O bem-amado

O bem-amado Fabrício Carpinejar
Dias Gomes




Resenhas - O Bem-Amado


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Alexandre Kovacs / Mundo de K 12/01/2017

Dias Gomes - O Bem-Amado
Editora Bertrand Brasil (Grupo Editorial Record) - 126 Páginas - Relançamento de 2014 em uma série de livros de Dias Gomes com novo projeto gráfico.

Uma boa definição para que um texto possa ser considerado "clássico" é que ele seja atemporal e universal, condições atendidas na comédia "O Bem-Amado, farsa sociopolítico-patológica em 9 quadros" de Dias Gomes (1922-1999), um marco da dramaturgia nacional, que deve muito de sua popularidade à adaptação para telenovela escrita pelo próprio Dias Gomes em 1973. É estranho pensar como houve um tempo na TV brasileira em que se produziam novelas com este nível de qualidade. A Editora Bertrand Brasil, Grupo Editorial Record, relançou em 2014 vários títulos da obra de Dias Gomes, incluindo "O Pagador de Promessas" e "O Bem-Amado" em uma série com um novo projeto de identidade visual.

Odorico Paraguaçu é o prefeito corrupto de Sucupira, pequena cidade de veraneio fictícia do litoral baiano. Ele foi eleito com base em uma plataforma política incomum, prometeu construir o primeiro cemitério da cidade e realmente cumpriu a sua promessa eleitoral, com base no desvio de verbas públicas, mas não consegue inaugurar a sua obra devido à súbita ausência de mortes em Sucupira. Para conseguir superar este "imprevisto" planeja uma série de ações nada éticas, sempre com o apoio de suas fervorosas correligionárias, as irmãs Cajazeira: Doroteia, Dulcineia e Judiceia, além da ajuda de Zeca Diabo, um cangaceiro arrependido, que é convocado pelo prefeito na esperança de que o mesmo possa voltar à sua antiga prática homicida, permitindo assim finalmente inaugurar o cemitério local. Em política, como afirma Odorico Paraguaçu nesta maravilhosa sátira aos nossos governantes, "os finalmentes justificam os não obstantes", qualquer semelhança não é, obviamente, mera coincidência.

Tão relevante quanto ler o texto original da peça, mais de 50 anos após o lançamento, e constatar a extrema atualidade da obra com os fatos recentes da política nacional, foi conhecer o texto preparado por Dias Gomes como introdução ao programa da produção carioca encenada no Teatro Glaucio Gill em 1970 (ler abaixo). Este texto resume as limitações das produções teatrais da época (as mesmas de hoje), assim como a formação do típico político brasileiro que, apesar da época de exceção em que a peça foi encenada, ainda é muito semelhante aos representantes da nossa classe política na atualidade "porque são frutos não da prática da democracia, mas da alienação e do oportunismo dos governantes, eleitos ou nomeados, escolhidos ou impostos." Antes de mais nada, "O Bem-Amado" ainda é um texto delicioso para todas as idades e que se lê com prazer de uma só vez, sem conseguir parar, posso garantir.

