Alexandre e outros heróis

Alexandre e outros heróis Graciliano Ramos




Resenhas - Alexandre e outros heróis


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cass.brandAo 16/07/2020

| Alexandre e Outros Heróis - Graciliano Ramos | 256 páginas | @grupoeditorialrecord | 4★ |
Sim, finalmente terminei esse livraço, e posso dizer que minha jornada foi divertidíssima e muito rica pela obra de Graciliano Ramos. Recomendo para todos que querem conhecer o autor, e ainda não estão preparados para pegar um romance dele, como Angústia ou São Bernado.

Alexandre e Outros Heróis é uma coletânea de contos, dividida em três partes. A primeira diz respeito às aventuras e peripécias de Alexandre. Este conta aos amigos e vizinhos sua vida abastada, volta e meia consultando Cesária, sua mulher, uma personagem interessante, mas não icônica como achei que seria. Me diverti bastante com o cenário fantástico que Ramos construiu nesses microcontos, colocando sabiamente a Região Norte como pano de fundo, e é realmente uma leitura mais simples que seus outros romances, se destinando, portanto, ao público juvenil.

Na segunda parte, temos o conto A Terra dos Meninos Pelados, que conta a história de Raimundo, um menino com um olho azul e outro preto, além de ter a "cabeça pelada", como diz o autor. Não foi algo marcante para mim, e sinceramente não me conectei com a história, por ser algo muito irreal, e por vezes infantil. Porém, gostei do pano de fundo, e dos trejeitos utilizados; a estilística é particular, dificilmente encontrada em outros textos deste cunho.

E, por fim, na terceira parte, minha preferida, temos o conto genial Pequena História da República. Começa na década de 1880 e vai até a Revolução de 1930. Graciliano, para mim, foi felicíssimo em explicar, detalhada, porém diretamente, como foi o processo de transição do Imperialismo para a República, e como o caráter corruptível está na política desde sempre. Neste conto, consegui ver exatamente a falha brasileira em copiar um modelo americano de independência, pois não houve uma revolução propriamente dita; foram apenas contratos, acordos burocráticos e ânimos exaltados quando alguém refutava o poder (ou mesmo a opinião própria).

É muito interessante como essa obra ainda é tão atual, e creio ter lido no momento certo, pois tive uma compreensão muito mais profunda de todo o contexto do que teria há 2 anos atrás, por exemplo. Creio ser leitura obrigatória pra quem ama clássicos, e quer conhecer o autor. Simplesmente genial!

site: https://www.instagram.com/poetizandocomcassitta/?hl=pt-br
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Lelê 11/06/2020

Indicável
Lembra da cachorra Baleia? Então, nesse livro a cachorra se chama Moqueca. Oooo autor bom pra dar nome de cachorro.
E a história dos meninos pelados é tão bonitinha ??
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Gabriel Dias - @Done.em 10/06/2020

Alexandre e Outros Herois - Graciliano Ramos
Conversas, é o principal elemento que estrutura uma das três obras presente neste livro, sendo originalmente publicado como “Histórias de Alexandre”, grande parte dos contos trazem aspectos do folclore alagoano e suas “fanfarronices”.
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Alexandre é o típico nordestino, desde gírias que podem causar um estranhamento de início, mas com sua postura, pode ser notado um líder, e como seus seguidores que o admiram acima de qualquer coisa, tornam a leitura extremamente divertida, e leve, onde você se deixa levar pelo simbolismo folclórico do personagem, com aventuras rotineiras que demonstram bravura, o “gingado” e sua malemolência em contornar o inexplicável, com falas prontas, de impacto, e super convincente para os demais personagens.
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O aspecto que mais me conforta nesta obra é a forma como ele traz a essência do nordestino, com alegria, temperamento forte e postura firme, uma obra muito calorosa, e que representa muito bem em diversos aspectos a riqueza, cultural e da paisagem. ⠀⠀⠀⠀
Gosto de como Cesária faz parte da narrativa, um apoio, a confirmar todas as histórias, e por ora endossa, sustentando a fama de Alexandre, a importância dos coadjuvantes é extrema para a estruturação da narrativa onde Mestre Gaudêncio e o cego preto Firmino fazem de maneira única, seja por questionar o “ilógico" como aclamar os feitos, que variam a uma simples historia de viagem, uma aventura de caçada e a mais questionável, o olho torto de Alexandre.
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Além dos contos, este livro contem “A terra dos meninos pelados” uma outra obra do autor, um clássico da literatura infantil, que narra a solidão de um menino, em meio a suas diferenças estéticas e como ele cria um universo particular, trazendo diversas lições sobre pertencimento, valores éticos e uma típica aventura, mostrando que a ideia de pertencer, de representar algo é muito além das aparências.
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Por fim, apresenta ainda “Pequena Historia da Republica” uma sátira da republica brasileira, que traz alguns dados até históricos de forma descontraída.
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“Boa terra. Mas se todos fossem como o anãozinho e tivessem sardas, a vida seria enjoada”.

