Liz 28/12/2011Talvez contenha spoilersEu realmente quero saber o que tem de tão bom nesse livro que tanta gente gosta. Sério, nunca vi personagem mais chata e mais fútil na vida que Bridget Jones. Esse livro deve ter sido feito para me afastar completamente do gênero chick-lit, que já nem gostava muito.
Bridget Jones é uma mulher de 30 anos que quer parar de fumar, beber, e ficar magra. Também quer que seus amigos e familiares deixem de importuná-la com a sua falta de namorado numa idade em que supostamente já deveria estar casada. Ela então decide que tem que alcançar essas metas de uma vez e resolve fazer um diário para ajudar a se organizar em sua épica missão. Nele ela anota, além de suas interessantíssimas aventuras, dados como quantos cigarros fumou, quantas calorias foram consumidas, etc.
Bom, é uma história tipicamente cotidiana, que poderia acontecer com qualquer um mesmo. Deve ter sido por isso que fez tanto sucesso. Mas eu realmente não gostei. Ficava muito irritada com o jeito que a autora descreve as mulheres, como se todas fossem idiotas e fúteis e só desse para ser feliz como uma se tiver muita grana e for magra. Além disso, Jones, que parece não conseguir pensar em nada mais a não ser em coisas do tipo, passa mais da metade do livro num rolo INSUPORTÁVEL com Daniel, seu chefe. Enquanto isso, eu lia esperançosa para ver Mark Darcy, um advogado ricaço com quem a mãe de Jones queria que a filha se casasse.
Pois é, eu só li mesmo porque me disseram que havia um tipo inspirado em Mr. Darcy. Um tipo que quase não aparece durante o livro, se encontrando com Jones pouquíssimas vezes. Então, na última página, eles viram namorados super apaixonados sendo que ela mal pensou no cara durante esse tempo. Desenvolvimento muito fraco.
Por fim, outra coisa que me incomodou foi que, muitas vezes, não parecia que estava lendo a história em forma de diário, mas simplesmente em primeira pessoa. Ninguém decora assim tantas falas durante o dia, e muito menos fica escrevendo nele a cada minuto quando não tem tempo a perder. Às vezes o estilo da escrita também me lembrava do twitter, muito mais do que um diário.
Só não dou uma estrela porque gostei de alguns dos personagens secundários, principalmente de Tom,o melhor amigo gay perfeito de qualquer mulher. Também porque, depois que Daniel se vai, finalmente aconteceram algumas coisas realmente engraçadas, além do dia em que Jones decide aprender a programar o videocassete – vou rir disso para sempre.
Termino a resenha com uma das poucas citações do livro que realmente gostei:
“Acho um tanto ridículo ser chamado de Sr. Darcy e ficar sozinho com cara de esnobe numa festa. É como se chamar Heathcliff e insistir em passar a noite inteira no jardim gritando ‘Cathy!’ e batendo com a cabeça numa árvore.”