"De todas as minhas peças, foi esta a que teve vida mais acidentada. Sua primeira versão data de 1962. Do tempo em que escrever uma peça com 15 personagens e esperar que ela fosse encenada não era, como hoje, sinal evidente de desajustamento ou debilidade mental, reclamando para o seu autor internamento urgente numa clínica especializada. Hoje, os empresários não leem mais peças, contam as personagens. E quando estas excedem de três, olham para nós com cara de espanto:
— Para que tudo isso? Quer que haja mais gente no palco do que na plateia?
E devolvem a peça, obrigando-nos a pedir desculpas pelo nosso delírio de grandeza.
— Quinze personagens! Por que você não escreve uma ópera? Teatro é a arte da síntese!
E o Teatro Brasileiro parece que caminha brilhantemente para a síntese total: todas as personagens numa só. E não está longe o dia em que, na plateia, haverá também um único espectador — a maravilhosa síntese de todos os outros! Teremos então alcançado a perfeição.
Por isso, como 'Odorico' não foi encenada imediatamente — vendi o seu argumento para um filme que nunca foi feito —, passados oito anos, parecia antediluviano sobrevivente de uma idade perdida quando surgiu um jovem e audaz produtor querendo levá-la à cena. Confesso que, a princípio, não acreditei. Naturalmente ia me pedir para fundir todas as personagens em duas ou três etc. Mas não, permitiu até que entrasse mais uma, um vira-lata. Espantoso! E tudo isso acontecendo no estado da Guanabara, onde o Teatro é olhado como uma praga que é preciso extinguir, coisa que ofende mais as narinas de certas pessoas que os peixes que morrem diariamente na lagoa. Fantástico.
Bem, mas aí está 'Odorico' em cena, por mais fantástico que pareça. Esta peça pertence a uma fase em que a dramaturgia brasileira procurava pesquisar nossa realidade, fazendo uma espécie de tipificação do nosso povo. Odorico Paraguaçu é um tipo de político que — embora a prática de eleições pareça já coisa do passado — é bastante comum, não só no interior como nas grandes cidades. É claro que o grau de demagogia e paranoia é variável. Mas o processo é o mesmo. E não se pense que a proibição do povo de eleger livremente seus candidatos nos livra dos Odoricos provincianos ou citadinos, estaduais ou federais. Eles existem e continuarão existindo, com maior ou menor extroversão, porque são frutos não da prática da democracia, mas da alienação e do oportunismo dos governantes, eleitos ou nomeados, escolhidos ou impostos." — Dias gomes, 1970.
Marta Skoober 12/01/2017minha estante
"É estranho pensar como houve um tempo na TV brasileira em que se produziam novelas com este nível de qualidade." Concordo plenamente!


Alexandre Kovacs / Mundo de K 13/01/2017minha estante
Melhores resultados eram obtidos com menores orçamentos, mas roteiros de qualidade e atores de verdade.


Marta Skoober 14/01/2017minha estante
Mas acho que o estrago foi feito pela busca irrefreada por merchandising. Aí perderam a mão, subsituiram qualidade por plasticidade.
Mas é só uma opinião.


Marta Skoober 14/01/2017minha estante
Não estava nos planos, mas depois dessa resenha "O bem amado" sairá das prateleiras para uma saborosa releitura.
Obrigada por compartilhar.


Alexandre Kovacs / Mundo de K 14/01/2017minha estante
Marta, sem dúvida o excesso de merchandising contribuiu muito para comprometer a qualidade das novelas, contudo o ponto principal mesmo são os roteiros pobres e atores/atrizes que na verdade são modelos. Vale a pena revisitar este texto no nosso momento político atual. Imagina que até impeachment é sugerido em uma parte da narrativa!


Marta Skoober 14/01/2017minha estante
Não lembro de muita coisa e reler algumas obras é um dos hábitos que estou tentando resgatar.

No que diz respeito aos roteiros fracos e modelos substituindo atores eu concordo plenamente, mas ainda acho que a origem é atender a interesses outros que não a qualidade da obra. E como tem público, então...




Katia Rodrigues 13/07/2021

Povo de Sucupira!
Resumo da realidade política brasileira, apresentada através de uma perspectiva irônica, além de extremamente engraçada.

Odorico Paraguaçu: "Agoramente já investido no cargo de Prefeito, aqui estou para receber a confirmação, a ratificação, a autenticação e por que não dizer a sagração do povo que me elegeu.
Eu prometi que o meu primeiro ato como Prefeito seria ordenar a construção do cemitério.
Botando de lado os entretantos e partindo pros finalmente, é uma alegria poder anunciar que prafentemente vocês já poderão morrer descansados, tranquilos e desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de Sucupira. E quem votou em mim, basta dizer ao padre na hora da extrema-unção, que tem enterro e cova de graça, conforme o prometido"


Ig: @ingrisias
Thales 13/07/2021minha estante
"Em política, dona Dorotéa, os finalmentes justificam os não obstantes"

Eu preciso urgentemente que a Bertrand baixe os preços das peças do Dias Gomes, craque demaisss


Katia Rodrigues 13/07/2021minha estante
Aiii, nem me fale, é cada facada. Tô louca pra ler as outras, tô só esperando um surto de consumismo meu pra comprar ?


