Antes que anoiteça

Antes que anoiteça Reinaldo Arenas




Resenhas - Antes que anoiteça


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Kim 11/02/2022

O mar é a nossa selva e a nossa liberdade.
Antes que anoiteça é a deixa em que Reinado Arenas narra sua vida desde sua infância na remota Oriente, em Cuba, aos seus derradeiros dias em Nova York, nos Estados Unidos.

Como toda autobiografia, os limites entre o real e o imaginado devem ser postos a crivo em busca de uma verdade que, às vezes, nem tem o sentido almejado pelo escritor aos leitores de sua obra. Aqui, a potência criativa de Arenas é tamanha que o leitor apenas se entrega à leitura sem questionar os exageros (muitos, diga-se de passagem) ou as omissões (raríssimas, na verdade). Questionando, deixa-se passar pelo simples prazer de correr livre sobre o texto: suas palavras são encantamentos que enlevam o
leitor em continuar página após página em busca do destino almejado.

É importante destacar que Antes que anoiteça não é apenas a narrativa da luta pela liberdade de Arenas, é também o grito de socorro do povo cubano, que experencia há anos a adversidade, decorrente dos regimes políticos autoritários que se instalaram em seu país. O governo de Fidel Castro marcará para sempre não apenas a vida do escritor, mas também a vida de cada um dos cubanos, os que permaneceram na Ilha e os exilados.

Assim, Antes que anoiteça é o grito de dor e também o grito de luta pela liberdade tão almejada por Arenas. No fim, ante ao inevitável, Arenas convoca o povo cubano a continuar ?lutando pela liberdade?.
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jaircozta 14/02/2020

O sol sempre renasce
Nesta obra, o cubano Reinaldo Arenas nos leva não a um universo plenamente ficcional, mas ao seu passado, ao seu mundo como artista, homossexual e dissidente, em pleno regime pós-revolução de Fidel Castro.

A controvérsia é que a revolução trouxe também outras formas de totalitarismo e perseguição, principalmente para homossexuais, pessoas trans e artistas.

A obra, um romance autobiográfico, possui uma poética e uma força de denúncia histórica pungentes, sendo capaz de despertar toda sorte de emoções em quem a lê. É improvável, em três páginas, não se ir do riso ao pranto ou mesmo ao desespero aterrador frente à narrativa da vida de um indivíduo que tenta sobreviver às violências impostas à existência de qualquer pessoa LGBTQIA+ desde quase sempre.

Este, sem dúvidas, foi um dos livros mais inesperados da minha vida, mais marcantes e mais esclarecedores sobre alguns fatos da América, nos levando a vários questionamentos em relação à história, à política e ao nosso passado.

Este livro inspirou o filme Antes do Anoitecer, estrelado por Javier Bardem @bardemantarctic - vale muito a pena ver também!
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Gabrielli 22/08/2023

Um livro ESSENCIAL
A ausência de edições desse livro no mercado brasileiro é um crime. Um relato doloroso, cru e necessário sobre a ditadura castrista, apoiada largamente por governantes brasileiros, inclusive o atual. O último grito de Arenas pela liberdade que merece ser ecoado por nós até que todos os cubanos a descubram.
Douglas.Alves 22/08/2023minha estante
Esse livro é sobre a ditadura cubana?


Gabrielli 22/08/2023minha estante
Sim


Douglas.Alves 22/08/2023minha estante
Interessante vou deixar salvo para uma possível leitura




Peter.Molina 13/02/2024

Beleza e opressão
Este é um relato autobiográfico do escritor cubano Reinaldo Arenas. Um livro forte, cortante e poderoso. Permeado de muito erotismo, mas também que denuncia o regime castrista e os horrores da revolução. Com passagens memoráveis, após a metade quase não se consegue largar o livro. São tantos revezes, lutas e dores, que não há como não se emocionar. Um livro necessário, um grito pela liberdade.
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Leonardo.H.Lopes 09/03/2024

"Grito, logo existo": Antes Que Anoiteça, de Reinaldo Arenas
Nesse texto autobiográfico, Reinaldo Arenas nos conta sua história sem papas na língua, haja vista que almejava o suicídio, posto que encontrava-se fulminado pela AIDS, no início da década de 1990.