site: https://www.instagram.com/p/B-vGMhRDair/
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Juliana 20/02/2020

Graciliano para crianças!
Há tempos não lia um livro dos nossos grandes escritores nacionais. Esse caiu na minha mão por acaso, estava dentre as opções de compra da lista de materiais do meu filho (5o ano). Vi Graciliano Ramos e opa, vou comprar este! É muito gostoso de ler! A primeira parte são vários contos, as histórias de Alexandre, que pertencem ao folclore nordestino, semelhante aos contos de artimanha tipo Pedro Malasartes; ótimos! A segunda parte é um conto mais infantil, do mundo da imaginação. E a terceira parte, um resumo muito bem humorado dos acontecimentos desde a queda do Império/ proclamação da República até 1930.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 24/07/2018

Três Obras Geniais
Esse é um livro póstumo, editado em 1962, que reúne três obras de Graciliano Ramos:
- As Histórias de Alexandre" (1938) apresenta uma seleção de contos para crianças. Quatorze aventuras fantásticas, narradas por um vaqueiro miserável, que nada mais são do que fábulas do folclore alagoano, coletadas pelo próprio autor. Entre onças, macacos e bodes, o leitor é apresentado ao olho torto do protagonista que, ao contrário de sua imaginação capaz de criar maravilhas, enxerga com clareza tudo que vê.

- A Terra dos Meninos Pelados" (1937) é outro conto infantil. Sua personagem principal é Raimundo, um menino de cabeça pelada e um olho de cada cor. Hostilizado pelas outras crianças, ele deixa Cambacará, sua terra natal, e vai se refugiar num mundo fantástico, Tatipirun, onde todo mundo é igual a ele, aprendendo a lidar com as diferenças.

- "História da Pequena República" (1940) narra os primeiros anos desse regime, estabelecendo uma conexão com as outras duas histórias. Nela, é apresentada a realidade dos pobres, expostos a miséria com o fim da Escravidão e sufocados pela luta entre as antigas estruturas rurais e as modernas forças urbanas. Apagada dos livros didáticos da época, essa situação reflete a visão critica de Graciliano através do olho torto de Alexandre que descobre um Brasil semelhante a Cambacará de Raimundo.

Edição caprichada que recomendo.
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Thiago Barbosa Santos 20/07/2018

Xandú contator de "Causos"
É um livro que reúne três obras de Graciliano Ramos: "Histórias de Alexandre", "A Terra dos Meninos Pelados" e "Pequena História sobre a República". Todas com o elemento do fantástico, do inverossímil sobre personagens vívidos.

A primeira parte do livro é a minha predileta, em que Alexandre, um sertanejo cheio de histórias para contar, vai narrando-as para amigos e chegados, sempre com a ajuda da esposa, Cesária. Ai de quem duvidar dele! É como se ele fosse o poeta do absurdo, no caso prosador do absurdo. São acontecimentos que mexem com o imaginário de todos, causos da própria vida de "Xandú" que viraram lenda na própria boca dele.

O segundo texto é infantil e chegou a ser premiado na década de 30 pelo Ministério da Educação. A história de um menino que parecia estranho para os seus vizinhos, pois era careca e tinha um olho de cada cor. Por não ter amigos, falar sozinho, entre em um mundo imaginário e se depara com seres extraordinários, inclusive alguns semelhantes a ele. Uma narrativa repleta de significados e com uma mensagem muito interessante.

