Thainá - @osonharliterario 11/12/2019Uma releitura cativante do original “O Barba Azul”Damien Leclerc fez, mesmo que contra a sua vontade, uma promessa ao seu pai quando o matriarca da família estava à beira da morte: para conseguir usufruir da fortuna deixada pelo pai o conde, até o momento o único herdeiro da família Leclerc, teria o prazo de 10 anos para se casar e ter um herdeiro. Essa promessa pode parecer banal para alguns, mas Damien já se casou três vezes, havendo um certo mistério e segredo que rondam a morte das esposas.
Após se passar sete anos, sendo atualmente o ano de 1804, Damien se encontra perdido. Agora com 28 anos, má fama e desfrutando de uma vida promíscua, cheia de bebedeiras e bordéis, o conde se encontra prestes a perder a sua fortuna. A sorte dele é que Michel, seu melhor amigo desde a infância, está disposto a ajudá-lo a encontrar sua alma gêmea e concretizar o que é exigido pelo testamento.
É por isso que Michel exige que Damien compareça ao baile da Madame Gauthier, o local perfeito para começar a mudar o que as pessoas pensam sobre o amigo e também para ele conhecer, quem sabe, a sua futura esposa. Mesmo que Damien não espere, será nessa noite inesperada que ele conhecerá a inteligente Camille Dubois, uma jovem que não liga para o que os outros dizem a respeito do conde e que se difere bastante do resto das mulheres de sua sociedade.
Camille está prestes a completar 21 anos, o que a coloca como principal alvo de sua mãe quando o assunto é conseguir um pretendente. Ela é alegre, sapeca e brincalhona, sempre adorando compartilhar as tardes ao lado da irmã mais nova.
Com uma ambientação na França, Camille e Damien explorarão as sensações de um primeiro amor, lutando lado a lado contra as fofocas da sociedade. Mas será que Damien diz a verdade quando afirma que não é o culpado pelas mortes das ex-esposas? Se isso é verdade, então qual foi a causa da morte delas? E afinal, que segredo é esse que Damien afirma em guardar para si e não contar para ninguém?
Confesso que o romance me surpreendeu de várias maneiras. Primeiro por ter uma escrita muito fluida e fácil, pois mesmo utilizando certas palavras de difícil compreendimento e desconhecidas para mim isso em nada afetou a fluidez da narração. Em segundo lugar por ter uma história romântica e engraçada que me tirou vários risos e suspiros.
Eu adorei os personagens, principalmente o casal principal, e posso dizer que isso é raro em romances (algo que me faz não ler com tanta frequência o gênero). O Damien é encantador e a Camille é inspiradora. Até os personagens secundários não ficam para trás, me conquistando cada um com seu jeitinho peculiar e único – e aqui abro um adento para o Michel, que foi o dono da maioria das minhas risadas -. Fiquei com saudades de todos depois que finalizei a leitura.
Assim como foi para mim, acredito que A Porta Trancada é um ótimo passo para quem quer começar a ler romances de época, já que a escrita não assusta e nem distancia o leitor da obra. Espero que esse romance nacional alcance o máximo possível de amantes do gênero e por isso aproveito para deixar aqui o meu agradecimento à autora por ter escrito essa obra tão cativante e apaixonante, sendo exatamente o que eu precisava no momento, mas que nem eu mesma sabia. Não percam a oportunidade de lê-lo, mesmo que você goste mais de romances contemporâneos, e desfrutem cada minuto ao lado dos personagens.
Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.
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