Tereza 17/06/2024
1984
Em "1984" temos uma ficção científica que nos faz viajar para um mundo onde a liberdade é uma ilusão e o controle é absoluto.
Trata-se de uma crítica contundente e profética dos perigos do totalitarismo, oferecendo um aviso sombrio sobre o futuro de sociedades que permitem que regimes autoritários tomem o controle.
A narrativa se passa na Oceânia, um superestado liderado pelo Partido, cujo líder supremo é o enigmático Grande Irmão. E esse Grande Irmão é bem menos tolerante do que o Pedro Bial, Tiago Lifert ou Tadeu Schmidt.
O Partido exerce controle total sobre a população através de uma combinação de vigilância onipresente, propaganda incessante, manipulação política e a repressão brutal de qualquer dissidência.
Um dos instrumentos mais insidiosos do Partido é a Novilíngua, uma linguagem projetada para eliminar a capacidade de pensamento crítico e oposição eliminando palavras e restringindo significados. Aqui, Orwell demonstra preocupação com a ameaça que o totalitarismo representa para as palavras e a linguagem e consequentemente a ameaça à nossa capacidade de pensar e falar livremente.
O Ministério da Verdade, onde o protagonista Winston Smith trabalha, é responsável por reescrever a história para que se alinhe com a ideologia do Partido. Este ato de manipulação histórica serve como um alerta contra a distorção dos fatos e a censura, práticas comuns em governos autoritários, que buscam eliminar a verdade para consolidar seu controle. A ideia de que "quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado" destaca o poder que a informação e a verdade têm na formação de uma sociedade justa.
Com o conceito das teletelas, instrumento usando para a vigilância constante, Orwell antecipa um mundo onde a tecnologia é usada não para o benefício da sociedade, mas como uma ferramenta de opressão e controle.
A jornada de Winston Smith é a de um homem que tenta manter sua humanidade e sanidade em um mundo desumanizador.
Em tempos de fake news, vigilância em massa e governos autoritários, "1984" permanece uma leitura crucial para entender as implicações políticas e sociais da perda de liberdade e autonomia.