Entusiasta do início da Revolução Cubana, que eclodiu na Ilha de Cuba, já com um histórico de violência e miséria, em resposta à ditadura militar de Fulgencio Batista. O que Reinaldo não esperava era que Fidel Castro transformou Cuba na “província mais pobre da União Soviética”, bem como executou todos que ousavam dar um passo fora da cartilha do partido e perseguiu, com um furor inexplicável, os homossexuais. Aliás, a homossexualidade foi considerada crime e todos os “criminosos de alta periculosidade”, condenados pelo terrível crime de ser gay, eram encarcerados em prisões tenebrosas como El Morro, bem como enviados a campos de concentração, sendo obrigados a trabalhar como escravos no corte de cana de açúcar e na construção de escolas e universidades.

Tudo é nos contado com minúcias de detalhes, o sangue, a dor, a repressão. Cuba virou uma prisão de segurança máxima onde todos, segundo Fidel Castro, eram felizes em permanecer. Muitos tentaram fugir e foram mortos. Em 1980, quando um motorista de ônibus, deliberadamente, jogou o veículo contra a embaixada peruana e conseguiu asilo político, junto com todos os passageiros que, pegos desprevenidos pelo acidente, também se recusaram a sair da embaixada, Fidel, com mentoria soviética, decidiu expulsar da Ilha os dissidentes mais ferrenhos junto com todos os loucos, ébrios, enfermos, homossexuais e aqueles indignos de viver numa revolução tão maravilhosa quanto a cubana. Cerca de 135.000 pessoas deixaram Cuba, mostrando para o mundo o quão desejável era permanecer naquele local. Com toda certeza, o país seria despovoado se o porto não tivesse sido fechado após a migração se tornar um problema de ordem pública tanto para Cuba, quanto para os Estados Unidos, destino da maioria desses refugiados. Entre essas pessoas, Reinaldo Arenas conseguiu deixar o inferno cubano.

A vida de Arenas foi marcada por uma violência e pela compulsão sexual, sendo que o escritor também não possui a intenção de esconder detalhes sórdidos de suas aventuras sexuais. Toda sua visão de mundo é marcada pelo sexo, que é enxergado em todas as suas experiências de vida. Não é um texto fácil de ser lido nesse aspecto, haja vista que tem partes realmente pesadas: incesto; estupro; zoofilia. Fiquei consciente de que o embarque na leitura também acarreta o embarque detalhado por essas facetas da experiência humana nada ortodoxas. Algumas descrições chocam.

A autobiografia de Arenas é o livro que mais me machucou na vida. Cada linha lida penetra na carne como agulha e existem trechos que são punhais fincados direto no peito destruindo sonhos. No meu coração existia uma praça e, no centro desta praça, uma estátua de Gabriel García Márquez, escritor de livros incríveis como Cem Anos de Solidão e Crônica de Uma Morte Anunciada. Por tudo que Arenas me contou e ao perceber que Gabo era amigo íntimo de Fidel, batia palmas para a ditadura castrista mesmo sabendo de tudo o que acontecia naquela Ilha maldita, a estátua foi derrubada e jogada na lama, embora os livros do escritor colombiano continuem figurando como os meus preferidos graças à eterna atividade, às vezes custosa, de separar a pessoa do escritor de sua obra literária.

Hoje, mais do que nunca, horrorizo qualquer tipo de autoritarismo e tenho profundo desprezo por todas as pessoas, inclusive os líderes atuais, que foram amigos de Castro e tecem loas públicas, sem nenhum tipo de pudor, ao comunismo, possuindo a pachorra de se declararem anti fascistas, a favor do povo e dos trabalhadores. Esses são apenas demagogos, desonestos intelectuais e hipócritas que toleram e almejam o totalitarismo que perpetua a sua ideologia.

Ao finalizar a leitura, só saímos com duas certezas: 1 - a humanidade é a lama; 2 - no capitalismo, nascemos pobres e temos a chance de uma vida digna; apanhamos e temos a chance de gritar. No comunismo, nascemos pobres e morremos miseráveis, sem liberdade de consciência; apanhamos e devemos bater palmas para não ir para o “paredon”.

