Gabriela 05/02/2022Kim Jiyoung, Born 1982Há anos eu vejo indicações sobre esse livro, mas só agora recentemente eu criei vergonha na cara pra ler (resumo de basicamente todas as minhas leituras).
Até que eu vi um post de indicação no perfil da Namjoon?s Library no twitter, e todos os comentários eram muito positivos. Me deu um gás e fui ler.
De verdade, Esse livro deveria ser uma leitura obrigatória a TODOS. Todo mundo deveria ter a experiência de ler esse livro pelo menos uma vez na vida, pra sentir na pele (ou pelo menos ter uma ideia de como seria) ter que viver sendo Mulher.
O enredo em si é simples, são situações cotidianas e uma história de vida de uma mulher qualquer. E é justamente por isso que esse livro é do c4ralho.
Toda mulher já presenciou ao menos uma dessas situações apresentadas e com certeza nem pensou duas vezes no que elas significam, porque já são cotidianas. E o que pra gente já virou dia-a-dia, na hora que lemos e vemos a problematização da autora em cima disso, é quando nos damos conta do quão absurdas são.
E o livro inteiro é assim, coisas ?bestas?, ?irrelevantes?, ?insignificantes?, mas que possuem consequências tão grandes que são difíceis de mensurar. Nos afetam de modo tão substancial que nem nos damos conta. Isso torna tudo tão marcante, me fez pensar e repensar infinitamente.
Uma coisa que me tocou muito também foram todas as referências estatísticas que a autora inseriu no texto no decorrer do livro. Fez a história tocar muito mais fundo, criar aquele senso de realidade e nos deixar autoconscientes.
Mesmo retratando uma história fictícia e que acontece do outro lado do mundo, é impossível não se sentir representada e ver que apesar da localização, não temos tantas diferenças assim. Terminei o livro em prantos e pensando em todas as coisas que já encarei e ainda vou ter que encarar pelo resto da vida.
Sendo mulher, viver em sociedade (onde quer que seja) é uma merda.