Thales 13/07/2021minha estante
??


Carolina.Gomes 21/07/2021minha estante
Sensacional!!




Vania.Cristina 06/02/2024

Quando os finalmentes justificam os não obstantes
Texto escrito originalmente para o teatro, estreou nos palcos em 1969. Em 1973, o próprio autor fez uma adaptação para a televisão, que veio a se tornar a primeira novela brasileira à cores e a primeira a ser transmitida em toda a América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. O sucesso foi estrondoso, tanto de público quanto de crítica. Em 1973, ganhou o prêmio de Melhor Novela concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, e em 1984, ganhou, no México, o Festival Internacional de Televisão.

Vou confessar pra vocês que em 1973 eu era uma criança de 9 anos. Pois é, já estou velha (mas firme e forte aqui). Eu me lembro de assistir a novela com minha mãe. E foi uma experiência de tal forma marcante em mim (e no povo brasileiro) que foi impossível não ver os atores em cena na minha cabeça enquanto, agora, fazia a leitura.

Peguei o livro apenas para dar uma espiadinha antes de dormir, e ele me capturou. Em algumas horas já tinha terminado. E não foi só uma leitura nostálgica, foi engraçada. Fiquei com um sorriso no rosto durante todo o tempo e cheguei a gargalhar no silêncio da madrugada.

A história se passa numa minúscula cidade do litoral baiano, chamada Sucupira. São quinze personagens em cena, mas tudo gira em torno de Odorico, candidato a prefeito da cidade. Ele não é bonito mas tem "um certo magnetismo pessoal", fala palavras difíceis e sua figura "impressiona e convence". Sucupira não tem cemitério, seus mortos têm que ser enterrados nas cidades vizinhas. Vendo aí uma oportunidade, Odorico promete que, se eleito, construirá um cemitério para Sucupira.

O apelo popular de Odorico acaba lhe trazendo a vitória, e ele constrói o cemitério desviando dinheiro da Educação e de outras pastas. A oposição reage dizendo que as prioridades eram outras. Odorico espera ansiosamente o primeiro defundo para a inauguração, com banda e pompa. No entanto, a cidade é tão pequena e tão pacata que, desde que o novo prefeito assumiu, ninguém morre.

Odorico faz de tudo para resolver o problema, até que resolve perdoar e convidar um assassino, que fugiu a muitos anos, a voltar para Sucupira. O célebre Zeca Diabo. Para garantir facilidades, o nomeia delegado.

Gente... sério... é hilário.

Os personagens são todos muito bons, e formam, de um jeito caricato, um microcosmo do Brasil: o jornalista que lamenta que na cidade não tem crime nem desastre, as beatas hipócritas e safadas, o padre que serve aos interesses do poder, o coronel decadente, o artista que é chamado de vagabundo, os funcionários públicos que não recebem, e Odorico, com sua politicagem em prol de si mesmo.

Esse livro não envelheceu nada, Odoricos não faltam nesse Brasil. E como nos lembra Dias Gomes, esse tipo de política não é fruto da democracia, mas da alienação do povo e do oportunismo dos governantes.
Regis 12/02/2024minha estante
Que resenha fantástica, Vânia!??
Já assisti a série no Globo play e, realmente, é hilária. Vou colocar na lista para o final do ano, pois a série ainda está vívida na memória.


Vania.Cristina 13/02/2024minha estante
Obrigada, Regis! ? Leia sim. É leitura rápida que recomendo.




