spoiler visualizarMarina 25/08/2022
“Eu me lembrava de que o mundo real era vasto, e que uma quantidade enorme de esperanças e medos, de sensações e emoções, estava à espera daqueles que ousassem sair por ele agora, buscando, em meio a seus perigos, o verdadeiro conhecimento do que é a vida.”
Jane Eyre era o livro favorito de Anne (with an E) e este foi meu primeiro contato com a obra. Depois, uma amiga fez um post no Instagram dizendo que achava a história linda e inspiradora. Aí, pronto: o livro foi pra minha lista de desejos e eu passei meses namorando uma edição de capa dura que custava caríssimo pro meu bolso naquela época.
Um dia, numa ida ao sebo para trocar alguns livros, encontrei uma edição que não era como a que eu queria, mas estava em ótimo estado e eu pensei: "se eu realmente gostar, depois posso comprar a edição em capa dura e troco esta novamente". Hoje, depois de terminar a leitura, só digo uma coisa: ainda bem que eu não comprei a edição cara. (kkkkrying)
Ao iniciar a leitura, minha primeira impressão foi ótima. "Vai se tornar um dos meus preferidos", pensei. Eu amei Jane Eyre criança, enfrentando os primos e afirmando para a tia que ela não era a criança má que eles diziam ser, e estava super empolgada. Porém, a Jane da mansão de Thornfield começou a me causar uma estranheza, um incômodo que eu não sabia descrever (veja, não que eu não gostasse dela, mas senti que a Jane adulta me decepcionou um pouco - e a autora também).
Sobre a história, eu achei um enredo esquisito e fraco. Não no sentido de não ser algo marcante para quem lê, pois eu não acho que vou esquecer tão fácil dos acontecimentos do enredo, mas não achei a escrita tão boa a ponto de criar uma empatia profunda em mim (um exemplo: o capítulo em que Jane narra suas dificuldades na rua, passando fome e pedindo por restos de comida não foi algo que me tocou; achei uma escrita fraca mesmo). Além disso, o sr. Rochester é um dos personagens mais chatos que eu já li e eu achei uma construção totalmente sem sentido que ele tenha feito uma moça aleatória acreditar que ele iria se casar com ela para "enganar" Jane e saber se ela tinha qualquer sentimento por ele. Tipo, oi? (Seja homem, rapá!)
De qualquer maneira, apesar da minha decepção, li até o final e não desmereço a postura da Jane - apesar de achar algumas coisas bem desnecessárias, reconheço que ela foi uma personagem que pensava à frente do seu tempo (nem sempre, né? Mas pensava). Cá entre nós, posso até entender o porquê de ser o livro preferido da Anne de Green Gables, que também era meio chatinha no começo da série. De qualquer maneira, é um bom livro e a leitura vale a pena se você gosta de clássicos e de protagonistas femininas.
Eu não gostei muito. Talvez por ter uma expectativa diferente, me decepcionei. Mas é apenas a minha opinião e ela não diminui em nada qualquer opinião contrária a minha. De certa forma, fico até feliz por esse pensamento crítico, afinal, se a gente gosta de absolutamente tudo o que lê, talvez não esteja realmente pensando criticamente, não é mesmo?
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