Outono

Outono Lucília Garcez




Resenhas - Outono


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Maria8194 05/04/2023

Mediano, mas interessante
Eu acho que não foi um livro muito bom, mas também não foi ruim, foi um livro bom. eu sai da minha zona de conforto e consegui ver por um outro lado da ditadura militar, saindo daquela teoria, senti de perto o que uma esposa de militante passava e a oscilação de humor do casal. não leria de novo porque pra mim, foi uma leitura cansativa, e o final não me agradou muito, esperava algo completamente diferente.
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Toni 12/11/2019

Outono é o primeiro romance adulto de Garcez, que já publicou mais de 20 livros, entre obras infanto-juvenis, de formação de professores e técnicas de redação. Ângela, a protagonista, perde seu marido e companheiro para a máquina de desaparecimentos da ditadura civil-militar brasileira no início da década de 1970. Anos depois, no presente da narrativa, ela se depara com a possibilidade de um novo amor onde antes havia um coração interditado, sem possibilidade de luto por causa da ausência de um corpo.
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Articulando memórias do tempo de repressão e o presente pacato de uma viúva apaixonada por livros, Garcez compõe seu texto como um rosário de violência e arbitrariedades "que não se apaga nunca. É como se fosse ontem". Os diálogos, via de regra, são bastante problemáticos, ora artificiais e empostados, ora cheios de clichês (v. citação anterior, ou "gostei muito do filme, mas sempre acho o livro melhor") e problemáticos (e.g. um militar, na década de 1970, chamando de "repressão" às atitudes do governo é, no mínimo, incongruente); não obstante, os principais fatos estão lá, numa sucessão de tragédias pessoais e nacionais que quando aparecem na história transbordam de didatismo; ideal para um público mais jovem ou francamente desinformado.
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As personagens são planas, transparentes e pouco conflituosas (o desaparecido político Danilo, por exemplo, é o amante exemplar, o homem modelo, o subversivo íntegro, o herói ufanista, o torturado corajoso, o mártir inabalável...). Verdade seja dita, existe muito pouco conflito no livro, limitado, no fim das contas, às dúvidas da protagonista quanto a seu relacionamento com alguém 10 anos mais jovem. Apesar de ainda assombrar o presente de Ângela, a ditadura aparece no romance muito mais como um estorvo privado que atravanca a felicidade da protagonista do que um trauma nacional que precisa ser encarado coletivamente.
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Belíssima, no entanto, preciso reconhecer, é a cena em que Danilo retorna a sua casa após as torturas de sua primeira prisão. Como primeiro contato de um leitor com a ditadura brasileira, talvez o livro funcione bem.
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