Uma pena este livro estar esgotado no Brasil e sem perspectiva de reedições, a busca pela verdade sofre com esse tipo de postura por parte do mercado editorial brasileiro.
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none 24/07/2021

Vim aqui para gritar
Autor cubano, Reinaldo Arenas exilou-se nos EUA fugindo do regime militar castrista contando com a sorte, amigos, a própria burocracia ditatorial de Havana, pois quase foi apanhado pelo serviço de segurança antes de embarcar com outros refugiados para os EUA. Preso por conduta imprópria por ser um escritor homossexual em um país onde a liberdade de expressão é permitida apenas ao ditador e seus compinchas, Reinaldo Arenas foi acusado de crimes que não cometeu. Na cadeia sofreu violência e perdeu alguns dentes. Sua obra nunca foi publicada na ilha onde nasceu e cresceu. Sofreu perseguição política dentro da própria família, pois uma tia era delatora e trabalhava para o regime se apropriando de bens alheios de vizinhos e conhecidos condenados.
O livro é uma denúncia. Veja o caso Mariel. Sobre milhares de pessoas se refugiando na embaixada peruana buscando abrigo, pois o país da revolução cubana que derrubou um ditador ruim, Fulgêncio Batista, colocou no poder outro pior, Fidel Castro.
A esquerda precisa exorcizar o ódio que alimentou contra os homossexuais principalmente na figura de Reinaldo Arenas (e Pasolini e Lemebel e tantos outros e outras) e entender que de nada adianta ocultar a realidade. A direita precisa exorcizar o ódio que alimentou contra os homossexuais na figura de Reinaldo Arenas (e Pasolini e Lemebel e tantos outros e outras) e parar de usar esse autor como escudo capitalista contra o comunismo.
Reinaldo Arenas, mas é preciso repetir: veio para gritar.
A própria biografia dele mostra uma vida desde a infância aberta à fantasia, ao amor à natureza e, o fato de ele buscar no sexo essa felicidade não o diminui nem o exalta, apenas o torna humano. O grito dele no meio do quintal sem roupa durante a chuva correndo entre as árvores mata adentro no interior da ilha é um prenúncio do que sofreria. Ele e Cuba. Cuba por ele. Ele por Cuba. No exílio ele não se tornou joguete da guerra fria como muitos querem supor. Ele critica a sordidez e o mercantilismo do sistema capitalista. "A diferençaentre o sistema comunista e o capitalista é que, embora nos dois nos deem um chute na bunda, no sistema comunista a gente leva o chute e tem que bater palmas; no capitalista, a gente também leva, mas pode gritar." [Página 318] A gente precisa gritar e ir além. Nos EUA ele sentiu o preconceito seja em Miami seja na fria Nova Iorque "se trata de um país sem alma, pois tudo está condicionado ao dinheiro." [Página 342].
Ambos castristas e liberais conservadores condenam Arenas por ter morrido de Aids, ele chama a própria doença de praga, mas ignoram o mal que semearam e seguem semeando com as instituições prisionais e financeiras. Uma simples indústria de cana de açúcar pode escravizar, o que dirá uma megacorporação ou várias delas? Abaixo a hipocrisia. Grite e siga gritando, Reinaldo Arenas.
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Locimar 16/08/2020

Grande Arenas
Vi o filme porque li o livro. O relato e a vida deste grande escritor cubano me fizeram chorar várias e várias vezes. Dai me repito e repito quantas vezes forem necessárias: obrigado a todas e a todos os que me precederam e abriram caminhos a custa de dor, sangue e lágrimas para que eu pudesse ser livremente quem eu sou: um homem gay em sua inteireza!
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Figueiredo 28/10/2021

Tirando a crítica infundada do comunismo, foi muito divertido!
Relato de um escritor gay anti revolucionário, cubano e que odeia Fidel Castro. Gente, acabei de ler esse livro, autobiográfico, e meus sentimentos mais presentes foram:
1- Quantas aventuras sexuais de Reinaldo Arenas! Eu adorei hahaha era na praia, no barco, na prisão, na padaria 😂 quanto mais reprimida a população é, mais ela anseia por liberdade. É um livro +18, muito dolorido, mas adorei as histórias sexuais dele 🔥
2- Ele diz que critica muito o comunismo, mas não critica a teoria marcista, e sim os erros cometidos por Fidel Castro e seus companheiros, mas vamos combinar? Governo totalitário e homofobia pode ser de esquerda, direta ou centro. Então, eu não acho que ele nem saiba o que significa comunismo (como a maioria)
3- Apesar da minha crítica, é um livro bem escrito, e quanto ele sofreu! Um gay, escritor, na época do livro, 1960-1990 deveria realmente ser duro. Ele sofreu demais. Mas, de novo, não pelo comunismo, mas por outros quesitos.

site: https://www.instagram.com/cleubooks/
Figueiredo 27/02/2024minha estante
O Brasil capitalista deu certo mesmo? nossa kkkkkk




Nati 09/09/2012

"Penso, logo grito".

