Thami @riodelivros 29/07/2023
Clichê hot, com cenas fofas e algumas questões machistas...
Kate Smith é uma escritora de romance que divide sua vida com seus dois melhores amigos, Dean e Lynsey. Sua vida pessoal está uma tremenda bagunça, ela está lidando um término de um relacionamento recente e quer ficar com a casa que dividiu com o ex, além do desastre amoroso ela também está passando por um bloqueio de escrita já na parte final de sua série de best-sellers eróticos ?Bed'n Breakfast?.
Seu carro teve um problema e enquanto esperava pelo reparo ficou acomodada em uma sala de espera de uma oficina e de repente as palavras fluem à vontade como o café de cortesia.
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Kate passou alguns dias frequentando a loja de pneus e ocupando um espaço na sala de espera, ela achava que ninguém notava. Até encontrar um dos funcionários do lugar, Miles Hudson, em um primeiro contato informal, ela está sem graça por usar o lugar todos os dias sem ser cliente e acaba se apresentando pelo mesmo pseudônimo que usa para assinar seus livros, Mercedes.
Eu gostei da trama, foi leve e envolvente, exatamente o que eu estava procurando.
Kate é uma pessoa real que acaba metendo os pés pelas mãos. Ela é divertida, sonhadora e sem filtro.
Miles também é um cara muito interessante, naturalmente sexy, esforçado e espontâneo.
Ela é muito ligada à família e carrega um trauma de um longo relacionamento anterior que foi conturbado. Depois de dez anos de um relacionamento ioiô tudo o que ele não quer e se envolver com alguém, por isso a aproximação entre Mercedes (Kate) e Miles se desenrola de forma casual.
O livro é leve, o leitor vai se envolvendo junto com eles, nada muito profundo ou dramático.
Preciso falar que diversas passagens me incomodaram e eu vou tentar não problematizar, mas vou ter que mencionar algumas delas aqui.
São passagens machistas, sexistas e que colocam a mulher em uma posição de objetificação, como se fosse uma propriedade.
Duas delas acontecem no capítulo 8, narrado pelo Miles.
A mocinha diz que atividades ao ar livre e passeios como trilha são ?coisas de homem?.
E o mocinho confessa em pensamento que é normal pensar e imaginar a mulher nua diversas vezes.
No capítulo 14, sob a narrativa da Kate ela pensa sobre uma fala possessiva do mocinho ?Eu não deveria ficar excitada com isso. Sou uma mulher moderna. Sou independente. Acho que poderia ser feminista se soubesse exatamente o que isso significa. Mas pessoalmente acho que o feminismo deve entrar no quarto.?
Eu JURO que cogitei largar o livro ai?
Mas segui, me revirei todaaaaa e não poderia deixar de falar isso aqui.
SE EXISTE UM LUGAR ONDE O FEMINISMO E A LIBERDADE SEXU@L DEVE ESTAR É NO QUARTO !
A mulher por muitos anos não foi dona do próprio corpo, em algumas culturas a mulher não pode ter prazer, ainda nos dias de hoje muitas mulheres sexu@lmente ativas não são donas do próprio prazer.
O tesã0 e o que te dá praz3r é uma particularidade só sua. Se a mina sente tensã0 com demonstração de brutalidade, possessividade e ouvir put@ria na hora H, ótimo! De forma alguma ela vai deixar de ser feminista por isso.