Marina 27/05/2020
O livro contém dezenas de capítulos avulsos que descrevem cenas da vida do autor, memórias onde o burrinho Platero esteve presente.
Pode parecer simples, mas essas descrições detalhadas, de linguagem complexa, cheias de metáforas e comparações, tornam a leitura um tanto pesada e difícil.
Ainda assim, é de uma sensibilidade extrema. Juan Ramón Jiménez apresenta sua visão melancólica e saudosista do passado em Moguer, mas principalmente de sua relação com Platero, seu grande amigo. A ele se dirige o autor nesta linda homenagem.
Algunas cenas descritas são realmente belas. Nessa narrativa lírica, a força das imagens é fundamental. E algumas, por sua delicadeza, realmente ficam na memória.
"Tal vez ella pensara:?¿Quiénes serán ese hombre enlutado y ese burrillo
de plata?
¡Quiénes íbamos a ser! Nosotros... ¿verdad, Platero?"
"Platero, ¿verdad que tú nos ves? Sí, tú me ves. Y yo oigo en el poniente
despejado, endulzando todo el valle de las viñas, tu tierno rebuzno lastimero..."