Tamiris Durigan 26/03/2023SuperestimadoAinda bem que não conheço ninguém no meu círculo afetivo que exalte as qualidades deste mangá. E na verdade, cheguei até ele de forma aleatória e se pudesse escolher, não teria perdido meu tempo.
Sim, a obra toda pode ser uma viagem pela psique humana. Sim, alguns personagens são interessantes (Nanjou, a maioral). Mas em grande parte, só dá para ver um protagonista super chato descamando e se tornando um psicopata. E a parte com aquela seita não ajuda o mangá em nada, uma vez que é completamente desconexa do resto.
Eu esperava nesse volume um final bem mais trágico. Achei que Punpun e Aiko fossem se matar juntos. No começo até fiquei tensa achando que ele de fato fosse matar ela. Mas é ainda pior ver que com tudo que Aiko sofreu, ela se afogou de vez e se suicida mesmo tentando impedir o suicídio do próprio Punpun e ele sai incólume. O protagonista passa por uma "redenção" que não fica clara, após pagar pelo crime que cometeu mas o fim dele e da Aiko não vêm a tona, provando que a vida real as vezes é uma bosta mesmo e alguns monstros que convivem em sociedade nunca são revelados. E pode ser qualquer um. No entanto, Punpun volta a ser desenhado como uma ave invés de uma besta, então talvez o mal nele seja contido por aqueles ao seu redor e pela Nanjou, que tem uma personalidade de aço dominadora e egoísta, que prende Punpun.
O fim desse volume pode indicar um ciclo, uma vez que o primo de Punpun nasce e também é desenhado com aquele deus esquisito no olho e nas últimas páginas, após um salto de tempo, vemos uma menina chegando e se apresentando na sala e o deslumbre de um dos alunos encarando ela, tal qual Punpun se deslumbra com a chegada de Aiko na infância. Será este aluno o novo integrante da família Onodera destinado a seguir os passos de seu primo mais velho doentio?