A Arte e a Bíblia

A Arte e a Bíblia Francis Schaeffer




Resenhas - A Arte e a Bíblia


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Anna Bowen 08/06/2023

Acredito que ele traz verdades que o artista cristão sempre ouve, mas nunca escuta realmente, fala Sobre como a nossa comodismo interfere na nossa arte e demonstra tudo que vivemos e acreditamos!
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Alisson 29/09/2021

Perfeito! Bastante conteúdo em apenas poucas páginas.
Francis Schaeffer expõe diversos da arte cristã e secular aqui neste pequeno livro e tem como critério primário, submeter tudo o que há de arte no mundo ao escrutínio bíblico.
Aqui ele mostra, por exemplo, que uma obra de arte - seja ela poesia, escultura, música, etc - não precisa necessariamente incluir elementos sacros para ser considerada adoração ao Deus que existe. Mesmo uma arte não cristã pode carregar adoração a Deus pois ela por si só pode revelar características do artista que foram dadas pelo próprio Deus, desde que esta arte contenha alguns parâmetros que se harmonizam com as escrituras
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Samy 18/01/2023

Arte e bíblia
Um livro importante para todo artista cristão, nele vemos que Deus não despreza a arte mais a incentiva, vemos que a arte em suas várias formas pode glorificar a Deus e alcançar a vida de outras pessoas. Devemos sempre ter em nossas obras de arte, não importa qual seja ela, a cosmovisão cristã que mostra o tipo de artista somos. Que a nossa vida seja a nossa maior obra de arte.
Juliana2813 18/01/2023minha estante
Arrasou ????????




Gabriela.Padora 30/03/2021

A Arte e a Bíblia
Livro necessário a todo que deseja fazer arte para Deus. Explica o tema a luz da bíblia de forma incrível e de visão interessante. leitura rápida e linguagem fácil.
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Roberth 09/01/2023

Arte, incompletude e esperança
Ainda que não seja o primeiro contato, esta é a primeira obra completa de Schaeffer que leio. Sei que não será a última, pois já é possível vislumbrar profundidade incrível a ser desvendada, mesmo nestas poucas páginas.

O autor faz um panorama excelente de vários momentos em que a arte esteve presente em acontecimentos bíblicos, para logo em sequência apontar perspectivas que levantaram também excelentes reflexões. Dentre estas, destaco as colocações de que: a arte sempre expressa e fortalece uma cosmovisão; em se tratando da cosmovisão cristã, os artistas fortalecem ora o tema menor (focalizando a queda, a incompletude, etc.), ora o tema maior (referente à esperança e ao sentido encontrado em Deus), devendo esta última ter proeminência.

A leitura me fez querer encher meu 2023 de arte, seja contemplando ou criando.
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Aline 13/09/2023

Arte
A arte está presente no ser humano porque somos feitos a partir da criatividade perfeita do nosso Criador.
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nanat.rosa 16/01/2022

Acho que todo cristão artista deveria ler esse livro, é um divisor de águas! Um tema tão necessário.

"O cristão é alguém cuja imaginação deve voar além das estrelas" ? Francis A. Schaeffer
Adri 16/01/2022minha estante
Obrigada irei ler ele




Kamila225 21/05/2022

Excelente
"A mensagem cristã começa com a existência Eterna de Deus e, então, com a criação. Ela não parte da salvação. Devemos ser gratos pela salvação, porém a mensagem cristã é mais abrangente. O ser humano tem valor por ser feito à imagem de Deus e, portanto, é um tema importante para a arte cristã. O ser humano como tal- com suas emoções, seus sentimentos, seu corpo, sua vida- é um tema importante para as poesias e narrativas. No mundo de Deus, o indivíduo é importante." pág 73

Muito bom a forma que aborda como em todas as coisas- objetos, natureza- está Deus e como devemos usar para levar outras pessoas a acreditar Nele. Desmente alguns mitos sobre a arte e a poesia sobre a visão cristã e nos dá um novo caminho para trilhar. Recomendo ?
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Martinha 26/04/2021

muito bom !
''O artista cristã deve ter sempre em mente a lei do amor em um mundo imerso de destruicao''

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Leandro Sales 28/05/2022

Necessário para qualquer artista cristão
A arte é a Bíblia apresenta uma reflexão introdutória, por assim dizer, a respeito do posicionamento do cristão diante da arte e é incrível notar como a própria Bíblia deixa claro como deve ser essa postura.

Como cristãos e artistas, acima de tudo devemos ter em mente nosso propósito de vida, que não é exatamente comunicar a mensagem do evangelho ou transmitir verdades religiosas intelectualizadas, mas sim glorificar a Deus através da criatividade, da concepção do belo, fazendo uso da liberdade que nos foi dada quando fomos criados à imagem de Deus. No fim arte não deve ser apenas veículo evangelistico, mas uma ferramenta de adoração, e que força tem esse pensamento!!

O ser humano é alcançado por Deus em todas as áreas da vida, como um indivíduo completo, com emoções, habilidades, desejos e propósitos, e uma vez com Deus cada uma dessas áreas passa a ser regida e direcionada a Deus e por Deus. A arte é a criatividade entram aí. O cristão deve criar!

O livro apresenta ainda argumentos sobre a cosmovisão na arte e o temas cristãos dentro desse contexto e nos faz pensar: como artistas, o que temos feito? Temos adorado? Temos ainda transmitido uma cosmovisão que aponta Cristo e a eternidade?

