O Necromante

O Necromante Lorenz Flammenberg




Resenhas - O Necromante


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Vinicius.Dias 07/10/2023

Mais um belo livro histórico-gótico-detetivesco
Eu sempre fico com um pouco de receio quando começo a ler livros muito antigos por não saber se vou dar conta do seu conteúdo. Eles podem ser muito difíceis e com uma carga cognitiva muito alta, mas também podem soar bobos e imaturos, principalmente se estivermos falando de livros com temáticas sobrenaturais. Falo isso pois o entendimento do sobrenatural e o choque em relação à isso eram muito diferentes do normalizado atualmente.

Esse livro não se encaixa em nenhuma das duas opções citadas acima. Por ter sido escrito para as grandes massas, sua carga cognitiva é tranquila e não apresenta muita divagação filosófica. Além disso, apesar de se tratar de um livro que aborda o sobrenatural, foi feito de uma forma muito inteligente, gerando expectativa em quem está lendo e ao mesmo tempo não tentando soar pretensioso demais, o que por si só, já o torna algo bem interessante de se ler. Um ponto importante sobre essa obra, é que foi bastante influenciada por outra publicação da mesma época: O Aparicionista, primeiro livro de romance gótico alemão que foi escrito alguns anos antes e que também aborda o sobrenatural e a necromancia de forma detetivesca, mas carregando para dentro de si muitos assuntos filosóficos.

Voltando ao Necromante, a estória se desenvolve na Alemanha e foi dividida em duas partes, sendo a primeira oral e a segunda escrita. Na primeira parte, acompanhamos o reencontro de dois amigos que não se viam há muitos anos, Hermann e Hellfried. Dessa reunião surgiram relatos de experiências "estranhas" com o sobrenatural que aconteceram nas decorrer de suas vidas. Um deles com o espírito de sua mãe, recém falecida, em uma estalagem durante uma de suas viagens. O outro com a alma penada de um lorde que residia em um castelo mal assombrado e que acabou causando uma sucessão de perrengues e desdobramentos que são melhor explicados na segunda parte do livro. Essa segunda parte, chamada de escrita, é uma carta de outro personagem que também estava presente no castelo no dia já comentado, descrevendo toda a sua trajetória nos anos seguintes, buscando descobrir a verdade por trás dos acontecimentos, e que, sem querer, conectou as experiências dos dois amigos à partir de um ponto central: Volkert, o necromante.

Vamos nos deparar com conjurações espirituais, tramas de ladrões e criminosos, tortura psicológica e muita, mas muita criatividade e conhecimento da psiquê humana e da relação que as pessoas tem com o medo, ansiedade, curiosidade e vontade absurda de realizar seus desejos à qualquer custo. Além disso tudo, o período dos acontecimentos bate com uma época de muitos conflitos e guerras naquela região e, por conta disso, acaba tendo um contexto histórico interessante por trás de toda a trama principal.

Assim como em O Aparicionista, esse livro também tem uma abordagem histórica-gótica-detetivesca e vai agradar muito a quem tem interesse pelos temas citados. Os dois livros foram lançados pela Editora Clepsidra em uma edição de luxo, com capa dura, marcador de páginas temático, ilustrações originais e conteúdos extras bem interessantes, como por exemplo: Resenhas, análises e estudos feitos tanto na época como nos dias mais recentes. Eu achei esse livro bem legal e, assim como o tenente que escreveu a carta contida na segunda parte do livro, fiquei um pouco obcecado em descobrir logo como o necromante atuava e como conseguia ser tão assertivo nas suas conjurações.

"É quase inacreditável a disposição com que as pessoas estendem sua mão quando o objetivo é enganar o próximo" - Volkert

site: https://www.instagram.com/prosa.literal/
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Ariadne 13/01/2023

Existem vários livros que nos deixam com dificuldades em encontrar palavras para descrevê-lo e O necromante, romance gótico escrito no século XVIII, certamente é um deles.

Acontece que ele é muito mais do que o nome soturno faz parecer. São várias histórias dentro de outras histórias que relatam as experiências "sobrenaturais" que diversas pessoas tiveram com o personagem título. E a maneira como essas histórias acontecem é criativa por si só!

A narrativa se divide em duas partes, e em um primeiro momento a gente acompanha o relato de dois amigos, e estranhos acontecimentos que eles tiveram envolvendo um homem misterioso. A segunda parte dá um giro de 360º (sério) e conta, por meio de cartas, a busca de uma pessoa por esclarecimentos do tal necromante.

Essa divisão pode parecer estranha, e eu mesmo esperava uma leitura difícil, truncada, e isso não aconteceu! As narrativas se complementam muito bem e fluem de maneira natural, e nos deixa em dúvida o tempo todo acerca da natureza sobrenatural desses relatos e como tudo isso vai terminar.

