Armadilha da identidade

Armadilha da identidade Asad Haider




Resenhas - Armadilha da identidade


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Luciano 28/06/2021

Tema complexo.
Reivindicações identitárias precisam ter como base uma forte crítica ao capitalismo para serem verdadeiramente efetivas. Caso contrário, corremos o risco de, por exemplo, termos representações simbólicas e vazias que não mudam a estrutura de opressão que afeta a classe trabalhadora em toda a sua pluralidade. Apesar de ser um assunto realmente muito complexo, senti que a escrita poderia ter sido um pouco mais acessível. Mas parte disso se deve também ao fato de que tenho pouquíssima bagagem de leitura e discussões sobre o assunto. Daí que esse livro surge pra mim como um pontapé inicial para várias leituras sobre o tema.
Laura 17/05/2024minha estante
Também achei que a linguagem poderia ser mais acessível!!




lastshannaras 16/01/2022

Interessante a abordagem feita que não apenas expõe o problema de maneira arbitrária ou assume uma posição covarde diante dele.
Em Armadilha da Identidade é identificado como as políticas identitárias ganham forças em diferentes cenários e como apesar de por vezes nocivas, podem ser também importantes vetores para a consciência anticapitalista e a organização de massa dos trabalhadores.
Título interessante pra quem, assim como eu, já enxergou a identidade como algo essencial a nós e para quem nega a importância da mesma assumindo uma postura covarde e ortodoxa vestida de comprometimento classista.
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Kevin 23/06/2020

Complexo e provocativo
Livro muito interessante, vale muito a pena ler junto com outras obras incríveis, como Achille Mbembe e Silvio Almeida, já que todos trazem reflexões sobre a invenção da raça no período da modernidade, com o capitalismo e colonização, servindo como formas de controle social e conveniência dos grupos dominantes, é um pararelo do passado e do presente, das organizações trabalhistas, ideologia e políticas identitárias.
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Arthur 16/06/2021

"Representatividade importa", mas é só?
Ultimamente muito tem se exaltado a representatividade de raça e gênero nos diversos espaços antes ocupados por grupos historicamente hegemônicos. De fato, algo a ser celebrado, sobretudo no âmbito das experiências individuais. Mas, pensando em algo maior, na estrutura social, que indivíduos "portadores" de determinadas identidades alcancem posições de privilégio, mas sigam reproduzindo uma lógica que historicamente oprimiu, importa mesmo ou apenas reproduz essa lógica? Esse é o grande debate desenvolvido por Asad Haider, de maneira brilhante, em "Armadilha da identidade". Tendo como recortes a Grã-Bretanha e, principalmente, os Estados Unidos, Haider mostra como a categoria identidade foi criada e é usada pelo capitalismo para reproduzir desigualdades e, sobretudo, dividir a classe trabalhadora, minando assim as possibilidades de uma prática revolucionária.
Para ilustrar esse resumo, cabem as palavras do líder revolucionário haitiano Toussaint L'Ouverture, sobre a proposta francesa de um acordo de paz contrarevolucionário: "Não é um liberdade circunstancial, concedida apenas a nós, que queremos; é a absoluta adoção do princípio de que nenhum homem, nascido vermelho, preto ou branco, possa ser propriedade de outro".
Leitura mais que recomendada, e muito mais profunda do que essa mera resenha pode abarcar.
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Leandro 19/01/2021

Leitura importante
Apenas uma citação sobre o livro "programa, estratégia e táticas. Nosso mundo está com extrema necessidade de uma nova universalidade insurgente. Somos capazes de praduzi-la; todos somos, por definição. O que nos falta é um programa, estratégia e táticas. Se deixarmos de lado o refúgio da identidade essa discussão poderá começar".
Recomendo a leitura.
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Rafael 04/11/2020