Leitora Viciada 09/11/2014

A Bertrand Brasil está republicando as obras do brasileiro Dias Gomes em uma nova e moderna coleção. A princípio, os leitores podem encontrar nas lojas as novas edições de O Pagador de Promessas e O Bem-Amado, lançados em setembro de 2014. Em breve, mais títulos estarão disponíveis.
O projeto gráfico é da Oporto Design, trazendo capas em cores alegres com ilustrações de Alexandre Venancio. Já o material é agradável ao toque e o título é em relevo. A diagramação é básica e as páginas, levemente amareladas.
É um livro breve, de narrativa fluida, simples e inteligente, com diálogos ricos, satíricos e dinâmicos. Portanto, não é necessário muito tempo para a leitura, mas as reflexões sociais, culturais e políticas são bem amplas.
Do autor, eu apenas lera O Santo Inquérito em minha época de escola. Sempre gostei de ler e a experiência com Dias Gomes foi positiva e uma surpresa, pois na época pensei que seria entediante. Portanto, fiquei animada para ler novamente o autor e escolhi O Bem-Amado.
Uma obra que deve ser lida por todos os brasileiros. As discussões e observações sobre o cenário político do Brasil e a forma como o poder é exercido são inúmeras. O Bem-Amado é uma boa sugestão de leitura reflexiva: Sem ser chata. Direta e cômica, a história retrata ironicamente o relacionamento dos políticos com o povo, através de críticas e humor negro.

O Bem-Amado: farsa sociopolítico-patológica em nove quadros chega a sua 12ª edição, trazendo uma mini-biografia e nota do autor, informações sobre a história da obra, lista de personagens e o texto da peça. Conforme o subtítulo, o desenvolvimento do enredo é feito em nove atos diferentes.
A narrativa é em terceira pessoa, feita de um modo diferente. Esta poderá ser uma novidade para a maioria dos leitores, raramente acostumados a ler obras em formato de teatro.
Consequentemente, as introduções e descrições das cenas e personagens antecedem a ação e a guiam. É interessante e executada brevemente, portanto, é uma leitura perfeita para quem gosta de textos rápido e diretos, e desgostam de detalhamento. O autor ilustra facilmente os elementos e auxilia o leitor a visualizar a cena, deixando espaço suficiente para a imaginação. O livro funciona como um bom exercício para a criatividade, e será muito fácil para o leitor criar com a escrita simples, mas brilhante, de Dias Gomes. Uma prova de que uma história quando é boa não necessita de nenhum floreio literário para entreter o leitor.
Então, os diálogos são em discurso direto e fundamentais à trama, assim como as indicações de quem entra e sai de cena. É uma experiência espetacular perceber como a fórmula teatral funciona, deixando infinitas aberturas para a obra ser trabalhada em outras mídias. Por isso funciona tão bem em qualquer adaptação, seja na televisão, no teatro, no cinema.... Pode ser ajustado até mesmo para histórias em quadrinhos.
Definitivamente, Dias Gomes era talentoso e genial, além de visionário. Incrível como ele teceu histórias que, décadas depois, ainda se encontram atuais; como suas personagens são icônicas, vivas e representam a realidade brasileira.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2014/11/o-bem-amado-de-dias-gomes-e-bertrand.html
Luh.demarchi 11/11/2017minha estante
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Leitora Viciada 11/11/2017minha estante
Não entendi seu comentário.




@eu_rafaprado 02/07/2023

O Prefeito Odorico
O Bem Amado - Dias Gomes.
5 de 5 ?? 126 páginas ( Tempo médio de leitura 4 horas).
O povo de Sucupira me acompanhou essa semana nas leituras da madrugada, naquele momento em que o sono vai embora, o Kindle tá sempre do lado pra me salvar.
- O Prefeito Odorico, finalmente eleito , cumpre sua promessa e constrói o cemitério na cidade, o que ele não esperava é que o durante os anos de mandato ninguém se atreveria a morrer pra inaugurar o campo santo.
Indignado começa a armar diversas tramoias para se livrar da vergonha do cemitério não utilizado.
Escrito em 1962, essa peça de teatro que já foi adaptada para o cinema e para a televisão, traz muitas semelhanças no que diz respeito a nossa política, acredita que o Odorico vendo que tava perdendo a credibilidade resolveu inventar um atentando contra si próprio para emocionar o povo e voltar a ser o centro das atenções? Pois é!
Uma leitura rápida e muito divertida!
Andre234 02/07/2023minha estante
Vc precisa ler o santo inquérito - crítica religiões e o berço do herói - critica a figura do herói que salva a população, os populistas, recomendo os dois livros e tb são curtinhos


Gilmar 03/07/2023minha estante
muito bom!




