spoiler visualizarPriscilla 20/08/2021
Precisamos falar sobre a romantização de relacionamentos tóxicos!!
É um livro meio complicado, que na minha opinião traz um relacionamento extremamente tóxico entre os personagens, sem de fato abordar esse assunto, como se o relacionamento deles fosse/devesse ser alvo de desejo pelos leitores.
Bernardo é o tempo todo tratado como um príncipe, um rapaz e namorado perfeito, e não é bem assim...
O cara que exige que a primeira vez dele com a namorada vai ser sem camisinha pq "precisa sentir ela", sem nem saber se ela usa anticoncepcional ou não, e nem dá a ela o direito de escolha não pode ser perfeito.
Um cara que toda hora reclama das roupas que a namorada veste, diz que é ciumento, que ela está se mostrando demais, que é incomodo outras pessoas encarando a namorada dele não pode ser um ótimo namorado.
Ele chega a comprar uma camisa pra ela pq não quer "os peitos dela pulando enquanto andam em uma montanha russa".
Beatriz até passa a imagem de que não se deixa controlar por esse ciúmes, que não vai deixar ele mandar na roupa dela, mas no fim sempre acaba concordando com ele e fazendo como ele quer.
Um cara que quer ler as mensagens da namorada, e atender aos telefonemas que ela recebe não pode ser um ótimo rapaz.
E ele ainda diz que não quer invadir a privacidade dela...imagina, ele apenas exige a senha do celular!
Um cara que no meio de uma briga com a namorada a arrasta até a escada, joga ela contra a parede de maneira que dói (descrição dela sobre a cena), rasga a calcinha dela e a penetra violentamente não pode ser um príncipe.
E quando em outra briga ele arranca ela de uma festa e joga ela no porta malas do carro para conseguir tirar ela de lá sem que ela possa fugir?!
Sério que essas atitudes tem que ser destinadas a um personagem tratado como um príncipe no livro?!
E o que dizer da necessidade da autora de incitar a rivalidade feminina no livro, com Beatriz chamando de piriguete, [*****], [*****] desqualificada e [*****] uma amiga de infância do namorado gratuitamente, sem sequer ter chegado perto da mulher uma única vez?
Sou melhor amiga de infância de 4 homens, e garanto que não necessariamente a amizade entre sexos vai ter algum fundo de interesse a mais, e odiaria ser chamada de piriguete gratuitamente por alguma namorada!
E para quê depois transformar essa tal amiga realmente em uma rival dissimulada? Alguém que cresceu como irmã dele e nunca fez nada, só estaria tentando algo com o cara agora depois de anos?!
Fora que o livro até começou razoável, mas a partir da viagem para NY tudo se tornou muito forçado, as falas nem um pouco naturais.
Bernardo, que só tem 20 anos, se tornou um mestre hiper experiente, como se estivesse ensinando uma criança a passar pela vida (são apenas 2 anos de diferença, gente!); e enquanto Beatriz, que no início do livro era um espírito livre, encrenqueira, viva dando problemas aos pais por ser saidinha demais, vira um bebê extremamente infantil que não sabe nada da vida.
Ser virgem não significa ser imatura, e não era o que ela parecia ser no início do livro. Ela parecia ser uma mulher doidinha, mas sagaz, e não uma bobalhona como começou a ser depois do namoro com o tal "príncipe".