ainda mais rica. O material de apoio da edição da Aleph ajuda bastante o leitor meio perdido, o texto de André Cáceres e o vídeo de Mell Ferraz são bastante esclarecedores**.**
A despeito da densidade, do apelo sexual as vezes irritantemente imagético em momentos inoportunos e de alguns personagens construídos para serem detestáveis, Hyperion de Dan Simmons é uma obra intrigante, complexa e que não subestima o leitor. Vale também dizer que que pede, que exige releituras.
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Ana Gouvêa 03/02/2024

Essa dinâmica de uma história por capítulo não funcionou pra mim.
Só tive empatia pela bebê, e não com Dino levar o Picanço a sério.
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Octavio 12/12/2023

Esse livro só chegou no Brasil em 2023 ??
Um Clássico incomparável que mudou minha vida, tirou meu sono, me aterrorizou, emocionou e ainda entrou para o meu Top 5. Estou sem palavras (figurativamente claro)
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Aline | @42.books 20/11/2023

No princípio era o Verbo
Dan Simmons toma a liberdade de mesclar gêneros em um livro que parece abranger um mundo de possibilidades narrativas. Cada personagem flerta com formas variadas de contar a própria jornada, e isso enriquece a experiência do leitor, que não se confronta somente com as hipóteses de um futuro espacial e mundos fantásticos, mas também aprecia um entrelaçado de eventos intrigantes que compõem o prólogo estendido dessa aventura.
É bacana o percurso que Hyperion faz para consolidar seus personagens e abrir espaço para finalmente seguir adiante em sua odisseia espacial. Estou animada para ler a continuação!
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FremenJeff 10/04/2024

Meio arrastado
Vi que esse livro é meio que uma introdução, porém que coisa arrastada. Os personagens são bem interessantes, porém o desenvolver é bem arrastado.

Uma odisseia literária pelo tempo e espaço, Hyperion conta a história de uma galáxia à beira de uma grande mudança. Sete peregrinos que não se conhecem compartilharão uma viagem inesperada a um planeta hostil.

A história de cada um é um microcosmo da experiência humana, e um convite para uma aventura que toca em temas como o amor, perdas, a passagem implacável do tempo, a mortalidade, e como as escolhas definem cada um.

Neste épico magistral, Dan Simmons desenvolve uma narrativa intricada, com personagens muito bem desenvolvidos, e uma ficção especulativa que mescla elementos de fantasia, ficção científica e filosofia literária.
Uma meditação sobre o tempo, o espaço, e a capacidade humana de contar histórias, essa é uma daquelas leituras imersivas que prendem o leitor até o final. Prepare-se para uma jornada como nenhuma outra.
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JCarlos 20/10/2022

Sete peregrinos ao encontro do Shrike. Por enquanto, só isso
Li HYPERION, de Dan Simmons
Série: Hyperion Cantos

Hyperion é um clássico da ficção-científica. Não à toa ganhou o Hugo.
Nesse primeiro volume, sete peregrinos partem para o planeta Hyperion, cada um com suas esperanças e pretendem encontrar a criatura Shrike.
A narrativa é estruturada em contos, enfocando cada um desses peregrinos, cada um permitindo ao leitor conhecer a situação galáctica no tempo e espaço e a relação de cada personagem com o Shrike.
Vale a pena. Não sei se entre os preferidos porque me falta, ainda, o conhecimento de toda a série, mas no que eu li gostei.
E só acho que seu lançamento por aqui (Aleph manifestou ter novamente interesse) deveria ser precedido de uma estratégia de lançamentos programados, porque o final do primeiro volume pede uma imediata leitura de sua sequência.
Michele Duchamp 17/11/2023minha estante
Havia pesquisado no goodreads e vi justamente que era necessário ler a sequência. Por isso decidi comprar só quando a Aleph lançar os demais. Ela já deixou de fechar uma série. Pela resenha, parece muito inovador.




Cibeli Sebajes 27/03/2022

O final é apenas o começo
Foi interessante a estrutura de escrita que apresenta o universo de Hyperion a partir de cada peregrino contando uma história, o que ajuda a entender mais como a humanidade chegou no ponto que está e como é esse universo e a forças políticas que o movem. Boa parte desse livro que não me fez abandonar a leitura foi justamente a curiosidade sobre esse universo universo suas tecnologias porque não consegui me conectar tanto os alguns personagens que contam seus primeiros contos, mas valeu a pena continuar a leitura. Mal posso esperar para ver mais do Shrike e dos Ousters nas próximas leituras de Hyperion.
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Alessandro232 19/11/2023

