Raffafust 12/08/2019
Eu muito provavelmente não teria pedido esse livro de parceria se não fosse pelo fator Gaby Brandalise. Quando entrei na Increasy - agência literária em que eu e ela somos agenciadas - fui convidada no ano seguinte para mediar o bate-papo de seu lançamento no Rio de Janeiro ( a autora é de Curitiba). Para isso li seu livro de estreia Pule Kim Joo So , não era um livro sobre o mundo K-Pop, acho que o primeiro que li foi o da Babi Dewet, chamado K-Pop - Manual de Sobrevivência mesmo. Com isso, quero dizer que só me interessei em saber mais porque elas amam, e porque uma parte da minha timeline começou a postar fotos e músicas de coreanos muito bem maquiados, coreografias ensaiadas e letras de músicas que eu não entendo nenhuma palavra.
Como sabem, sou curiosa, então lá fui eu ler mais um livro com essa temática, com a Gaby que já conhecia - inclusive o livro que organizei 24 Horas com Meu ídolo tem um conto incrível dela - e com a Thais Midori que adorei saber mais sobre ela.
O livro é feito não somente para fãs de K-pop mas também para fãs delas, já que assim como livros de Youtubers de outros gêneros é lotado de fotos de viagens e de uma sessão muito bacana que as duas fizeram juntas para a obra.
Tem a apresentação de ambas, o que mudou na vida delas quando descobriram o K-pop, o que já fizeram por amor aos idols, como foi chegar perto dos seus bias , sim, é preciso um glossário para entender o que dizem, mas como já acompanho a Gaby e a Dewet até me achei entendida no assunto.
O que percebi com o livro é que não importa o tipo de música que você tenha um ídolo, o que elas contam das bandas Shinee, BTS , Monsta X e outras poderia ser um livro de fãs de bandas de rock como Guns n´Roses ou Metallica. O sentimento de se sentirem representadas, de terem encontrado sua tribo, de através da música ter força para tomarem atitudes que não teriam tomado antes de serem fã de Kpopeiras ( acho que é assim que fala) é muito idêntico. Até mesmo os julgamentos que a Gaby disse que já passou porque teoricamente na cabeça das pessoas gostar deles é restrito à adolescentes, qualquer idade acima é porque a pessoa não soube crescer. Quem é fã de alguém já ouviu isso muitas vezes, eu já ouvi, e o que faço é ignorar, porque pago minhas contas, gosto de quem eu quiser, e elas também :)
Algo que achei extremamente interessante foram as viagens delas para Coréia do Sul, Midori chegou a morar lá, Gaby foi com as economias de 2 empregos, somos muito diferentes dos orientais, sabemos disso, mas os fansigns - momento em que elas podem autografar seus dvds e cds mas não podem tirar fotos ou encostar neles - são bem diferentes do da maioria das bandas que conhecemos. Exemplo que o que esperamos quando compramos ou somos sorteados para essas coisas é que casos como o de Danai Gurira e de Avril Lavigne são lembrados até hoje.
Brasileiros amam abraçar, e é estranho que mal se possa falar com essas pessoas que amamos muito, a decepção delas é notória com esses momentos com os idols mas mesmo assim como uma boa fã inventamos argumentos para que a antipatia muitas vezes vire "uma diferença de cultura" e há uma grande diferença em tudo isso, mesmo assim no final acreditam que valeu a pena. Não as julgo, eu mesma já levei alguns foras e sigo amando alguns ídolos, não todos, é verdade, mas no fundo até evito conhecer alguns que tem histórias de não tratar bem fãs para que a história dele comigo seja somente essa, a importância de suas músicas ou filmes...seja da onde for seu ídolo, é preciso estar preparada para o que ele poderá fazer, nem sempre o que queremos que aconteça, as frases que sonhamos dizer são uma realidade.
Li o livro em poucas horas, adorei o formato e recomendo para quem ama K-pop ou assim como eu tenta cada vez mais saber sobre essa paixão que tomou conta do Brasil.
site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2019/08/resenha-meu-pop-virou-k-pop.html