Gilead

Gilead Marilynne Robinson




Resenhas - Gilead


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Mayara945 23/01/2024

As ternas memórias de um pai
?Ontem à noite, eu lhe disse que, algum dia, teria de ir embora, e você me perguntou: "Para onde?" E eu respondi: "Para ficar junto ao Bom Deus." E você perguntou: "Por quê?" E respondi: "Porque sou velho." E você disse: "Não acho você velho." E, pondo a mão sobre a minha, acrescentou: "Não muito velho", como se isso resolvesse tudo. Eu lhe disse que você teria por certo uma vida muito diferente da minha, e da vida que tinha levado junto comigo, e que isso seria maravilhoso, pois há muitas maneiras de se levar uma vida boa?

Esse é um livro epistolar que tem como personagem principal o reverendo John Ames, pastor na pacata cidade fictícia de Gilead. O reverendo está prestes a completar 77 anos de idade e decide deixar cartas para o filho de 7 anos, pois sabe que não viverá mais muito tempo para ver o garoto crescer.

Ao passo que a história se passa, o tom de cartas soa mais como um diário pessoal, em que o reverendo fala de sua vida, sua infância e de suas percepções da vida, dos seus relacionamentos pessoais e com Deus.

É um texto carregado de muita sensibilidade e ternura, com personagens cativantes, em especial ao avô de Ames, um velho pastor as avessas, que lutava pela causa abolicionista de um jeito bem peculiar.

É aquele livro sem grandes reviravoltas, mas cheio de belas passagens e reflexões.
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Beto 28/11/2023

Uma ode ao amor
Um livro que atinge o profundo do nosso coração. Desde suas primeiras palavras, "Gilead" é capaz de conquistar qualquer leitor. Afinal, como não se emocionar com a história de um pai, pastor, prestes a morrer, escrevendo uma carta para que seu filho de sete anos leia um bom tempo depois? Já somos arrebatados logo de cara.

Nunca havia lido nada de Marilynne Robinson, mas sua forma de escrita me conquistou. É bela, profunda e podemos ver uma pessoa que, realmente, encarnou o personagem. Não se pensa em momento algum que é um livro roteirizado. As idas e vindas, partes da obra que parecem "banais" (guarde esse termo), as divagações do Reverendo Ames: é uma imersão incrível.

Defrontamo-nos com uma situação complexa. Ames, encarando a morte, reflete toda sua vida. Do misterioso avô, aos problemas com o pai e a dificuldade de relacionamento com seu afilhado de mesmo nome. O que ele pode passar para o seu filho? Como ele mesmo pode agir diante de algumas situações para mostrar qual o caminho correto? Qual a importância das raízes? Como Deus age na banalidade do cotidiano? São muitas questões que vão ao encontro do que passamos em nossa própria vida.

"Gilead" é um livro reflexivo e que exige contemplação. Uma verdadeira ode ao amor e à esperança em Deus. Só quando pôde cumprir esses requisitos é que Ames encontrou a verdadeira Paz. Desejo relê-lo, em alguns anos, quando for pai, pois imagino que será uma experiência ainda mais edificante.

Que a Paz esteja com vocês.
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Fabiana 16/06/2023

São histórias de famílias
Este é um livro epistolar. Um pai bem idoso, que sente a necessidade de deixar uma recordação sobre a vida ao seu filho pequeno. Ele conta sobre a sua família, comunidade, trabalho, amigos, pessoas, desentendimentos, alegrias, tristezas.
O livro é bem arrastado, me arrisco a dizer, bem chatinho de início. Precisa vencer a metade do livro, quando as histórias tornam-se intrigantes, e no decorrer das suas cartas ele vai mudando, as pessoas vão mudando, sua perspectiva muda. É isso é bem legal!
Os últimos capítulos são bem gostosos e você passa a querer saber logo o final.
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Higor 30/05/2023

"LENDO PULITZER": sobre a brevidade da vida
De todos os livros presentes no Prêmio Pulitzer, o que eu mais tinha vontade de ler era, sem dúvidas, "Gilead", e justamente por isso, demorei anos para encará-lo, pois não queria me frustrar com algo talvez superestimado pela crítica e leitores. Anos depois, mais preparado e com os ânimos alinhados, fiquei bastante frustrado com o que encontrei.

A ficção cristã - um gênero literário muito sólido nos Estados Unidos, diga-se de passagem, apesar de pouco explorado e até visto com preconceito por aqui - de Marilynne Robinson conseguiu sair da bolha de tal maneira, que "Gilead" figura entre os melhores livros da década, do século, e quiçá de todos os tempos de todas as listas que existem mundo afora.

Mas o que "Gilead", este livro cristão ímpar tem de tão relevante e precioso, afinal? A história é a mais simples de todas, e que certamente foi o que arrebatou o coração de religiosos das mais diversas denominações, e até mesmo de ateus e agnósticos: um senhor na casa dos setenta anos percebe que a morte está à porta e bate, então decide escrever cartas para seu filho pequeno sobre a história de seus antepassados, para que ele lesse quando adulto.