Esse livro é basicamente uma aventura meio detetivesca e super tranquila de se ler; e é divertidíssimo em várias partes! O que não é demérito algum, muito pelo contrário.

Uma coisa que me deixou curiosa durante a leitura, é que eu queria ter uma máquina do tempo para ver o quão espantadas as pessoas ficaram à época com histórias do tipo, já que o que é obvio para a gente hoje, não eram para elas.

É chover no molhado quando eu resenho um livro dessas editoras, mas o prefácio do editor é bastante enriquecedor e ajuda o leitor a se situar melhor na obra. As notas de rodapé ao longo do texto também ajudam bastante, até porque há muitos termos alemães que a gente desconhece sendo usado.

A leitura é indispensável para amantes da literatura gótica, e uma excelente porta de entrada para quem quer se aventurar pela primeira vez no gênero.

site: https://www.instagram.com/p/CnSXnN_v5hx/
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Roberta Irds 04/10/2022

Sempre uma boa escolha apostar no Sebo Clepsidra!
"A tempestade bramia sobre o Elba; o granizo batia na janela; os corvos crocitavam sua despedida ao outono; e os galos dos ventos gemiam seu canto sinistro, quando dois fiéis amigos encontravam-se sentados á lareira celebrando a chegada do inverno."

Antes de tudo, gostaria de agradecer ao Sebo Clepsidra pelo trabalho incrível com as edições da coleção Imaginário Gótico. O prefácio feito por Cid Vale ajudou a criar uma ambientação perfeita, é uma verdadeira aula sobre o gótico alemão!

O Necromante: uma História Fantástica de Fontes Orais e Escritas, de Lorenz Flammenberg, foi publicado em 1792 por inspiração de Flammenberg ao livro "O Aparicionista" (1787-1789), de Friedrich Schiller (outra obra também presente na coleção Imaginário Gótico). Eu adquiri ambos em uma campanha de financiamento coletivo através do Catarse, e posso garantir que sempre é uma ótima opção apostar no Sebo Clepsidra!

A narrativa se divide em duas partes: uma narração oral e outra escrita. Na primeira parte temos a narração oral que nos instaura aos relatos dos amigos Hermann e Hellfried. Ambos contam sobre estranhos acontecimentos envolvendo um homem de manto branco. Já na parte escrita temos uma narrativa através de cartas, onde os relatos são feitos por uma figura conhecida de Hermann.
Ambas as narrativas se complementam muito bem e na minha opnião a parte escrita foi o ápice da leitura. Foi interessante notar elementos de investigação durante os relatos, elementos esses que muitos outros autores se tornaram famosos.

"Para mim, é como se ainda pudesse vê-lo: uma figura comprida e magra, de rosto pálido, inflexível e decidido no olhar e na fisionomia. Estremeço ao ouvir suas palavras."

O mistério envolvendo a tal figura é o que prende o leitor até a última página e sem dúvidas foi de grande enriquecimento pessoal ter lido essa obra escrita há mais de 200 anos!
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Fabio Di Pietro 07/09/2022

Instigante
Começando pela edição que é belíssima e conta com pata textos importantes para melhor compreensão do tipo de narrativa que será apresentada, contexto histórico e sobre a vida do autor. Capa dura e ilustrações.
A história em si é bem começa com a narrativa de eventos sobrenaturais que depois vão se conectando para mostrar a figura do necromante (um trikster) e seu desmascaramento. Fiquei preso na leitura por conta da descrição de tais eventos e para entender como e o porque eles se sucederam daquela forma.
Apesar do livro ser do Séc. XVII, a leitura é fluida e simples.
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Lucs 15/09/2021

Esperava outro tipo de narrativa
Mesmo sabendo do valor histórico desse gótico alemão do século XVIII, eu não tinha conhecimento da história. Sem dar spoilers eu esperava algo mais do imaginário sobrenatural da época que de certa forma até entrega, mas não gostei do desenrolar da história, nem de sua conclusão. Mas é questão pessoal e acho que todos que estiverem na dúvida devem arriscar conhecer.
O trabalho da Editora Sebo Clepsidra é sempre fantástico, nem preciso falar muito pois eles são mestres no que fazem.
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Aline Cristina Moreira 29/10/2020

Muito bom!
O necromante, como o nome já diz fala sobre uma pessoa, ou pessoas que alegam ter o poder de entrar em contato com os mortos e, desde que vi o projeto no catarse fiquei super curiosa em ler, principalmente por se tratar de um clássico gótico alemão. Até ter acesso a esse livro e ao "Aparicionista" meu contato com livros alemães eram quase nulos e ler esses livros foram experiências maravilhosas!