E que gritos! O livro é fantástico: duro e sensível.
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Valério 26/12/2017

O relato que antecedeu o suicídio
Reinaldo Arenas, ao terminar de escrever este livro, suicidou-se.
Contraiu AIDS e sua situação, segundo ele mesmo, se tornara insuportável. A ponto de não mais poder escrever. Mas escrever era seu único alento. Seu grito. Tudo que tinha. Pois o maior mal de sua vida não foi a doença. É o que relata neste livro autobiográfico chocante e sem papas na língua.
Reinaldo cresceu na Cuba tomada por Batista, uma ditadura cruel.
Quando os revolucionários liderados por Fidel Castro iniciaram os combates para derrubar Batista, Reinaldo não demorou a integrar o exército revolucionário. Como tantos outros, acreditava no ideal de esquerda. Fidel jurava ao povo que jamais se renderia ao comunismo. (como aqui no Brasil, uma certa turma jura que não quer implantar o comunismo no Brasil e na América Latina). Mas não tardou para revelar sua verdadeira face. Reinaldo, como homossexual, começou a ser perseguido pela sua opção sexual, em um primeiro momento. E depois, por se opor ao regime Castrista.
Como escritor talentoso, conseguiu enviar seus livros (impublicáveis em Cuba) para o exterior. Foram publicados em várias línguas.
E, em decorrência, passou a ser ainda mais perseguido. Sofreu atrocidades, foi torturado, injustiçado, traído.
Conseguiu escapar do inferno comunista em 1980, fugindo para os EUA.
Ao se aproximar de sua morte, escreveu este doloroso relato do que é a vida em Cuba.
Em sua carta de despedida, escrita pouco antes de se suicidar, Reinaldo dá seu último grito. Mas não contra a AIDS. A AIDS levou sua vida ao fim. Mas que realmente tirou sua vida foi Castro e o comunismo. E por isso, sua carta não reclama da AIDS. Mas acusa uma vez mais Castro e o comunismo, como os maiores vilões de sua existência.

Em sua nota de suicídio, acreditava que Cuba em breve se veria livre, pois ele contou ao mundo a verdade da vida lá. 27 anos se passaram e Cuba ainda é uma grosseira e cruel ditadura.

"A diferença entre o sistema comunista e o capitalista é que, embora os dois nos deem um chute na bunda, no sistema comunista a gente leva o chute e tem que bater palmas; no capitalista, a gente também leva, mas pode gritar. E vim aqui para gritar". Reinaldo Arenas gritou até o último minuto de sua vida contra Fidel Castro e o comunismo.
Henrique_ 26/12/2017minha estante
Forte, hein


Valério 27/12/2017minha estante
Bem pesado. Mas, tirando o suicídio, há livros na mesma linha que achei ainda mais pesados: "Para poder viver", escrito por uma norte-coreana que conseguiu fugir da Coreia. Esse é de embrulhar o estômago. Para você ter uma ideia, o país é tão miserável que chegam a trancar as fezes humanas em locais protegidos com cadeados, porque cada família tem que produzir uma cota do "fertilizante" para atender ao governo e criou-se um mercado negro para comercializar dejetos humanos.
Fora as crianças mortas empilhadas em pátios ou boiando em rios. E que as pessoas já nem ligam mais como outrora.
Também li "Cisnes selvagens", um relato de três gerações na China, pegando desde a dominação japonesa, passando pela dominação do Kuomitang, até chegar à Mao Tse Tung. Aí é que as coisas ficaram negras.
Estima-se 60 milhões de mortes pelo regime comunista chinês. A maioria, de fome e exaustão, nos campos de trabalhos forçados. Mas boa parte assassinados por discordância ideológica. Sendo que muitas vezes as acusações eram só para eliminar adversários políticos.
Enfim, é até difícil compreender como o Comunismo não é proibido. Matou muito mais que o nazismo, que é corretamente proibido. A diferença entre eles é que o nazismo matava quem considerava inimigo. E o comunismo mata o próprio povo.