LetAcia.SAlva 15/09/2016

Letícia Silva 1º ´A`_ O Bem Amado
O Bem Amado foi escrito em 1962 por Dias Gomes, tem como gênero a tragicomédia É um ótimo livro de um enrredo maravilhoso , muito engraçado que prende a atenção do leitor de uma forma surpreendente, trata do trágico com um humor único adorei o livro! . A história se passa em uma cidadezinha pacata do litoral baiano, os fatos giram em torno da ausência de um cemitério municipal. Inicialmente chegam Zélão e Mestre Ambrósio dois pescadores de muito tempo, carregando em uma rede um defunto que encontraram estirado na praia, até que resolvem parar na venda de Dermeval ao lado da praça da cidade para beber, ao chegar lá discutem o fato de ser preciso andar três léguas para se enterrar um defunto e o quão absurdo aquilo se mostrou para todos presentes , é quando coronel Odorico chega ao estabelecimento e diante de tal situação indaga a todos se está certo aquela situação que uma cidade que não respeita seus mortos não poderia ser respeitada pelos seus vivos e que se fazia necessário a construção do cemitério municipal , empolgado Odorico sobe no coreto que fica ao lado e anuncia sua candidatura aos conterrâneos, com a promessa da construção desse ´´Descanso eterno´´ é muito bem recebido e apoiado menos pela oposição é claro. Com isso consegue se candidatar e como seu primeiro feito cumpre sua promessa porém desviando dinheiro de outras obras publicas também importantes ; tem como seu secretário Dirceu um caçador de borboletas de aparência não muito atraente casado como Dulcinéa irmã de Judicéa e Dorotéia professora da cidade por quem Odorico apresentava grande fascínio.
O cemitério fica pronto , o tempo passa, mas na calma cidade ninguém morre, na delegacia o carcereiro cria é galinha nas celas, e Moleza o coveiro passa o dia dormindo nas covas que cava e a partir dessa aparente falta de serventia da obra construída gera polêmica no jornal municipal e na boca do povo, acusado de desviar dinheiro publico para obra inútil e sem serventia, Odorico vê como solução para a falação do povo, a inauguração do cemitério mas isso precisaria que alguém morresse para ser o primeiro a ser enterrado, porém não tinha jeito isso não acontecia de forma alguma. Então o prefeito começa a agir e descobre que um primo de Dorotéia que mora em outro estado esta com uma doença terminal, manda então que ele fosse para Sucupira morrer la, Passam-se alguns meses e por milagre o tal moço se recupera como segunda tentativa chama de volta a cidade Zeca Diabo um cangaceiro antes expulso da cidade por matar uma família inteira, é então nomeado novo delegado para poder fazer o que quiser com as pessoas sem punição da ´´lei´´, Odorico se decepciona mais uma vez o moço se converte e diz que seria de fato uma pessoa da lei e que não mataria nunca mais. Como uma terceira tentativa o Prefeito vê no ciumento Dirceu seu secretário que por mais que casado fazia voto de castidade e como um caçador de borboleta que só pensava nisso não era visto pela sociedade como alguém verdadeiramente homem. Odorico envenena Dirceu contra sua esposa Dulcinéa, dizendo que ela o traia com Néco Pedreira jornalista da cidade e líder da oposição, ele dá a Dirceu uma arma e diz que os supostos amantes estavam no jornal a trombeta, a intenção inicial era que fosse morto Néco para assim derrubar a oposição porém não é isso que acontece Dirceu mata com seis tiros consecutivos sua esposa.
O que é motivo de muita alegria para ele já que almejava tanto a inauguração do cemitério, lhe parecia um sinal que seus problemas seriam resolvidos alegando que naquela cidade que não morria ninguém finalmente isso acontecera, muito empolgado chama a banda da cidade que ensaiava a marcha fúnebre a um ano, prepara tudo no cemitério para enterrar o defunto e nos últimos momentos chega Hilário tio da falecida dizendo que seu pai tinha deixado em testamento que suas três filhas deveriam ser enterradas junto a ele na cidade vizinha , ao ler esse testamento Odorico fica indignado e não quer aceitar perder seu tão esperado defunto porem é inevitável.
Após tudo isso Néco Pedreira vai a delegacia de Sucupira e conversa com Dirceu que está preso por conta do assassinato, ele conta a Néco tudo o que aconteceu e a culpa que o prefeito tem na morte de Dulcinéa vai a tona e todos ficam contra mesmo.
Preocupado com a acusação Odorico chega a conclusão de que precisa fazer algo para mudar essa difícil situação e resolve se fazer de vitima forjar um atentado contra ele mesmo, bagunça toda a sua sala e chama Zeca Diabo para fingir tentar o matar mas Zeca revoltado com os últimos acontecimentos diz que não vai fingir atentado coisa nenhuma e sim o assassinaria de verdade ainda pede que ele se defenda, dessa forma Odorico Paraguaçu morre e se concretiza sua tão almejada inauguração do cemitério municipal que por ventura acontece por ele mesmo.
LetAcia.SAlva 15/09/2016minha estante
Resenha postada Luciane!!!