Assim como no "Aparicionista", "O necromante" traz uma série de relatos sobre pessoas que tiveram alguma experiência "sobrenatural" com este profissional do oculto e, antes de ler, tive um leve receio de que a leitura pudesse ser maçante de alguma forma, porém foi um livro que conquistou minha atenção desde o começo e que eu praticamente devorei.
Gostei muito dos mistérios e de como todas as histórias se relacionam de alguma maneira no final. Foi uma leitura muito gostosa não apenas pela história em si, mas por me levar a uma outra época e cultura. Estou ansiosa para ler os próximos volumes da coleção e, inclusive, já tenho o volume 3. Tenho certeza de que vou adorar também!
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Leonardo 15/04/2020

ala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha vai ser de um livro que me deixou muito intrigado logo no começo desse ano. O Necromante, de Lorenz Flammenberg faz parte da coleção Imaginário Gótico da Sebo Clepsidra. A obra do autor alemão foi publicada em 1792 e tem seu valor literário intacto por ter evidenciado o gênero gótico e servido como fonte para um grande número de escritores e escritoras deste tipo de literatura.




Pois bem, antes de entrarmos na história em si, preciso mais uma vez enaltecer a edição da Sebo Clepsidra, que teve o cuidado em nos oferecer um prefácio que nos ajuda criar uma ambientação melhor a respeito do conteúdo que vamos nos aventurar. Além disso, temos as notas de rodapé (das quais eu já falei sobre nos posts anteriores), que por toda a obra contextualiza muitos hábitos e palavras que não conhecemos, além de um posfácio incrível com algumas artes de encher os olhos.

Indo para a história, O Necromante traz o reencontro entre Hermann e Hellfried, velhos amigos de universidade que se reencontram na velhice e decidem compartilhar relatos de suas vivências e aventuras nos anos que sucederam a separação. Entretanto, conforme as histórias vão sendo contadas, tanto Hermann e Hellfried percebem uma figura que serpenteia a narrativa dos dois, ambos possuem histórias aterrorizantes a respeito de um necromante, e conforme as peças vão se juntando, a figura do necromante se torna cada vez mais forte na narrativa.

Dado esse plano de fundo, a narrativa de divide em duas em O Necromante, na primeira parte temos a "fonte oral", que nada mais é do que os personagens contando seus relatos, ou seja, suas experiências com o homem de manto branco e todo o teor sobrenatural que o rondeia. O interessante é observar que, mesmo céticos, ambos os personagens admitem que a figura excede aquilo que é natural.

Já na segunda parte, intitulada "fonte escrita", temos uma forma diferente de narrativa, onde um dos personagens presentes na história Hermann, o tenente dinamarquês B. Manda relatos para Hermann após o encontro dos dois sobre a história da figura mística do necromante, lemos esses relatos como se estivessem endereçados a nós, leitores.

Ambas as narrativas funcionam muito bem e complementam uma a outra, é incrível ver como Flammenberg (que é um pseudônimo de Karl Friedrich Kahlert) utiliza desses artifícios para nos manter interessado na figura do necromante, o autor utiliza também de métodos de investigação para entendermos mais a respeito da figura que leva o nome da obra, tal elemento também foi muito usado por outros autores como Edgar Allan Poe com o Detetive Dupin e a nossa querida Agatha Christie!


Enfim, no geral O Necromante foi uma leitura que abriu meu leque acerca de conhecimento literário e me atiçou muito mais pra conhecer mais sobre a literatura alemã! Nem preciso dizer que mega recomendo, né?

site: http://oporaoliterario.blogspot.com/2020/02/resenha-o-necromante.html
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Bruno Oliveira 09/03/2020

O FARSANTE
Não se engane, abra bem os olhos, nem tudo é o que parece ser, ou melhor, tudo é o que você ACHA que é. Após ler este O Necromante, tu ficarás com essas impressões na cuca. A sensação fria de medo logo é superada pela quente, fervente da indignação, da revolta. Você só é enganado se estiver propenso a isso. O sobrenatural aqui dá as caras, sim, mas, quando você vê o que há por "trás das cortinas", aí, meu amigo, a vontade que você sente é a mesma dos personagens dessas histórias (várias histórias) do século XVIII. Prepare-se para não ser mais tapeado!
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Gárgula 22/01/2020

O Necromante, de Lorenz Flammenberg
Uma leitura valiosa
Termino de ler O Necromante: uma História Fantástica de Fontes Orais e Escritas, de Lorenz Flammenberg, publicação da Editora Sebo Clepsidra e me vejo completamente estupefato. Foi meu primeiro contato com o gótico alemão. Como quem nos acompanha sabe, faço minhas pesquisas informais através do gótico para melhor entender o horror moderno. Sem sombra de dúvida, esse livro me revela não só sua influência sobre o horror, mas vai além, demonstrando também influência no gênero policial.

