pitypooralfie 15/02/2024Que livro incrível, envolvente. Koji Suzuki consegue criar cenas muito tensas apenas com sugestões! As cenas do Asakawa na cabana, antes mesmo de assistir à fita, me deixaram bem assustada, e isso é muito bom, não é todo tipo de livro que consegue me assustar.
Eu queria ler esse livro o tempo todo, e, quando não estava lendo, ficava pensando nele. Incrível a capacidade do autor de criar personagens críveis e cenas vívidas. Em vários momentos, parecia que eu estava vendo um filme muito assustador.
A descrição da fita é medonha, e eu meio que lamento não existir um filme com uma versão mais fiel dela, mas acho que algumas cenas ficariam pesadas. Em todo caso, acho que a versão japonesa ficou ótima e conseguiu criar aquele clima de tensão e medo que o livro traz.
As sensações de medo e de que o tempo estava correndo foram muito palpáveis. Mesmo sem aparecer, a Sadako me causou muita apreensão. A parte investigativa também é muito eficiente, a cada descoberta eu ficava um pouquinho mais chocada e triste. Achei interessante o fato de que o Koji Suzuki fez questão de explicar tudo direitinho, sem espaço para lacunas muito evidentes.
Depois que o Ryuji morre e o Asakawa tem que resolver tudo sozinho, ficou um pouco... forçado? Não é bem essa a palavra, mas a história perdeu um pouco o brilho. Odeio admitir isso, mas eu gostava do Ryuji, apesar dos problemas e tudo mais. Ele era muito mais esperto do que o Asakawa. Será que, no final, ele ia sacrificar a Mai? Ou ele só queria ouvir a voz dela? E achei a decisão do Asakawa de mostrar a fita pros sogros pra salvar a família meio questionável, mas acho que tenho que considerar que ele estava desesperado. Seria um baita dilema ético, decidir quem você vai sacrificar pra se salvar. Pensei na hora que ele podia mostrar pro médico que matou a Sadako, mas, pensando agora, foi ele quem começou tudo, então provavelmente não daria certo. Achei interessante também que, ao contrário do filme (pelo menos o remake americano, mas acho que o primeiro japonês também), a Sadako não sai da televisão pra matar o pessoal que viu a fita. Ela nem aparece, exceto naquela cena meio medonha quando o Asakawa resgata seus restos mortais do poço. Interessante. A grande vilã causa medo e morte e caos sem precisar aparecer. E, juro, a atmosfera é fortíssima, fiquei impressionada com a cena da morte do Ryuji, por exemplo. Foi tão vívido, tão bem descrito, quase parecia que eu estava vendo um filme.
Terminei o livro me sentindo meio desamparada e perdida agora que tudo acabou. Eu sei que existem algumas continuações, mas não é a mesma coisa. Durante a leitura do livro, às vezes eu me pegava pensando: poxa, queria ter escrito isso... A impressão que ring deixou em mim foi fortíssima, e eu tô muito feliz e um pouco melancólica agora que tudo acabou. Ring me fez pensar em muitas coisas e tudo o que aconteceu com a Sadako ressoou muito em mim.