spoiler visualizarCarlos588 12/06/2023
Ainda somos livres quando lançamos nossa liberdade fora afim de protegê-la?
Essa é a pergunta que o livro nos apresenta e, enquanto este arco não se fechar, não saberemos a resposta que o Kinugasa quer dar.
Todavia, a ideia do roteiro é magnífica. Vemos a consolidação dos foreshadowing que nos foram deixados anteriormente nos volumes 1 e 2 em que vários personagens mencionaram uma viagem a uma ilha em um cruzeiro de luxo. O que eles não sabiam, entretanto, era que a parada não seria tão afrodisíaca quanto imaginavam.
Passando para os spoilers:
A princípio e, mesmo agora ao término do livro, não me desce bem a ideia de uma escola colocar seus alunos por uma semana em uma ilha - ainda que relativamente pequena - para viverem sozinhos. Claro, dentro do livro, nos é mostrado que a escola ofereceu suporte - ainda que a maioria deles não seja de graça. Porém, a maneira como a ideia é executada é simplesmente magnífica e genial.
Vemos que o Kinugasa realmente sabia o que estava fazendo desde o princípio. Ele deixa indícios de Horikita doente ao longo de todo o livro e só nos é revelado no final. Vemos, ao término, que o Ayanokoji ser prestativo não era uma simples decisão de sua personalidade e nos é deixado o mistério de quem é o protagonista. Estamos o acompanhando já há 3 volumes e nada sabemos de seu passado, a não ser que seu pai quer expulsá-lo da escola e que possui mais habilidades do que demonstra. O quão habilidoso e talentoso é não se sabe. Todavia, depois de toda a maneira que ele destrinchou o acordo entre a classe C e a classe A (não sabemos o que a classe C receberia em troca, mas vimos que vários benefícios lhes foram concedidos) não imagino que tenha muitos personagens que possam bater de frente contra ele. No quesito estratégia, o menino Ayanokoji foi simplesmente impecável e imparável. A maneira como ele resolveu o teste não foi genial por si só, mas a maneira como ele evitou todas as penalidades para a classe D que foi o ponto chave. Ele virou um quadro aparentemente impossível e insolúvel. Não só imobilizou as outras classes, como venceu todas elas e não deixou a atenção sobre si. Simplesmente incrível. Ansioso por ver mais do garoto Ayanokoji em ação e, se continuar nesse ritmo, não deve demorar muito para que a classe D se torne a classe A.
Defeitos:
Todavia, nem tudo são flores e até as melhores obras tem defeitos. No caso de Classroom é sempre o mesmo: a escrita do Kinugasa. Em determinados momentos, ele consegue nos imergir perfeitamente na estória e na ambientação da mesma. Porém, o uso excessivo de palavras repetidas e os clichês de japonês adolescente médio comum me fazem pensar duas vezes antes de dar 5 estrelas para esse livro. Certamente que, se não fosse isso, seria muito bom. Claro, há a questão da tradução não ser boa e longe de perfeita, mas mesmo lendo a versão em inglês dá para perceber essa pobreza de vocabulário quando comparada a outras obras.
Volume magnífico e o melhor em minha opinião.