Sobre reducionismos e política radical
Neste livro Asad Haider aponta questões fundamentais pra a construção e concepção de uma luta política radical que supere relações reducionistas. Ao falar da questão da identidade e suas armadilhas, o autor enfatiza a posição desses fatores diante de uma construção ideológica do que se chama "política identitária". Haider afirma que tanto o reducionismo da identidade como um fim em si mesmo quanto o reducionismo da questão de classe são premissas de políticas liberais. O primeiro reduz uma luta à individualização e acaba não trazendo mudanças consistentes nas análises das relações sociais, indo do abstrato para o abstrato; o segundo, ao reduzir apenas o processo de classe como fator importante, se distancia da realidade, criando uma concepção idealista do que seria a classe trabalhadora, que na verdade é composta por múltiplas identidades e tem de lidar com esses processos diariamente. Portanto, se faz necessário, ao falar de identidade, partir do abstrato ao real. Das subjetividades para o concreto. E que todo movimento político que se propõe radical, deve ter como premissa o anticapitalismo. E isso Haider aponta de forma muito bem compreensível. Além disso, traz inúmeras abordagens de conjuntura e exemplos históricos que engrandecem suas análises.

Ao meu ver, único ponto negativo, mas que de forma nenhuma é decisivo na leitura, é que os últimos capítulos são bem longos e acaba tornando a leitura um pouco cansativa e cheia de informações. Mas, se lido com calma, dá pra superar isso tranquilamente. Um grande livro, de fato. Uma grande obra política em acordo com análises da realidade atual e que tem o prestígio, em sua edição brasileira, de ter o prefácio assinado por ninguém menos que o professor, advogado e filósofo Silvio Almeida.
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Herly 28/10/2020

Crítico e estimulante!
Neste livro, Asad Haider trata o "identitarismo" com a seriedade e criticidade que o tema merece, sem os jargões e as repetições vazias que este debate recebe por aí. Na obra, ele destrincha e subverte várias concepções errôneas que nós possuímos a respeito de identidade (majoritariamente a respeito de raça), como ela se forma, como ela é instrumentalizada na política e deixa o alerta da necessidade de entendê-las para dentro das relações sociais e não como categorias essencialistas.

Com uma argumentação histórica e social bastante robusta, é incrível como ele atrela a experiência pessoal às tantas camadas do tema que está discutindo, sem perder em nenhum momento o rigor do debate. Algumas frases deste livro ainda estão e continuarão por muito tempo ecoando na minha mente; "A universalidade não existe em abstrato", "emancipação é auto emancipação" e várias outras. Para concluir esta obra incrível, Asad nos convida a deixar de lado o refúgio da identidade para construirmos juntos uma insurgência universal.

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Lu F. 22/06/2021

Sensacional.
Esse livro é obrigatório para todos que procuram compreender a tríade classe, raça e gênero. E mais importante, para evitar que se caia na armadilha da identidade.

A escrita de Asad é muito fluída, o que faz com que seja uma leitura fácil e muito educativa. Recomendo demais!

?Falar de racismo sem falar de capitalismo é esconder o que é necessário para que o povo tenha de fato o poder em suas mãos?.
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fev 18/12/2022

Complexo e didático
Armadilha da identidade é um ótimo começo para quem quer entender o problema de nos reduzir somente às nossas identidades oprimidas. Existe um pano de fundo mais complexo que precisa ser pensado para além de identidades determinantes. O recorte desse livro é muito específico, mas ele traz uma linguagem e exemplos acessíveis para também podermos pensar a realidade brasileira.

Aprendi bastante e me abriu a mente de forma significativa. Saio com uma nova visão sobre o conceito de política identitária e suas nuances. Agora é ir atrás de novas leituras para entender ainda mais sobre esse tópico tão complexo.
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Wallace17 27/08/2021

Armadilha da Identidade
"A representatividade é importante para pessoas negras; ter o direito subjetivo de exigir o reconhecimento estatal de nossa identidade é muito relevante; ter garantido o direito de estudar, de trabalhar, de não ser morto pela polícia por ser um ?suspeito padrão? é algo pelo que devemos lutar. E são coisas possíveis porque muitos de nossos ancestrais tiveram seu sangue derramado. Mas, ao mesmo tempo, é necessário assumir que as identidades, inclusive a raça, são socialmente construídas". Silvio de Almeida.

