@jaquepoesia 16/12/2023
Livro excelente!
"Era o início da arte engajada brasileira, e o golpe de 64 seria para essa tendência um rosto e uma causa a serem combatidos. Assim, com os militares no poder, os artistas eram colocados no centro da luta política. E dali não mais arrediariam pé." ▪︎ pág.119
Movido pela curiosidade de como um período de tão pouca liberdade sob a ditadura militar produziu um artefato cultural gigante, no caso o grupo Secos & Molhados! O escritor, editor e também cineasta buscou através dessa biografia contar os bastidores do grande fenômeno não apenas musical mais político do icônico grupo.
Personalidade, irreverência, boa música e um papel importante contra a ditadura. O grupo formado por Gérson Conrad, João Ricardo e Ney Matogrosso, fez história e mostrou a importância do artista, quando este se propõem a ser uma arma política revolucionária.
Este livro foi inicialmente publicado no outono de 2019, mas essa nova edição oferece aos leitores(as) novos capítulos, cujo o conteúdo agrega na compreensão do quadro cultural do período.
Foi no inverno de 1973, que o grupo subiu ao palco do teatro Itália em uma quarta-feira, para lançar seu primeiro disco. Em um ano, o grupo superou as vendas de Roberto Carlos (300 mil cópias), chegando a quase 1 milhão de vendas. Vibrantes e poéticos os jovens revolucionários seguiram conquistando fãs e recordes.
Em um Brasil dominado pela ditadura, o grupo se apresentava como personagens, com a missão de importunar a moral conservadora e questionar os limites do que era política sob a ótica da esquerda.
• A ligação entre teatro e música
Você sabia que a inspiração para Ney criar sua persona musical veio do teatro? E que toda a androginia do cantor e a criatividade do grupo, muita maquiagem e apetrechos era um manifesto mais do que necessário para que em conjunto a iconografia atravessasesem a esfera do entretenimento e alçassem um status político?
Se eu já era fã, depois de conhecer as minúcias por traz dos manifestos do grupo sou ainda mais!