Resenhas - O Inédito de Kafka

Jackson 23/12/2022

Fui Tapeado!
Quando vi o livro pela primeira vez, imaginei que fossem textos inéditos de Kafka. Mas essa obra é de um escritor baiano que consegue impor ao leitor uma realidade crua, desconfortável, pessimista e absurda, bem ao estilo de Kafka.
Simplesmente maravilhoso!

bella 25/12/2021

Ganhei o livro de aniversário e fiquei animada pra ler os contos. Li algumas resenhas aqui no skoob e tinha muitas pessoas falando o quanto parecia que as narrativas queriam incomodar, e realmente isso se comprovou. Os textos tem protagonistas consideravelmente parecidos, todos solitários, pensativos e problemáticos. A escrita é boa, mas não era prazeroso ler pontos de vistas masculinos tão nojentos. A função das mulheres nos textos eram apenas ou maternas ou sexuais, e isso me incomodou também. Mas até que não foi tão ruim ler, não me arrependo, apesar da minha mente correr solta em alguns parágrafos cumpridos e meio desnecessários.
Inclusive outra coisa que acho que é preciso apontar, é a representação dos personagens negros. Não sei que merda o autor tinha na cabeça, porque todos os personagens de cor são descritos como (enquanto os brancos não, não é dita sua cor de pele), e isso é mencionado o tempo todo. Em um texto inclusive eu li e percebi a quantidade de vezes que o escritor poderia ter usado simplesmente a palavra "homem" ao invés de se referir ao personagem como "negro" a cada segundo.

Jerebinha 10/12/2020

O absurdo da existência, até demais...
Esse conjunto de contos escritos pelo baiano Mayrant Gallo incomodam, para o bom ou mal sentido, desde o início. Kafka vai no título, mesmo se referindo apenas ao último conto (que tem pouco a ver com o clássico escritor), porém está presente em quase todos os contos, pois tudo parece ter um 'quê' kafkiano que tende ao incompreensível, ao absurdo. Os contos, alguns ancorados no real, outros no imaginário, carregam um forte peso absurdista e parecem também ter toques murakamianos (ou apenas bebe da fonte kafkiana, assim como o autor japonês?) o que traz sempre um tom de melancolia e aridez. A obra tem altos e baixos, contos incríveis e outros que pouco agradam, ou sequer fazem sentido, e apresenta um melhora do meio pro fim, de modo brusco até, que faz a leitura progredir de forma mais agradável. Minha principal crítica fica ao autor, pois todas as vezes que um conto retratava um negro, expressões como "o negro", reduzindo o personagem a isso, assim como outras expressões usadas, demonstraram um pé, não sei até onde profundo, no racismo. Não é possível que em 3 contos (ou mais, até onde consigo lembrar) todos os negros serem tratados como diferentes, sendo sempre marginais, ou estereotipados. Poucos personagens tem sua cor de pele citada, porém o negro sempre que aparece é citado como "o negro", "o negro", "o negro" e sua cor é descrita a cada passo. Se a perspectiva racista fosse dos personagens seria uma coisa, mas ela parece ser mesmo do autor, do narrador. Bom livro, mas esse último ponto é revoltante e incomoda mais que qualquer história absurda. Não existe mais espaço para isso na literatura (mesmo sendo um livro de 2003), nunca deveria ter existido.

Bu 20/08/2020

Tapa na cara...
Cru, pesado, tenso... Mostra bastante a realidade sem filtro, até mesmo os contos que tem fantasia mostra vários aspectos de convivência e são muito filosóficas, tem conto pra tudo que é gosto mas sempre viscerais.
Não é pra qualquer um, na maioria das vezes vai te deixar pra baixo, então indico com ressalvas.

Alexandra.Tavares 16/08/2020

Não curti
Parece que o autor deseja causar estranhamento, impacto e repulsa nas suas estórias, no entanto, a maioria delas são tão curtas que acabam não dando tempo ou detalhes necessários pra narrativa ser desenvolvida de uma maneira bacana. São poucos os contos que gostei, 2 ou 3 no máximo. Enfim, não recomendaria. ?

Otavio.Arruda 05/07/2020

Comprei errado
E tive uma boa surpresa!

É um livro de contos que se passam no cotidiano de Salvador, senado a maioria com vislumbre do desejo sexual selvagem, outros de tom reflexivo sobre cenas corriqueiras.

O título do livro é seu conto final, excelente por sinal!

Biblioteca Álvaro Guerra 05/09/2019

Os personagens de Mayrant Gallo possuem o dom da imaginação. Quando seu desacerto com a realidade chega ao limite do suportável, descolam-se do mundo e alçam voo. Abandonam seus fracassos, a mesquinha ordem cotidiana, e partem para a aventura, como ícaros dos nossos dias. O visível torna-se invisível, o que é concreto se dilui no ar, a fantasia toma conta e os consola mais do que qualquer bem material. Sejam eles homens ou mulheres, jovens ou velhos, escritores, encanadores, mecânicos ou ladrões. Uns tomam o lugar de outros, assumindo uma vida nova, instantânea e libertadora.

Empreste esse livro na biblioteca pública

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site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8575032283

Victor 27/10/2009

Grata surpresa que tive ao começar a ler a orelha do livro, isso já após ter adquirido-o. Comprei no frenesi achando que fosse realmente uma coletânea de histórias inéditas de Kafka (baiano safado que me pregou esta peça) mas estava enganado. Trata-se de um livro de contos de Mayrant Gallo (eu achei que ele fosse o organizador da suposta coletânea), um professor baiano de extremo talento para a escrita. São contos que chocam, ferem e cativam de diversas maneiras o leitor. Bem, pelo menos comigo foi assim.


Não necessariamente um engano. Pareceu-me mais um presente às cegas.