Um épico da ficção científica como você nunca viu
Finalmente, depois de muito tempo, "Hyperion" é publicado no Brasil. Inicialmente, chama atenção sua estrutura narrativa peculiar inspirada em uma obra clássica da literatura inglesa, "Cantos da Cantuária" de Geoffey Chaucer - isso não é spoiller. Sendo assim, "Hyperion" começa com sete pessoas que não se conhecem que são convidadas para fazer uma peregrinação até um misterioso planeta chamado "Hyperion". Eles têm a missão de tentar descobrir que acontece neste lugar, onde ocorre estranhos fenômenos relacionados com uma estranha criatura mítica e perigosa.
Sendo assim, enquanto eles estão indo para Hyperion, os peregrinos começam a contar histórias, que podem ajuda-los a entender o que acontece nesse planeta e ajuda-los a enfrentar a criatura que habita nele. É partir daí que Simmons demonstra sua maestria como escritor. Cada uma das histórias desses personagens têm um estilo narrativo diferente, tais como: o relato de viagens, narrativa policial de suspense/ mistério e terror gótico.
Simmons também estabelece uma relação intertextual com as obras do poeta inglês romântico John Keats - um poema épico de sua autoria é chamado "Hyperion" e está relacionado com a trama do livro de Simmons. O autor também em muitos trechos de "Hyperion", nos quais são descritos os cenários naturais do planeta, emula o estilo de escrita e Keats, dando a eles uma conotação poética. Como se não bastasse isso, Simmons também faz com que Keats participe da trama, de maneira inesperada e surpreendente.
Também gostei muito como o livro gradativamente assume uma dimensão épica. Ou seja, "Hyperion" é um épico de FC bastante complexo. Assim como outras obras de FC, em "Hyperion" há ênfase na construção de outros mundos. O autor descreve detalhadamente a geografia dos planetas, costumes e culturas de diferentes povos e equipamentos tecnológicos fazendo uso de neologismos. Também em "Hyperion", Simmons explora muito bem temáticas recorrentes no universo da FC, tais como fanatismo religioso, ecologia, a colonização de planetas, ideologias políticas, -neste aspecto, o livro se aproxima de outro épico de FC, "Duna". Mas, em "Hyperion" é a temática da Inteligência Artificial que se destaca e ganha novos contornos, com uma exploração diferenciada, inovadora e até mesmo com pinceladas filosóficas.
"Hyperion" um livro fascinante. É sem dúvidas, por suas qualidades, uma das obras mais importantes da literatura fantástica do século XX. Fiquei mais empolgado para ler sua continuação "The fall of Hyperion" que me parece tão boa como o primeiro livro.
Comentários sobre a tradução "Hyperion":
Reconheço que traduzir uma obra como essa não uma tarefa fácil, principalmente os neologismos criados por Simmons para se referir às invenções tecnológicas. Nisso, o tradutor Leonardo Alves se saiu muito bem. No entanto, algumas escolhas de Alves para mim são polêmicas. Traduzir o nome do monstro mítico (Shrike, no original), como "Picanço" me pareceu um tanto forçado. Também "Ousters" - algo mais próximo de bárbaros para "desterros" não me parece ter sido uma boa escolha e dificulta a compreensão do termo original. Mas, o pior é "jagunços" - me veio na cabeça a imagem de homens vestidos de couro, com facões na mão! Felizmente, isso não prejudicou a minha leitura até agora a melhor de FC/ Fantasia de 2023. "Hyperion" demonstra a genialidade de Dan Simmons, um autor com um estilo muito envolvente e peculiar de escrita, cujas obras inéditas deveriam ser publicadas no Brasil. Do mesmo autor, recomendo "O Terror" outro bem interessante e muito assustador que saiu em uma edição da editora Rocco.
Sobre a edição publicada pela Aleph: é capa dura, com folhas amareladas. A imagem da capa para mim não combina com a obra. Achei muito feia. Teria sido melhor publicar o livro com a capa da edição americana, que chama mais a atenção.
A Aleph também optou por colocar o texto de apresentação de "Hyperion" no site. Sendo assim, ele somente pode ser lido por meio QR Code.
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Quinho1 14/02/2024

Ninguém me avisou que eu precisava ler a segunda parte pra realmente entrar nesse universo. Esse aqui funciona como um prólogo. mas é ótimo. É praticamente um clássico não tão badalado. Um conjunto de histórias contadas em uma nave espacial por tripulantes em uma missão especial. E as histórias variam muito de tema e poderiam até mesmo nem pertencerem ao gênero sci-fi, o que dá uma aspecto muito estranho ao livro, o que é bom. Como dito pelos amigos aqui, é uma ficção fantástica. Cheio de metáforas religiosas, questionamentos sobre o desenvolvimento da civilização se seguir uma linha temporal mais voltada à religião ou não, às grandes corporações ou não, e isso fazendo uma comparação entre as civilizações estabelecidas em planetas distintos. Vou ter que conferir a continuação.
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Lucsaulykos 08/01/2024

O começo de um épico
Desde que voltei a ter o hábito de leitura, hyperion era um dos meu sonhos de consumo, e finalmente foi lançado aqui no Brasil. Fui com a expectativa lá em cima, em certas partes foi melhor do que eu esperava e em outras foi pior( as cenas descritivas de local passam do ponto). Uma grande obra de espace ópera que logo te mostra o porquê de ter um dos pilares da ficção científica, porém, fique atento. A obra é uma grande introdução a algo grandioso que está por vir, o que pra mim, atrapalhou um pouco no final, mas, que logo você entende os motivos, então é bom ajustar a expectativa pra este ponto.
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Wynícius 12/01/2024

Hyperion é um longo e grande prólogo para a obra que vem depois. É isso. A obra não deixa de ter o seu valor devido a esse detalhe, mas ao fim da obra você fica com gosto de quero mais.
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Leticia 17/01/2024

Um mundo muito bem construído e explicado sem pressa. Se você não tem paciência, não gosta de não entender de primeira as coisas, melhor não ler.
A linguagem do livro em si é fácil, dificil é entender o funcionamento do universo apresentado. Eu entendi apenas no final, após ouvir todas as historias e ouvir de cada personagem como o mundo funciona. Foi aos pouco e por isso achei tão bom. Não tenha pressa de entender tudo.
Os personagens são bem construído, então vc vai odiar aquele satiro poeta maldito .Os personagens têm historias muito boas, algumas são cansativas mas é legal quando vc começa a entender a ligação de cada um com hyperion.
Pena que o livro 2 não foi lançado aqui, eu começaria hj mesmo.
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