Mirielen Arantes 12/08/2020
Magnífica distopia
Esse livro ainda é uma das mais incríveis obras já lançadas.
Chega a ser cruel como um livro de 1932 pode fazer tanto sentindo ainda hoje.
New London é uns dos centros "civilizados", onde você é obrigado a ser feliz. Mais do que isso, você é condicionado a isso, assim como você é condicionado a aceitar aquele mundo como ele é. O conceito de felicidade é o mesmo que somos ensinados até hoje a tentar alcançar. Uma felicidade resultante da ausência de sentimentos ruins, da ausência de pensamentos negativos, ausência de qualquer coisa que possa te levar a ter essas sensações. "Sem privacidade. Sem família. Sem monogamia. Everybody's happy now."
Ainda assim, há uma reserva de "selvagens", lugar que por algum motivo não compensava ser civilizado e que parece exercer a função de lembrar como era horrível a vida antes do soma.
É uma distopia política, mas sem uma figura autoritária super grotesca. Mustapha Mond é uma personagem curiosa. Dá para compreender (compreender não é concordar) o discurso dele. E cheguei até sentir pena dele em certo momento.
Na minha opinião, a conversa entre Mond e John é a melhor parte do livro.
É clichê dizer isso, mas nós (e eu sou uma das primeiras na lista) usamos a tecnologia como eles usam o soma e isso é meio triste.
É um livro para te fazer refletir sobre a sociedade e te deixar com um nó na garganta.