Leyd 12/11/2019
A um pouco mais de vinte e quatro anos Pázio está divida entre muros invisíveis sob o regime da Nova Ordem. Sua ideologia é priorizar os genes em detrimento do ser humano, ou seja, separar aqueles que são considerados aptos a reproduzir daqueles que não são. Um exame é realizado quando uma casal decide ter filhos, e a partir deste que é identificado se o gene da pessoa é positivo ou negativo. Dependendo do resultado o casal é direcionado para o processo de fecundação(-) ou para a esterilização(+). De acordo com a Nova Ordem, defeitos não podem ser tolerados, e é de responsabilidade da geração atual purificar as etnias tornando-as numericamente equivalentes, e como uma única pessoa pode ter mais de uma característica étnica em seu gene, a Codes (Organização Internacional) se encarregou de despertar genes específicos em laboratórios e evitar doenças e mutações nos fetos, durante a gestação.
No início a maioria dos cidadãos compreendiam o motivo de se render a Nova Ordem. Na teoria parecia possível anular todas as mutações e anomalias para purificar o mundo, no entanto, ficou claro que brincar de deus era um disfarce para que a Codes pudesse subjulgá-lós, e não demorou muito para uma resistência abalar aos poucos a estrutura de duzentos e quinze andares da manipulação e vaidade humana.
É surpreendente que este seja o primeiro livro do autor. Idel constrói uma estrutura narrativa sólida e consegue manter o ritmo em um pouco mais de quatrocentas páginas sem se tornar repetitivo ou prolixo. No momento atual, A Nova Ordem é o tipo de história que se vende sozinha, mas que entre um capítulo e outro te faz questionar algumas aquisições duvidosas que você fez durante toda a vida.