spoiler visualizarJennifer.Cavalheir 02/05/2024
Dolorosamente maravilhoso
Neste livro começamos com nosso herói, Saphira e seu primo/irmão ao resgate de Katrina na cova dos nojentos e repugnantes Ra’Zac. Fiquei com o coração na mão quando Saphira foi lutar com os genitores deles sozinha, mas depois percebi que ela estava era feliz com isso. E esse Eragon indo lutar sem espada hein? Que bom que ele tem a magia com ele... Enfim, eles conseguem vencer esses bichos imundos, vingando a morte de Garrow e de Brom, resgatam Katrina e inclusive Eragon salva até mesmo o ordinário do Sloan, sem contar para ambos. Não discordo das atitudes de Eragon para com Sloan, afinal ele é um Cavaleiro de Dragão, não o carrasco ou o juiz de alguém. Ele mata outros por necessidade, porque ele está incluído nessa guerra até o pescoço. Me doeu como doeu neles o fato de Eragon e Saphira terem se separado, mesmo que temporariamente. O bom que pelo nessas andanças do Eragon sozinho, ele pôde encontrar Arya que tinha ido ao seu “resgate” já que ele se encontrava no meio do território do império sem Dragão e sem ao menos uma espada e nesse momento o autor pôde desenvolver um pouco mais da relação dos dois. Mas assim, eu pessoalmente prefiro Eragon sozinho, acompanhado de Saphira, do que tendo um relacionamento romântico com Arya, não sei porquê, na minha cabeça esses dois não combinam, mas só lendo o restante pra ver...
Aqui temos capítulos nas visões de Roran e Nasuada também e confesso que os dela foram os mais chocantes, que me causaram angústia e mais uma vez ela me surpreendeu com sua coragem, força e sabedoria, mostrando que ela é uma boa líder e pensa muito nos Vardens acima de tudo, mesmo que tenha que passar por um desafio tão doloroso como cortar a si mesma.
Roran por sua vez luta por Katrina, por seu filho que estar por vir e a esperança de que um dia ele irá voltar pra sua fazenda e viver em paz com sua família. Em todo momento ele mostra o quanto é forte e determinado, digno de ser primo de Eragon ou o contrário já que ele é o mais velho. Katrina está certíssima ao dizer que ele poder ser considerado mais guerreiro do que qualquer outro ali, até mesmo que o primo porque ele luta sem se valer da magia, de um Dragão ou qualquer outra coisa parecida. Ele vai com suas mãos, seu martelo e sua força e determinação, mesmo que isso inflija a ele punições por desobedecer às ordens de seus superiores. Não importa, concordo com ele e dou apoio. Se for pra manter o máximo possível de pessoas vivas, ele tem que se impor mesmo. Gostei muito dele mostrar a Nasuada que obedeceria ela sim, mas só depois do seu casamento e que era pra ser Eragon a fazê-lo. Depender dela, ele já estaria lutando e morrendo sem ao menos deixar Katrina com uma segurança. Enfim, gostei bastante da evolução dele até aqui e confesso que estava desanimada pra ler essas partes dele e de Nasuada, mas eu leio mesmo assim e recomendo lerem, porque vai que pra frente essas histórias se conectam de alguma forma.
Uma novidade desse livro e que amei bastante é que tem capítulos da visão de Saphira. Achei engraçado a forma como ela nomeia as coisas tipo água-não-boa-para-beber ou cavalos-que-ela-não-podia-comer e principalmente Eragon-seu-parceiro-do-coração-e-da-mente. Aqui podemos ver o quanto ela é orgulhosa de si mesma e o quanto ama e sente falta do seu Cavaleiro, ao ponto de decidir, caso ocorra algo com ele, ir sozinha matar Galbatorix, mesmo que morra na tentativa. Essa relação deles me lembra a do pobre Murtagh que quando foi atacar de novo, tanto seu dragão quanto ele demonstraram não querer mais obedecer a ordens de Galbatorix e ficaram esperançosos ao saber de Eragon que poderiam se livrar da terrível escravidão que foram submetidos. Eu não vejo à hora de vê-los livres, tenho muito carinho por Murtagh e até mesmo por Thorn, sem ao menos conhecê-lo ainda.