Henrique_ 27/12/2017minha estante
Pois é, Valério. É assustadora a proliferação de regimes radicalistas intolerantes e mais ainda a sua aceitação tácita. Vou tomar os livros citados como indicação pra próximas leituras. Obrigado pelas dicas!


jaircozta 14/02/2020minha estante
Informa que essa tua resenha tem spoiler. ;)




Ana.Faria 02/11/2018

Traumatizante
O livro mais impactante que já li até hoje. É maravilhoso e horrendo ao mesmo tempo. Uma biografia escrachada e triste de um dos maiores escritores latino-americanos. Arenas nasceu com um dom, e parece que também com uma maldição. Por toda sua vida passou por dramas imensuráveis e sobreviveu às mais cruéis situações impostas pelo destino e pelo regime castrista. Se você procura um livro honesto sobre o que é a Cuba de Fidel Castro na realidade, este é um dos poucos que existem.
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Marcella.Pimenta 10/05/2024

Sexo e perseguição na Cuba de Fidel
Esta autobiografia foi a última obra de Reinaldo Arenas antes de se suicidar, em 1990. Escritor, homossexual e cubano exilado nos Estados Unidos, se juntou aos guerrilheiros que derrubaram o ditador Fulgencio Batista aos 16 anos, sem imaginar que estava do lado de um regime ainda pior.

O livro é uma mistura de suas aventuras sexuais (inclusive, há muito disso aqui, muito mesmo) e da perseguição que sofreu em Cuba por ser gay e contrarrevolucionario (ou seja, não bater palma pro regime).

Quem ostenta um arco-iris numa foice e martelo e pode começar a abrir os olhos por aqui. Arenas fala pouco dos UMAP (campos de trabalho forçado pra onde gays eram enviados), cita alguns amigos que passaram por lá, mas menciona a humilhação pública pela qual passavam nas escolas do Estado desde o início do regime castrista, e a "parametraje", que determinava a demissão dos funcionários públicos gays (eles não teriam condições políticas e morais para tal) da área cultural, com envio para os UMAP.

Arenas também revela alguns bastidores do começo da Revolução Cubana (a doutrinação marxista nas escolas, enquanto Fidel negava que era comunista; os fuzilamentos dos opositores e até dos aliados) e da censura aos escritores que criticavam o regime. Ele mesmo teve que esconder seus manuscritos e seus livros foram publicados apenas fora de Cuba clandestinamente.

Além da censura à liberdade de expressão, havia a de ir e vir. Reinaldo Arenas adorava o mar, mas ele só era permitido aos trabalhadores sindicalizados (e, ainda, só acessava praias específicas). Deve ser a "democratização dos espaços públicos" na cor vermelha.

O comunismo não gosta de gays, não gosta de cultura, não gosta de liberdade. Se um escritor cubano e gay não conseguir despertar um pingo de dúvida em quem pensa o contrário, é porque a cegueira ideológica chegou a um nível patológico.
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Luh 17/05/2022

Relato surpreendente e pesado de Reinaldo Are as durante a revolução de Fidel Castro. O autor nesta autobiografia surpreende com a honestidade e objetividade nos relatos mais intensos de sua vida.
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Dika 16/04/2022

Autobiografia de Reinaldo Arenas, que passou a infância e adolescência sob regime ditatorial de Fungencio Batista e quando este caiu, passou a viver novamente sob a ditadura de Fidel Castro, que até apoiou no início, porém passou a odiar por todo o horror que viu e sofreu.
Arenas era homossexual e chama a atenção a vida promíscua que levava, talvez como válvula de escape pela extrema repressão que vivia.
Conta como era dramático viver naquela ilha e querer fugir a todo custo era o sonho de muitos, senão da maioria , arriscando a própria vida .
Ele passou a odiar comunistas e tudo relacionado a esquerda, sim. Está tudo registrado nesse livro.
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Jamile 22/02/2021

Cuba durante o regime Fidel
O livro é realmente impactante. Trata-se da autobiografia do Reinaldo onde relata os anos vividos sob o regime ditatorial comunista de Fidel Castro. Altamemte recomendado para quem deseja saber de fato o que aconteceu nesse período e contado por alguém que viveu e foi testemunha ocular do ocorrido.
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