Por fim, a última parte é uma sátira sobre a história do Brasil, trazendo personagens emblemáticos e "causos" inacreditáveis para explicar alguns acontecimentos na República.
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TgOliveira 02/04/2018

Nesse livro de contos centrados nas aventuras insólitas do narrador, Graciliano Ramos permeia a narrativa com elementos fantásticos, próprios do interior nordestino, cheia de regionalismo e criatividade. Nele, Alexandre, um loroterio contumaz, conta seus incríveis "causos" para os amigos, acompanhado de sua fiel esposa Cesária, que sempre o apoia nas estórias amalucadas, não importando o quanto estapafúrdias elas sejam.
Trata-se de uma leitura bem leve, divertida e que flui muito bem, principalmente por serem contos curtos e muitas vezes retomando ideias já apresentadas nas primeiras estórias.
Gostei muito do livro e queria tê-lo lido logo após a leitura do maravilhoso Vidas Secas. Enquanto no livro da cachorra Baleia somos atropelados pela tristeza e pelo sofrimento dos personagens, em Alexandre vivenciamos o humor no absurdo e nos argumentos do narrador para apoiar sua fala, vez ou outra arengando com o teimoso cego Firmino. Das lágrimas ao riso.
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Severino 02/02/2018

ALEXANDRE E OUTROS HERÓIS
O livro é constituído de três partes: 1) as pabulagens de Alexandre, 2) a história fantástica "A Terra dos Meninos Pelados" e 3) Pequena história da República.

A última parte o próprio título já entrega o ouro: em crônicas curtinhas, o autor nos apresenta casos gerais e outros particulares da queda do Império e da evolução da República.

A primeira parte é o carro-chefe do livro. São 14 histórias do sertanejo Alexandre: contadas por ele mesmo, com auxílio da esposa Cesária, para ouvintes devotos que vão desde a afilhada Das Dores ao cego Firmino, este um contestador medonho. E sabemos do olho torto do contador, de um estribo de prata que cresceu graças a veneno de serpente, de uma onça de cabresto, a extraordinária plantação de tatus, uma bota de cobra, etc. etc. A bela pegada do cordel tá aí, sendo que em prosa - o próprio autor, aliás, aponta para tal no início do livro.

Na segunda, sai o pabuloso Xandú e entra o menino pelado Raimundo, numa história que em maior parte narra sua ida à Terra dos Meninos Pelados - os carequinhas de um olho azul e outro preto. Aqui, Graciliano traz ladeiras que se planificam quando percorridas, cigarras em discos voadores, rios de margens que se fecham para a passagem dos viajantes, aranhas costureiras e pulseiras de cobra coral; um mundo alternativo capaz de pegar criança e cabra velho e que aponta para o problema de identificação do ser no mundo em que vive.

Foi a primeira obra que li do autor e não poderia ter sido outra, já que "Alexandre e outros heróis" carrega as várias facetas de Graciliano, além de suas características gerais, dentre elas o apreço pela oralidade.
Ótimo!
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Gabi 25/10/2017

Comecei a ler este livro de forma despretensiosa, e quando percebi já sentia necessidade de continuar a leitura, de passar para a próxima história...
Gostei muito da maneira que o autor utilizou o linguajar e o folclore nordestino, me senti uma observadora participante, me enxerguei sentada juntamente com os amigos de Alexandre ouvindo as suas histórias e me imaginando nelas.
Recomendo.
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z..... 04/07/2016

Releitura, li a primeira vez na 5ª série. O livro é uma curtição para quem é familiarizado com histórias do folclore, mas também tem outros atrativos, que se distribuem nas seguintes partes:

- "As histórias do Alexandre", um velho sertanejo que encarna um típico contador de histórias Brasil afora. As narrativas são engraçadas, sensacionalistas e misturadas ao sobrenatural, contadas com uma carismática cara-de-pau e de maneira tão enfática que chegam a ser desafiadoras a serem apontadas como lorotas por seus ouvintes. Destaque também para dona Cesária, que reforça as histórias do marido, aumentando o crédito a elas (Ei! Essa dupla parece ter sido a inspiração do Chico Anysio para o Pantaleão e Terta). Minha narrativa preferida é a do veado na história que coçava a cabeça (A espingarda de Alexandre).

- "A Terra dos Meninos Pelados" é também uma narrativa fictícia, mas no campo da fantasia vivida por um menino em seus devaneios, por se sentir diferente. A história é introspectiva e instigou minha imaginação na adolescência, para os sonhos e livros.