O pai da criança, John Ames, um pastor na pacata Gilead, ao escrever tais cartas, passa a narrar não apenas suas histórias para o filho, mas a confrontar um passado doloroso e até mesmo obscuro de seu próprio pai e avô.

As duas gerações anteriores, a do pai de John Ames, um pacifista cristão, e também a de seu avô, um abolicionista dos mais radicais, que incitava as pessoas a participarem da Guerra enchem as páginas, em que memórias ora afetivas, ora assustadas, interagem com o hoje pastor a beira da morte e o relembram de quando criança e adolescente, vendo suas gerações agindo de maneira controversa, por que não?, mas ainda assim temente a Deus.

"Gilead" me lembrou muito "Leite Derramado", de Chico Buarque, embora os temas e personagens sejam bem distintos, mas principalmente pelos assuntos que iam e voltavam com frequência na mente falha do protagonista, com novas informações a cada menção, mas abordadas como se ele falasse sobre o assunto pela primeira vez. Acontece que, de maneira geral, o livro de Robinson não me fisgou em nenhum momento. O estado de graça prometido, sinceramente, não vingou.

Não que seja ruim, afinal, longe de ser uma propaganda religiosa, "Gilead" apresenta de maneira franca alguns conceitos, passagens bíblicas e aplicações para a vida do pastor e sua família, e que podem, sim, ser aplicadas a qualquer vida, o que por si só é louvável, pois em momento algum o livro tem o objetivo de evangelizar. No entanto, faltou algo mais para mim, pois as divagações sobre a vida após a morte, assim como menções sobre castigo divino e predestinação, embora presentes com cuidado, não criaram um possível efeito esperado.

Outros temas, estes seculares, foram mais interessantes em um todo, como a história de Jack (que ganhou um livro para chamar de seu em 2020, mas aparentemente o pior da autora, segundo a crítica especializada), a possibilidade do que ele poderia ser na trama, assim como a vida do avô de John e sua participação controversa na Guerra Civil Americana me chamaram mais a atenção que o própria tema central, a da morte e sua presença inevitável.

Foi, sim, agradável, ler um pastor, alguém que, ao menos em tese, tem tanta proximidade de Deus, onde deveria ansiar por ir ao céu, encontrá-Lo, abraçá-Lo e começar sua eternidade, se mostrar tão vulnerável, franco e apaixonado pelas coisas terrenas, ditas pecaminosas, afinal, setenta anos se passaram ali, logo, laços foram criados, assim como costumes, raízes… uma família, óbvio, mas não sei… eu olho para "Gilead" e não sinto o estado de graça prometido pela crítica e confirmada por tantos leitores tão apaixonados e defensores deste livro.

Talvez seja uma história que funcione com a idade, como os bons vinhos, quando temas como morte e vida após a morte se tornem mais latentes e presentes na mente da pessoa que vê, enfim, os dias se esgotando. Ou talvez simplesmente não seja um livro para mim.

Fora da bolha, "Gilead" é o típico livro para fazer muitos leitores que encaram leituras nunca pensadas antes, ou que encaram o tema religioso com olhos preconceituosos, reverem seus conceitos. Afinal, qual a última ficção cristã que você, jovem leitor, leu? Mas ainda assim, sair da zona de conforto talvez não seja o suficiente.

Este livro faz parte do projeto "Lendo Pulitzer".
Juliana 02/06/2023minha estante
Obrigada pela resenha! O último de ficção cristã que li (e recomendo) foi Apocalipse: a história de padre Elias, de Michael D. O'brien




Vinicius 29/05/2023

Um Bálsamo
A história relatara nesse livro é um bálsamo encorajador. Ele nos transporta pra dentro de uma família que conheceu e se entregou ao amor de Deus. Uma fé encorajadora.
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Victor, the Reader 08/03/2023

Gilead
Gilead é belo, sincero. De coração. Toca na alma do leitor, cativa. Uma ficção cristã com uma narrativa suave, escrita como pequenas cartas, de pastor para pastor, de pecador para pecador, de pai para filho.
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Isabelle.Jaguszewski 26/02/2023

?Há milhares e milhares de razões para se viver essa vida, e todas elas são suficientes.?

um livro complicado no começo (pra ser sincera, só me prendeu depois de 70% da leitura) mas muito, muito bonito. leitura corrida, sem divisão de capítulos, então fica cansativo as vezes. acho que depende do estado de mente que você está quando lê. no mais, gostei bastante.
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Ana Elizabeth 31/01/2023

Uma leitura difícil e arrastada, porém com o conteúdo muito bom. As reflexões são muito sensíveis e bonitas. Um livro para filosofar sobre a vida.
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Gabrielle.CarneiroO 27/01/2023

Muita reflexão
Esse livro definitivamente não é pra todo mundo, nem pra qualquer tempo.

Você precisa estar disposto a refletir sobre a vida, devanear junto com o personagem e ouvir histórias de um velho reverendo que tem muito a falar da vida e das escolhas que fez.

