Ley 11/12/2019A cada livro eu fico ainda mais no chãoRecentemente reli o primeiro livro da Trilogia Subversivo, queria reviver as experiências que tive com ele e também me aquecer enquanto não lançava o segundo volume. Eu estava bem ansiosa, minhas expectativas lá no alto, enquanto a autora Gabriela me deixava louca por não lançar logo ele.
Eu não esperava que tudo fosse um mar de rosas. Conhecendo a escrita da autora e o modo como Subversivo foi cheio de bombas, eu estava crendo que Inversivo viria cheio de reviravoltas e iria me deixar no chão. Devo dizer que essas expectativas foram devidamente cumpridas.
Inversivo inicia exatamente cinco anos após toda a treta que rolou no livro anterior. Os personagens Dimitri e Victória estão todo esse tempo sem nenhum contato. Dimitri assumiu uma nova identidade e agora é um advogado, mas ainda vive assombrado por seus demônios e pela sua antiga identidade.
Não temos nenhum indício do que aconteceu com Victória no início do livro, justamente pela forma de narrativa. Tanto Subversivo quanto Inversivo, iniciam sendo narrados primeiro por Dimitri, e depois pelos olhos de Victória. Essa forma de narração contribui para o leitor ter mais acesso aos pensamentos e motivações dos personagens da trama.
Todas as pontas soltas que Gabriela deixou em Subversivo, são explicadas em Inversivo, mas claro que ela nos deixa ainda mais curiosos sobre outros assuntos. Houve novos personagens inseridos na trama, dos quais eu me apeguei bastante. Como de costume, me apeguei, mas mantive em mente a natureza da autora de simplesmente nos surpreender em seus plots.
O ritmo de escrita de Inversivo fica um pouco mais rápido do que o anterior, atribuí esse fator pela quantidade de acontecimentos que o livro nos fornece. Ele tem uma carga de plots bem maior do volume anterior, o que nos adianta de como será o último volume da série.
A forma rápida de escrita não interfere na fluidez da leitura. É possível que você inicie o livro e termine em pouquíssimos dias. A autora adiantou que o lançamento do livro três está programado para 2020. Talvez alguém que já esteja acostumado com o nada de "felizes para sempre" nos livros de Gabriela, possa também formar teorias sobre o final do livro.
Uma adição interessante, foi o epílogo, que até então não havia em seus outros livros, mas digo logo que este epílogo me deixou ainda mais ávida pelo terceiro volume do que antes de lê-lo. A construção dos personagens principais Dimitri e Victória continuaram a me surpreender, mesmo todo esse tempão longe um do outro, ambos vivem assombrados pelos mesmos fantasmas.
É perceptível que os dois são parecidos em alguns aspectos, foram afetados de maneiras horríveis pela facção Volk, então não é de espantar que eles tenham os mesmos pensamentos. Achei interessante a forma em que os "fantasmas" deles nos são expostos. Como eles vivem sob nomes e identidades avulsas, eles uma dificuldade de encontrar sua verdadeira identidade e assumi-la.
Viver por tanto tempo assombrado por várias versões de si mesmo desequilibra qualquer pessoa, mas a autora desenvolve isso com maestria.
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