Elaine 25/05/2011O Capote é considerado um clássico da literatura russa, escrito em 1842, no período do realismo. O autor, Nicolai Gogol, nasceu na Ucrânia, mas seus livros eram escritos em russo e suas obras são consideradas herança da literatura russa, mesmo com grandes influências das tradições ucranianas. Seus livros são sempre permeadas de críticas e reflexões pessimistas a respeito da condição do ser humano e recebia muitas críticas negativas a respeito delas.
A história fala de Akáki Akákievitch tímido morador de São Petesburgo e funcionário público de uma repartição, de poucos amigos, que durante o rigoroso inverno russo precisa comprar um casaco novo. Como ganha pouco, consegue a muito custo fazer a aquisição de seu novo capote, mas é roubado no mesmo dia em que o inaugura. Akáki entra em desespero e busca auxilio das autoridades para recuperar seu bem, porém se depara com muita burocracia para que algo seja feito a respeito. Ao invés do capote, ele consegue apenas uma grande bronca de um alto funcionário, interessado em impressionar um amigo. Volta para casa totalmente abalado emocionalmente e, sem nenhum abrigo para enfrentar o inverno, adoece com uma gripe, que logo evolui ao óbito.
Depois de algum tempo seu fantasma aparece pelas ruas da cidade a roubar os capotes de todas as pessoas que se aventuram a sair à noite. Akáki só encontra seu descanso ao conseguir tirar o capote do alto funcionário que lhe negou ajuda em vida.
Apesar de uma história simples o conto que fala exerce uma certa crítica aos fatores sociais da Rússia do século XIX, sobre a posição do homem na sociedade e o que ele faz com seu poder além de pontuar a desigualdade, esta sendo gerada pelo fator monetário. O autor satiriza todo aquele sistema, inclusive a polícia, já que a mesa tem de tentar prender um marginal-fantasma, já que não o fizeram com o verdadeiro marginal vivo que lhe roubou o capote.