- A terceira parte (Pequena História da República) é um texto explanativo em resumo sobre a História do Brasil, do final da época imperial até a década de trinta. Não curti essa parte, pois o autor mostra que é um grande escritor, mas historiador equivocado. O texto não se detem a mera descrição dos fatos e tece opinião de maneira pejorativa em alguns eventos. Não sou conhecedor da História do Brasil, mas no que soube identificar nesse texto não gostei. Foi o caso da descrição sobre Canudos, que foi reduzida à uma imagem deplorável, ridicularizada e vilanizada no Conselheiro. O autor usa termos como idiota, fanático, analfabeto e crápula em referência (em outras histórias chama alguns de doidos) e esvazia o fato de sua historicidade. Cadê a visão geral sobre esse caso? Tratando-se do escritor que tão bem representou os tipos humanos em outras obras, essa referência tão parcial foi decepcionante. Ainda mais quando o texto foi publicado tempos depois de "Os Sertões", do Euclides da Cunha. O historiador, em minha visão, deve ser imparcial na descrição dos fatos e o texto, por mais detalhes de pesquisa que tenha, está com uma apresentação histórica que não é legal.

- O livro finaliza com um texto sobre a obra do Graciliano Ramos, por Osman Lins.
Prof. Edivaldo 04/07/2016minha estante
Sem dúvidas, um dos melhores livros que li. Muito bom, Rogério!


z..... 04/07/2016minha estante
Legal, professor! Tenho até hoje a ediçâo que li na década de 80.


Samara 05/07/2016minha estante
Grande Graciliano, gosto de sua escrita




vamara 21/04/2015

O estribo de prata
Alexandre é casado com Cesária e certo dia foi contar a história de quando foi visitar seu sogro aos seus amigos. Relata que foi a cavalo é que os arreios deste eram de prata. Nesta viajem a casa do sogro ficou resolvido que Alexandre iria fazer sua primeira viagem ao Sul, onde se torno conhecido e ganhou muito dinheiro.
Na volta para casa Alexandre tem vários sustos, primeiro porque a noite estava diferente, assustadora. Segundo foi um cachorro uivando na beira do caminho e terceiro foi com uma cascavel enorme, mas essa diz ele ter botado para correr com umas chicotadas, mas insatisfeito com isso foi atrás dela nas folhas secas e obrigou-a a voltar. Ele lhe deu uns golpes e machucou sua cabeça com o salto da bota, ate que ela ficou estirada em meio à poeira e foi onde ele mediu seu tamanho que deu nove palmos e meio. Um de seus amigos duvidou do tamanho da cobra, mas como não tinha provas teve que se calar.
Continuando a história, Alexandre relata que um mês depois desse dia, que era exatamente o dia de sua viagem quando foi pegar seu cavalo no copiar, ele estava sem estribo e quando ele foi ver onde estava os estribos e o estado em que eles se encontravam ficou assustado pois eles estavam inchados. Dias depois Alexandre entende que o motivo dos estribos terem inchado foi porque a cobra havia picado eles. Ele ainda relata que depois desse ocorrido passou anos tirando três, quatro ou cinco arrobas de prata do estribo. Seus amigos ficam surpresos e pedem para ver os estribos, mas infelizmente Alexandre diz que não os tem mais, pois depois de um tempo o efeito do veneno da cobra passou e os estribos ficaram igual a outros qualquer.
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Aline 10/04/2015

Nessa obra de Graciliano Ramos vamos encontrar três obras, Histórias de Alexandre, A Terra dos Meninos Pelados e Pequena História da República.
Alexandre era um contador de histórias quase que impossíveis. Tem sempre em sua casa amigos e parentes que ouvem e gostam de suas suposta histórias vividas por ele.
Ele é um homem muito simples casado com Cesária sua companheira da vida e de suas histórias onde a mesma que trata de confirmar tudo que o marido conta.
Na história vemos outros personagens que esta sempre ouvindo as histórias de Alexandre são eles Libório que era um cantador de embolas, Mestre Gaudêncio que era um curandeiro, Das Dores que exerce o ofício de rezadeira e Firmino que era mendigo, cego e preto. O autor deixa bem claro de início que as histórias de Alexandre não são verdadeiras e sim histórias do folclore nordestino.
De inicio Alexandre conta a história de como perdeu um de seus olhos com mais uma história impossível de acreditar e como sempre Cesária confirmava tudo ao decorrer da história.
E assim vai se decorrendo toda a história, com Alexandre e seus contos vividos. Leia e descubra qual final se dar a essas tão aventuras de Alexandre.
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