Armadilha da Identidade é um livro provocativo e me fez pensar no discurso de representatividade do sucesso das pessoas pretas inserida na lógica neoliberal. É inegável que é ótimo ver um prete de sucesso, que realiza muitas coisas, que abre caminhos para mais pessoas. Isso faz bem para toda comunidade, porque os rompimentos estruturais do sistema racial é uma grande conquista. E serve como combustível representativo para muita gente. Contudo, quando o movimento se restringe apenas ao indivíduo, reforçando o discurso que ?tudo é possível, basta você acreditar?, o que tende a acontecer é a reprodução do mesmo sistema que subjuga, fere e mata tantas pessoas pretas. ?Falar de racismo sem falar de capitalismo, é esconder o que é necessário para que o povo tenha de fato o poder em suas mãos. Apenas cria uma situação em que o policial branco é substituído pelo policial negro?.

Muito mais que discutir a quantidade de quilates de um colar e que tem o direito de usar ou não, o livro nos incita a pensar sobre como a pauta identitária corrobora para o sistema capitalista perpetuar as desigualdades. Demita Frazier alerta: ?Corre-se o risco de uma identidade se cristalizar e se tornar limitada, fazendo todos se tornarem conformistas?.

Em contrapartida compartilho a contribuição de uma amiga sobre o tema: ?penso que há ancestralidade, há memórias, há pertencimento sociorracial que podemos pensar como "identidade" e que deve ser levado em consideração na transformação radical da sociedade, porque não somos todos iguais e falar das diferenças, desigualdade da diversidade é importante?.

Livro que rende ótimas discussões! Leiam ?
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Icaro.Jatoba 16/12/2020

Extremamente necessário para pensarmos sobre como as esquerdas têm se colocado nas lutas anti-opressão e como o neoliberalismo lança inúmeras armadilhas que nos fazem acreditar em determinadas ?militâncias?.
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Jana 15/05/2021

Indispensável
Como alguém disse por ai: "curso de letras é esquema de pirâmide porque quando lemos 1 livro precisa de mais 5 para entendê-lo" hahaha. Não fiz Letras, mas como leitora concordo 100% porque aprendi muito com este livro, a questão de como nasceu o conceito de raça foi um enorme aprendizado, mas preciso ler as referências para entender alguns pontos.
É um livro incrível, nos faz ver que representatividade sem consciência de classe não muda a estrutura de poder, apenas introduz um verniz de diversidade no sistema. O pensamento "mulheres no topo, pretos no topo, LBGT+ no topo" me incomoda muito porque todo topo tem uma base, do que adianta uns poucos lá em cima às custas do de baixo? Temos que lutar para que todos estejam no mesmo nível.
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Elias.Fernando 01/07/2020

Um novo tipo de solidariedade
Asad Haider debate a relevância da identidade nas lutas sociais atuais, questiona se o foco na identidade é primordial nas lutas sociais e aponta que a mudança virá quando a prioridade for a mudança da estrutura política e econômica de forma mais rígida.
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Victor.Albuquerque 23/03/2021

Espetacular
Esse livro é espetacular, se propõe a tratar de uma tema tão espinhoso e que deixa as pessoas tão a flor da pele e faz isso de forma impecável
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isabellebessaa 28/12/2021

Sensacional!!!
Outro livro que li esse ano em grupo de estudos e que teve seus ganhos e perdas mas principalmente ganhos por conta das discussões que conseguimos construir a partir dos capítulos.

O prefácio do Silvio Almeida é sensacional e só dá um gostinho do quanto esse livro é importante. Toca nas feridas da política identitária e na problemática de abordar esse tema sem atentar-se para as questões de classe. Aprendi demais com essa leitura e com certeza irei reler futuramente.
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