Me ajudou na paciência, na persistência.

Não me emocionou mto, apenas em partes específicas.
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Jenifer.Matias 17/01/2023

No amor não há justiça ??
Comecei esse livro bem entediada. Nunca escolheria e continuaria a ler por mim mesma. Li, pois era o livro do mês do meu clube de leitura. Me desafiei a sair da minha zona de conforto e conhecer gêneros novos. Esse livro é bem diferente do que eu gosto e estou acostumada. Ele é ?parado? não tem plots, e nem da aquela sensação de ?preciso continuar urgente pra saber o que aconteceu?. São divagações e lições de um senhor, foi como passar uma tarde ouvindo conselhos da minha vó. Aprendi a prestar atenção ao detalhes, olhar de forma diferente as coisas, o valor e a beleza de uma amizade de anos. No fim da vida, afinal, são as memórias, as pessoas e os momentos que mais importam ?
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regifreitas 27/12/2022

GILEAD (2004), de Marilynne Robinson; tradução Maria Helena Rouanet.

GILEAD é uma longa carta escrita pelo reverendo John Ames, próximo dos 80 anos, para o filho, de apenas sete anos. Ames tem um sério problema cardíaco, não podendo, assim, praticar qualquer esforço físico, e devendo evitar reações emocionais mais profundas. Ele acredita que seus dias estão contados, e o relato serve como uma espécie de despedida e orientação para o filho, já que ele não terá a oportunidade de vê-lo crescer e se tornar um adulto.

O menino é fruto do segundo casamento do reverendo. Sua primeira esposa, uma namoradinha de infância com que se casou anos depois, morreu ao dar à luz ao primeiro filho do casal; poucas horas depois morria também a criança. Ames vive, então, a maior parte da sua vida dedicado a sua congregação. Já bem mais velho, conhece a segunda esposa, quase quarenta anos mais jovem, com quem tem esse filho temporão.

Com esta obra a autora venceu o Prêmio Pulitzer em 2005. Parece que existem mais dois ou três livros que, embora não sejam continuações, se passam nesse mesmo universo, contando as histórias de outros personagens que aparecem aqui em GILEAD.

É uma narrativa simples e muito bonita. Algumas passagens são inspiradoras por conta das reflexões de Ames sobre a vida, a velhice, a morte e a religiosidade. É uma obra para uma futura releitura, pois me parece daquelas que melhoram ao serem revisitadas.
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Paulo 27/11/2022


Vencedor do Prêmio Pulitzer de 2005, sua autora Marilynne Robinson trata o conservadorismo com deferência, mas não reverência.

O reverendo John Ames, cuja morte está próxima, decide escrever uma série de cartas para o filho de sete anos e que não irá ver crescer. Assim podendo aconselhá-lo, conversar com o filho sobre questões que um pai deve conversar. Deixando seu legado através de cartas ao filho.

O fato de muitos personagens possuírem o mesmo nome, expõe o crescendo da existência humana, de como mudamos por culpa do tempo, mas também por culpa das pessoas que nos cercam e do lugar onde habitamos.

Romance meditativo, filosófico, dos que te fazem pensar, mesmo que você discorde do que lê.
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Paulo1758 15/10/2022

A majestade do ordinário
Ter um filho é algo inexplicável, são sonhos e planos sem fim. Mas como será o coração de uma pai já idoso com seu filho ainda criança? E como seria se esse tempo de vivência que já é curto ficasse ainda menor por questões de saúde?

Essa é a história de John Ames que, ciente do curtíssimo tempo de vida que ainda lhe resta, mas querendo estar na vida do filho pequeno, decide deixar cartas para garotinho, contando da sua infância e do seu dia a dia.

E o dia a dia é a marca dessa obra. Ao le-la embarcamos na rotina de John Ames que vai descobrindo muita coisa no seus pouco tempo e registrando em cartas.

Cada palavra desse livro não são simples narrações, mas são vivências comuns de um homem comum vivendo uma vida comum e assim vivendo grandes momentos.
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Guilherme.Francisc 01/10/2022

Muito bom, mas preciso reler
O livro é muito bom, mas não consigo comentar tanto. Ouvi o em áudio (que foi muito bom também), mas não consegui pegar vários detalhes. Quero ler novamente não em formato de áudio para pegar melhor.

Ainda sim, indico o livro!!!
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Roberth 15/09/2022

Belíssima obra!
"Adoraria poder ajudá-lo a carregar o fardo de muitos anos. Mas o Senhor terá essa satisfação paterna."

Esse livro me emocionou, me fez sorrir, me envolveu de um tanto...

E que fantástica a experiência de ouvir o Emilio com aquela leitura ímpar, cativante! Recomendo muito!

A história de 04 gerações (ou mais, se considerarmos algumas breves citações), escrita por um pai muito doente a seu filho de 07 anos, para quando ele for mais velho!

Persongens e diálogos incríveis, maestria na descrição e na contação da história...

Uma experiência de leitura que marca a gente!
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