Luciane.Bastos 22/09/2016minha estante
Letícia, fico muito feliz porque você realmente abraçou este trabalho. Em todas as etapas, você deu o melhor de si. Parabéns! Nesta última etapa, você mais uma vez brilhou muito, foi maravilhosa! Nota: 2,0.




Marta Skoober 24/02/2021

E no final qualquer semelhança será mera coincidência, ou será que qualquer coincidência será mera semelhança?
24.02.21
regifreitas 28/02/2021minha estante
essa é uma obra que releio de vez em quando, e nunca cansa! felizmente (para a literatura), infelizmente (para nossa realidade), é daquelas que serão atemporais!


Marta Skoober 28/02/2021minha estante
Verdade!




Davi.Gomes 18/09/2016

O Bem amado 1º A
O Bem amado de Dias gomes é um livro muito engraçado, divertido conta a historia de uma cidadezinha chamada sucupira que não tem um cemitério para enterrar seus mortos Odorico preocupado com a situação se candidata a prefeito de Sucupira e ele ganha as eleições para prefeito durante seu mandato ele corta gastos necessários para construir seu cemitério com isso ele constroi,mas ninguém morre então ele durante todo o livro ele tenta fazer com que alguém morra para inauguração de seu cemitério mas Odorico também inventa falsa traição de Dulcinéa para Dirceu mata ela finalmente alguém morre Hilário tio da falecida chega dizendo que Dulcinéa deveria ser enterrada em outro município, Odorico entre outros ele contrata um matador Zeca Diado para matar alguém mas ele não mata pois o mesmo prometia assim mesmo que nunca mais mataria oposição de Odorico pesquisa sobre a morte de Dulcinéa e descobre que Odorico esta por trás do assassinato então ele chama Zeca Diado para fingir um atentado contra ele mas Zeca Diado o mata de verdade finalmente o cemitério é inaugurado.
Luciane.Bastos 22/09/2016minha estante
Seu texto está muito desconexo; faltou uma boa revisão textual! Nota: 0,5.




Jean.Mesquita 21/09/2016

O Bem amado
O prefeito Odorico Paraguaçu tem como meta prioritária em sua administração na cidade de Sucupira, litoral baiano, a inauguração do cemitério. De um lado é apoiado pelas irmãs Cajazeiras. De outro, tem que lutar com a forte oposição liderada pela delegada de polícia Donana Medrado.

