spoiler visualizarDaniela.Dornte 07/03/2022
GENIAL!
O autor propõe a solução para a pobreza extrema mundial, fazendo um raio X da economia dos países e os dividindo em níveis de pobreza/riqueza e (sub)desenvolvimento.
Argumenta que há 200 anos atrás, todos os países eram pobres e houve avanço para todos. Porém, os hoje ricos (1/6 da população vivem em alta renda) se desenvolveram em grau um pouco mais elevado que os pobres e, a longo prazo, a diferença é brutal (os EUA em relação aos países paupérrimos é 21x mais rico).
Argumenta que planos teóricos, como os propostos pelos grandes economistas, sem análise individual, traz soluções inócuas, que não podem ser replicadas em larga escala nas nações miseráveis (40% da população), porque eles não alcançam o primeiro degrau do desenvolvimento.
Possibilidades econômicas de nosso tempo:
• Metas de desenvolvimento do milênio
• Acabar com a miséria até 2025
• Colocar os mais pobres na escada de desenvolvimento (acabando com os obstáculos primitivos – como doenças com cura barata – malária, aids, diarreia...)
• Realizar tudo isso com ajuda modesta dos países ricos (0,7 do PIB).
A tecnologia foi a maior mola propulsora do aumento de longo prazo da renda. Mas a inovação não é incentivada nos países miseráveis, tampouco vale a pena pra quem é de lá, porque não é rentável. E sendo a inovação um dos maiores pilares de desenvolvimento econômico, prejudica demais a evolução dos pobres.
Após a Segunda Guerra mundial:
1. Primeiro mundo – ricos, com mercado aberto e cambio monetário.
2. Segundo mundo (no auge, 1/3 da humanidade – uns 30 países) – socialista – Stalin e Lênin – ficaram isolados do Primeiro Mundo até a queda do Muro de Berlin. Características: propriedade estatal dos meios de produção, planejamento central da produção, sistema partidário único e integração econômica dentro do mundo socialista (comércio de trocas), combinada com a separação econômica do 1º Mundo.
3. Terceiro mundo – países pré-coloniais, saindo do imperialismo, que escolheu não fazer parte do Primeiro Mundo capitalista nem do Segundo Mundo socialista. A ideia era se desenvolver por si, o que não deu certo, porque não abriu pro comércio exterior e não conseguiu ser autossuficiente.
O livro aborda as várias barreiras ao desenvolvimento: cultural (mulheres eram nada, sua finalidade precípua era procriar – não têm vez em algumas culturas; logo, são um peso morto que aumenta a demografia, empobrecendo a nação; ausência de inovação; falhas de governança, geografia física (às vezes o terreno e o clima são empecilhos pontuais, que devem ser considerados no planejamento). A produtividade de alimentos também auxilia o desenvolvimento de alguns países quando comparados com outros.
Por conta dessas vicissitudes, o autor sugere que se faça uma economia clínica - como se faz na medicina -, para que não se jorre um plano padrão para nações com tantas idiossincrasias peculiares.
Após narrar todas as experiências específicas realizadas em diferentes governos, propõe de forma impressionantemente prática e objetiva, a maneira de colocar fim à pobreza, revelando (com a mesma praticidade e realismo) o modo com que se pode facilmente rechaçar a hipócrita e esfarrapada ideia de que não adianta destinar cifras a governos que não conseguiriam implementar (por incompetência, corrupção e outros elementos). O planejamento proposto pelo autor supera esse “covarde” e costumeiro argumento.
Não há como não se impressionar com a genialidade, mas – sobretudo -, com a coerência do autor, que – de forma apartidária - adentra em pauta política defendendo uma única bandeira: o fim da pobreza e da marginalização