No decorrer da história acontecem muitas outras coisas: a chegada dos 12 elfos para ajudar Eragon; o ataque inesperado dos soldados do império que pareciam não morrer junto com a aparição de Murtagh e Thorn; o casamento de Roran e Katrina cuja cerimônia Eragon fez; a visita dele as pessoas que ele roubou ou que o ajudaram, como o Jeod, que também lhe deu um livro e informações valiosas, uma delas sobre sua mãe, que o deixou triste por saber o que ela fazia; a tentativa de Eragon em retirar a maldição de Elva e o fato dele conseguir em parte, mas a garota se revoltar quando ele pensou em tentar de novo mostrando o quanto a menina pode ser perigosa pra todo mundo ali; a segunda separação de Eragon e Saphira e a volta dele para Tronjheim a mando de Nasuada (fiquei com raiva dela por isso, mas já passou), cujo objetivo era acelerar o processo de escolha do próximo Rei Anão; a tentativa de assassinato de Eragon por mandato de um dos líderes dos treze clãs anões e como isso ajudou seu grande amigo e irmão de clã Orik a ser o novo Rei e depois disso a tão esperada volta dele para seus mestres Oromis e Glaedr, mesmo que tão rapidamente.
Nessa parte eu confesso que chorei rios. Eu já estava conformada de Eragon ser irmão de pai e mãe de Murtagh, mas depois da grande revelação, eu fiquei muito emocionada ao saber que eles são só meio-irmãos. Não que tivesse problema Morzan ser o pai de Eragon porque confio no meu menino e sei que ele jamais seria que nem aquele monstro, assim como Murtagh, mas saber que um grande personagem tal qual acompanhou e ensinou tantas coisas para Eragon, ser um de seus genitores e saber também o quanto a mãe dele se sacrificou para mantê-lo vivo e em segurança, me deixou bastante abalada e feliz, principalmente ao saber que Eragon aceitou os fatos de igual maneira e agora pode ter paz em seu coração a respeito de quem ser seus pais.
E fiquei revoltada com as informações a seguir. Galbatorix é mil vezes mais cruel do que imaginei. Tirar forças de sua magia, ter tanto poder em cima de usar a força de seres que apenas gostariam de descansar é repugnante, é nojento. Espero que morra logo e que Shruikan não seja como ele. Como ambos não são ligados e pelo que dá a entender o dragão não está com ele por livre e espontânea vontade e tenho esperança que com a morte de Galbatorix, ele, Murtagh e Thorn sejam livres.
E então veio o grande final. Como sempre o autor fechando o livro com mais batalhas das quais Eragon e Saphira ajudam imensamente sempre, apesar dos dois estarem exaustos e se sentirem sufocados com isso, mas a parte mais dolorosa disso tudo aconteceu em outro canto, em Gil’ead. Aqui meu coração foi arrebatado de tristeza pela perda de dois personagens tão amáveis e tão importantes, não só para mim, mas principalmente para nossos protagonistas. O humor negro disso tudo é que Eragon cogitou a dizer que Brom e Oromis eram mais seus pais do que Morzan. E Saphira se sentiu tão apegada ao grande dragão dourado como se sentiu ao Eragon e agora... Dor e lágrimas são o que me definem nesse final.
Todos os livros dessa saga me encantaram muito, difícil dizer qual meu favorito, mas sem dúvidas Brisingr vai ter um lugarzinho especial no meu coração. Mal vejo à hora de ler o último livro, ao mesmo tempo em que quero adiar um tempinho porque não quero terminar rapidamente essa saga e porque preciso processar tudo até agora. E também estou ansiosa para ler o livro de Murtagh e ver as coisas do ponto de vista dele.