Lori 24/01/2011
Cães de Babel é surpreendente bom, e quando falo de surpresa é por causa que a história supostamente seria sobre um homem lidando com seu luto e a tentativa de fazer o cachorro falar. E uso supostamente, por que a parte do cão, embora seja estranha no início, não é o principal. Depois do impacto inicial pensei que seria uma história louca, flertando assim com a fantasia. Porém esse elemento da trama ela é uma forma desesperada no lidar da dor e a busca pela verdade. Talvez não seja correto diferenciar os dois elementos, afinal esta intimamente ligada para Paul. A tentativa de fala para cães é um dos elementos da história presente, que divide espaço com a história dos dois. E que belo passado, por boa parte do livro foram os meus capítulos favoritos. É uma história simples, porém belamente escrita e com toques poéticos.
A escrita talvez seja o que mantém o livro, mesmo nos momentos mais fracos ou estranhos. Carolyn escreve com simplicidade, não no sentido de pobre, sim sem floreios ou maquiagem. O que faz quando ela escreve algo mais forte ou poético tem um impacto maior. Talvez o livro seja bom por que não pretende ser sobre algo extraordinário (tirando a parte do cão falante obviamente). Trata de um sentimento comum, talvez um dos mais clássicos, o luto pela perda de uma pessoa amada. A história de Paul e Lexy tem um elemento a mais, a dúvida dele sobre se foi uma morte acidental ou um suicido. Imagino que para pessoas relacionadas a um suicida as perguntas que são escritas no livro são reais. A tentativa de encontrar elementos na história que explicam ou o que poderia ter sido feito diferente. Falando nesses elementos, eles foram muito bem colocados.
O mistério, se foi acidental ou não, transcorreu muito bem. Eu fiquei de um lado para o outro nas possibilidades, dependia do momento que ele contava. Também os elementos que os fazem suspeitar me fez no início pensar que eram fracos ou que nada significaria. Estava mais uma vez errada (acho que isso me acompanhou durante toda leitura), por que as respostas foram em grandes partes a minha parte preferida, por eu não ter conseguido prever. Por fim, uma parte que gostei foi a relação de Paul (e por um tempo de Lexy) com Lorelei (o cão). Nos livros que li, normalmente os animais não tem um papel forte ou são mais relacionados a crianças. No livro de Carolyn tem um papel fundamental principalmente pela relação entre ela o seu dono. Não tem como não ficar com vontade de não ter um cão como ela. Pelo menos isso eu estava certa desde o início.
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