Maquiavelicamente o prefeito arma tramas para que morra alguém, sendo sempre mal sucedido. Nem as diversas tentativas de suicídio do farmacêutico Libório, um tiroteio na praça, um crime e a chegada de Zeca Diabo, um cangaceiro matador, lhe proporcionam a realização do sonho.

Como se não bastasse, Odorico ainda tem que enfrentar os desaforos de Juarez Leão, médico personalístico que se envolve com sua filha Telma e que faz um bom trabalho em Sucupira, salvando vidas - para o desespero de Odorico.
O livro é um formato teatral de facil e rapidíssima leitura. Dias Gomes e foi um dos maiores dramaturgos que o país teve, consegue expor com muita frieza a cruel realidade da politica até os dias de hoje. A peça é de 1962.Muito bom o livro.
Luciane.Bastos 25/09/2016minha estante
Sua análise crítica poderia ter sido mais aprofundada. Nota: 1,0.




Marilia.Ducatti 25/04/2024

Gostaria bastante, leitura bem rapidinha e tranquila.
Li por conta da peça, geralmente não leio esses livros.
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Coruja 14/09/2011

Outra peça de teatro - engraçado como este ano elas entraram com força em meu cardápio literário...

O Bem-Amado é, provavelmente, a obra mais conhecida do baiano Dias Gomes, tendo sido adaptada para a televisão e o cinema várias vezes, a última no ano passado, com Marco Nanini no papel do prefeito Odorico Paraguaçu.

Retrato de uma situação inteiramente comum e atual da política brasileira, a peça conta a história dos esforços de Odorico em inaugurar o cemitério de Sucupira, cidade de veraneio onde todos parecem gozar de saúde invejável, as taxas de homicídio são nulas, doentes desenganados recuperam-se e assassinos confessos reformam-se.

Convenhamos que esse ão é o melhor quadro a se apresentar à oposição quando o cemitério - que consumiu e desviou todas as verbas do município - espera sua inauguração há mais de ano, sem nem um único defunto para enterrar.

A peça não é apenas atual, levando à reflexão da situação cada vez mais desalentadora da política brasileira, mas também é uma curiosa brincadeira lingüística, rica em neologismos a reforçar o caráter demagógico do bom prefeito Odorico, que ao fim e a cabo, conseguirá seu morto para enterrar... mas não do jeito que esperava.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Fimbrethil Call 14/01/2013

Sucupira é aqui!
eu tive que ler esse livro porque a cidade onde moro é muito Sucupira, só queria ter certeza, e agora eu tenho... as armações do prefeito e tudo, mu Deus!
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Larissa 12/03/2015

Belíssima leitura. Li pois fui atraída pelo filme à peça original.
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Prof. Edivaldo 25/08/2015

Prafrentemente...
Obra muito boa, narrativa bem construída, cheia de humor e fácil de ler. O Coronel Odorico é realmente uma grande figura política, além de criador, como político, de um vocabulário peculiar. Muito bom
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Davi.Gomes 18/09/2016

O Bem amado-Davi 1º A
O Bem amado de Dias gomes é um livro muito engraçado, divertido conta a historia de uma cidadezinha chamada sucupira que não tem um cemitério para enterrar seus mortos Odorico preocupado com a situação se candidata a prefeito de Sucupira e ele ganha as eleições para prefeito durante seu mandato ele corta gastos necessários para construir seu cemitério com isso ele constroi,mas ninguém morre então ele durante todo o livro ele tenta fazer com que alguém morra para inauguração de seu cemitério mas Odorico também inventa falsa traição de Dulcinéa para Dirceu mata ela finalmente alguém morre Hilário tio da falecida chega dizendo que Dulcinéa deveria ser enterrada em outro município, Odorico entre outros ele contrata um matador Zeca Diado para matar alguém mas ele não mata pois o mesmo prometia assim mesmo que nunca mais mataria oposição de Odorico pesquisa sobre a morte de Dulcinéa e descobre que Odorico esta por trás do assassinato então ele chama Zeca Diado para fingir um atentado contra ele mas Zeca Diado o mata de verdade finalmente o cemitério é inaugurado..
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