Jamile.Lucato 04/07/2023
Bridget Jones: um livro divertido, um diário problemático
O livro "O Diário de Bridget Jones" é uma obra cativante que conquista o público com seu estilo descontraído e sua abordagem divertida da vida da protagonista. Embora tenha uma grande base de fãs e tenha sido adaptado com sucesso para o cinema, há alguns aspectos do livro que merecem uma análise mais aprofundada.
No geral, eu daria ao livro uma classificação de 3 de 5 estrelas, considerando diversos elementos que me deixaram um pouco insatisfeito durante a leitura. Um desses aspectos que me incomodou foi como a protagonista, Bridget Jones, constantemente se preocupa com seu peso e se sente insegura por pesar 55 kg. Isso foi um tanto decepcionante, pois se trata claramente de gordofobia. A única coisa positiva nessa abordagem em relação ao peso foi que, quando Bridget emagreceu demais, seus amigos pareceram preocupados e não gostaram de vê-la tão magra.
Além disso, senti que Bridget Jones retrata um feminismo feio de ver. Ela demonstra uma aversão irracional por pessoas felizes, sugerindo uma falta de empatia e respeito por seus amigos. Embora personagens complexos possam ser interessantes, a protagonista parece desvalorizar qualquer forma de felicidade que não seja a sua própria, o que é um problema sério.
Em relação ao desfecho romântico do livro, devo confessar que fiquei decepcionada. Comparado à outra opção romântica apresentada à protagonista (sem dar spoilers), o desfecho escolhido pareceu previsível e insatisfatório, além de ter sido pouco explorado. Eu esperava que a narrativa oferecesse uma resolução mais intrigante e emocionalmente satisfatória, mas, infelizmente, isso não aconteceu.
No entanto, devo mencionar que gostei mais da adaptação cinematográfica do que do próprio livro. O filme conseguiu capturar o espírito divertido e autoconsciente da história, ao mesmo tempo, em que suavizou alguns dos elementos problemáticos presentes na obra original.
Resumindo, é uma leitura que pode entreter e divertir, mas não está isenta de falhas. Talvez, se eu tivesse lido o livro em 2000, teria gostado mais, já que é um daqueles livros que não envelheceu tão bem.