A história de O Necromante
Nessa obra temos o encontro de dois grandes amigos, Hermann e Hellfried, após trinta longos anos de separação. O encontro mostra uma amizade muito forte de ambos como uma irmandade. Eles colocam os fatos que viveram em suas vidas, enquanto separados, na busca de retomar o tempo perdido. Após alguns dias de muita conversa, os dois percebem que foram testemunhas de fatos curiosos acontecidos perto da Floresta Negra. O mais curioso entretanto é que ambas as histórias possuem paralelos que dão ao leitor inúmeras visões dos fatos que ali ocorreram.

A história se divide em duas partes: uma narração oral e, na segunda, um relato escrito. Percebemos no texto a visão de época, lembrando que estamos falando de uma obra de 1792. Em um dos momentos se discute banalmente sobre os níveis de tortura a serem utilizados para se conseguir uma confissão, prática que na época era aceita e que para nós causa, no mínimo, estranheza.

Refletindo sobre o gótico alemão
Percebo como o gótico alemão é rico. Ele nos leva do sobrenatural ao realismo em uma mesma narrativa. Isso é tão poderoso, que nos momentos finais não pude deixar de lembrar de um personagem bem mais recente – e que sou apaixonado exatamente pela sua inteligência superior – Fu Manchu. Este personagem é uma criação de Sax Rohmer e muito semelhante ao Necromante de Flammenberg, utilizando mil estratagemas brilhantes e intrincados para alcançar seus objetivos. Suas incursões, ataques e fugas são tão incríveis que uma aura mística permanece por onde ele passa, para só então ser desconstruída a muito esforço pelas forças policiais.

Fiquei tão feliz com minhas descobertas. Não pude deixar de trocar uma ideia sobre o livro com Cid Vale, do Sebo Clepsidra. Enquanto ele agregava mais informação sobre a importância do gótico alemão e sua influência histórica, me vêm à mente a crítica que H. P. Lovecraft faz à Ann Radcliffe (influenciada pelo “sobrenatural explicado” do gótico alemão), dizendo que o excesso de explicação de seus textos atrapalha o tom sobrenatural de suas histórias, mesmo reconhecendo sua grandiosidade (O horror sobrenatural em literatura).

A crítica de Lovecraft só se sustenta se olharmos apenas do ponto de vista do horror. O gênero do horror não carece de explicação para os fatos sobrenaturais que ocorrem. Isso inclusive dá alicerce à atmosfera que acaba sendo gerada. Acredito entretanto que o gótico não deve ser analisado apenas por esse prisma. Nesse ponto, olhando o gótico alemão, percebo que ele é o tronco de onde bifurcam ambos os gêneros literários do horror e do policial.

Essa narrativa utiliza uma apresentação sobrenatural inicial que ambienta o leitor em uma situação sobrenatural envolta em mistérios. A história segue para uma série de elucidações dos fatos anteriormente apresentados, desconstruindo o transcendental e deixando-o crível, ganhando assim traços que podemos encontrar em histórias detetivescas.

Retorno então ao paralelo que fiz com Fu Manchu, de Sax Rohmer. Suas aventuras possuem a mesma construção, caminhando inicialmente pelo sobrenatural, em cenas as quais o leitor pode apenas tentar conjecturar como foram executadas, até que esforços hercúleos consigam então explicar os fatos. Não sei se Rohmer teve acesso à obra de Flammenberg ou Ann Radcliffe, mas certamente alguma influência, mesmo que indireta, é possível identificar em sua criação. A literatura tem esse poder de permitir correlações aparentemente distantes.

Vale ressaltar que o prefácio do Cid Vale no livro é uma pequena e valiosíssima aula sobre o gótico alemão em suas origens e importância. A tradução é assinada por Lucas de Souza Cartaxo Vieira.

Conclusão
Nada como a curiosidade para nos atiçar a alma. Em minhas pesquisas sigo por inúmeros livros e autores, antigos e novos, que vão me mostrando aos poucos como foi forjado o que hoje chamamos de horror.

Talvez agora vocês entendam porque fiquei completamente estupefato com a leitura que fiz. Livros como O Necromante: uma História Fantástica de Fontes Orais e Escritas, de Lorenz Flammenberg, me mostram que o caminho que estou trilhando está certo. Uma leitura com mais de duzentos anos, capaz de, nos dias de hoje, se mostrar absolutamente útil e necessária.

Parabéns à Editora Sebo Clepsidra pela publicação. Flammenberg com certeza está feliz e surpreso em saber que seu livro, tantos séculos depois, é ainda lido em paragens de além mar!

Resenha publicada no blog Canto do Gárgula em 22/01/2020

site: https://cantodogargula.com.br/2020/01/21/o-necromante-de-lorenz-flammenberg/
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