@samegui 04/03/2010
Irmãos sem rivalidade - é possível?
Como sabem, eu tenho dois filhos com apenas 2 anos e 5 meses de diferença de idade. São amigos e rivais ao mesmo tempo, como acontece sempre com irmãos! Venho de uma família grande, sou a mais velha de 4 filhos e lá em casa o relacionamento não era tão diferente do que é hoje com meus filhos: provocação e picuinhas constantes, que parecem ser só para chamar a atenção dos pais. No entanto, por outro lado, noto que eles são muito parceiros, unidos e amigos quando querem... enfim, é uma relação das mais complicadas e exigentes!
A obra é escrita por especialistas em relacionamento familiar (Adele Faber e Elaine Mazlish) que investigam as origens da rivalidade fraterna e oferecem dicas essenciais para incentivar o amor entre os filhos, interferir pacificamente nas brigas e estabelecer com cada rebento um diálogo amoroso. Amor é fundamental para conviver harmoniosamente com mais de um filho, mas acima de tudo acho importante darmos espaço para a individualidade de cada um, mas sem perder o foco no grupo familiar.
E não adianta sonhar e forçar uma vida sem confitos, pois ele é necessário para o desenvolvimento infantil. Segundo as autoras, de nada adianta "jogar para baixo do tapete” a mágoa e a raiva provocadas pelas brigas. Não dar atenção às consequências da rivalidade, assim como rotular e comparar os filhos, é muito perigoso e pode provocar danos permanentes nas crianças. "Podemos estimular as brigas ou tornar a cooperação possível. Nossas atitudes e palavras têm poder”, afirmam.
Conhecer histórias de famílias que vivenciam esses conflitos é bom porque nos faz entender as situações como naturais e não resultados de erros nossos, não é mesmo? Situações como a competição pelo amor e pela atenção dos pais; a inveja que um filho sente das conquistas do outro; o ressentimento que cada um sente pelos privilégios do irmão; as frustrações que eles acabam descarregando um no outro são exemplos do grande desafio de ter uma familia plural sem deixar de provar a cada filho que ele está seguro, é especial e amado.
"É preciso usar as emoções geradas pela rivalidade para o desenvolvimento de seres humanos mais sensíveis, conscientes e solidários. A forma como nos relacionamos com nossos filhos e os ensinamos a se relacionar, mesmo no calor da batalha, pode ser nosso presente permanente para eles”, concluem as especialistas.
Minha sugestão: se na sua casa a rivalidade estiver muito grande, aluguem o filme Zathura. Revimos no final de semana e ele é terno e competente (além de muito divertido, pois é de ação, uma aventura espacial) para fazer as crianças se colocarem no lugar dos personagens e buscarem uma nova forma de convivência feliz.
Publicado originalmente no site Mãe com filhos http://maecomfilhos.com.br/blog/blog.php?blog=Mzk0