Esperamos que sim!
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Debs 14/08/2020

Seja criativo!
"O cristão é alguém cuja a imaginação deve voar além das estrelas".

Um ótimo livro para ampliar a cosmovisão dos cristãos que exercem o ministério e o chamando artístico! Mostrando que Deus se atenta até aos mínimos detalhes sobre a arte e a vida! E lembrando que nossas vidas são próprias obras de arte! Então, permita-se a ser criativo e voe além das estrelas!
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heitorbarbozx 27/04/2021

Necessário
É um livro necessário para todos os cristãos que desejam se envolver com as artes. Os paralelos da Bíblia, Cosmovisão e Arte são geniais, nos passando uma visão muito mais clara do que realmente é um cristão artístico. Sempre tive muita dúvida sobre isso, mas esse livro me esclareceu muitas e me fez questionar outras.

Livro muito bom!
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matheusmramos 26/09/2022

Quotes
Quase tudo que produzimos não passa de arte romântica de Escola Dominical. Parece que não compreendemos que as artes também precisam estar debaixo do senhorio de Cristo.

O cristão deve usar a arte para glorificar a Deus, não simplesmente como propaganda evangelística, mas como algo belo para a glória de Deus.
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Euriano 09/12/2021

Principais pontos do livro "A Arte e a Bíblia"
Como cristãos evangélicos, tendemos a dar pouca importância à arte. Consideramos os outros aspectos da vida humana mais importantes. Apesar de nosso discurso constante sobre o senhorio de Cristo, limitamos sua atuação a uma pequena área da realidade. Não entendemos o conceito do senhorio de Cristo sobre a totalidade do ser humano e sobre todo o universo e não nos apropriamos das riquezas que a Bíblia oferece para nós mesmos, nossa vida e nossa cultura.

Os evangélicos têm sido criticados, com razão, por estarem sempre tão interessados em ver almas sendo salvas e indo para o céu que não se importam muito com as pessoas de maneira integral.

Há alguns anos, quando comecei a formular uma epistemologia e um conceito cristãos de cultura, muitos suspeitaram do que eu estava fazendo. Pensavam que, por estar interessado em respostas intelectuais, eu não poderia ser bíblico. Esta atitude retrata uma verdadeira mediocridade. Falha em entender que, se o cristianismo é mesmo verdadeiro, ele envolve o ser humano todo, incluindo seu intelecto e sua criatividade. O cristianismo não é apenas “dogmática” ou “doutrinariamente” verdadeiro; ele é verdadeiro também em relação ao que está diante de nós, verdadeiro em relação a todas as coisas em todas as áreas da existência humana.

O cristianismo evangélico ou bíblico tem falhado neste sentido. Quase tudo que produzimos não passa de arte romântica de Escola Dominical. Parece que não com­preendemos que as artes também precisam estar debaixo do senhorio de Cristo.

“Na queda o ser humano perdeu ao mesmo tempo o estado de inocência e o domínio sobre a natureza. Entretanto, ambas as perdas podem, até certo ponto, ser reparadas ainda nesta vida; a primeira, por meio da religião e da fé; a segunda, pela arte e pela ciência”. Francis Bacon

O cristão deve usar a arte para glorificar a Deus, não simplesmente como propaganda evangelística, mas como algo belo para a glória de Deus. Uma obra de arte pode ser, em si, uma doxologia.

NENHUMA IMAGEM DE ESCULTURA
As pessoas que acham que a arte é proibida pela Bíblia logo apontam os Dez Mandamentos: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso” (Êx 20.4-5). Para essas pessoas, parece claro que é proibido reproduzir não só a imagem de Deus, mas também qualquer outra coisa no céu e na terra. Esse posicionamento certamente não deixa espaço para a arte.
Contudo, antes de aceitarmos esta conclusão, precisamos consultar outra passagem no livro da Lei, que nos ajuda a entender o que o mandamento de Êxodo realmente significa. “Não fareis para vós outros ídolos, nem vos levantareis imagem de escultura nem coluna, nem poreis pedra com figuras na vossa terra, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 26.1). Esta passagem deixa claro que a Bíblia não proíbe a confecção de arte figurativa e sim sua adoração. Só Deus deve ser adorado. Portanto, o mandamento não é contra a arte, mas contra a adoração a qualquer coisa além de Deus e, especificamente, contra a adoração à arte. Adorar a arte é um erro; produzi-la, não.

Às vezes é tentador lermos a Bíblia como um “livro sagrado”, tratando os relatos históricos como se fossem situações celestiais sem relação com a realidade terrena. Entretanto, precisamos entender que, quando Deus ordenou que estas obras de arte fossem construídas (do santuário) algum artista teve de fazer isso. A arte tem duas características: ela é criativa, mas envolve também os detalhes técnicos sobre como as coisas devem ser feitas. Em Êxodo 37.7 temos um vislumbre destes detalhes técnicos: “Fez também dois querubins de ouro; de ouro batido os fez, nas duas extremidades do propiciatório”. Os querubins da arca não caíram do céu. Alguém precisou sujar as mãos; alguém teve de resolver os problemas técnicos. Os artistas do Êxodo enfrentaram as mesmas dificuldades que os artistas modernos enfrentam hoje.

O TEMPLO
Davi recebeu ordens diretas de Deus para construção do templo, portanto o que deveria existir no templo? Uma das ordens era que o templo deveria ser preenchido com obras de arte. “Também adornou a sala de pedras preciosas” (2Cr 3.6). Atente-se para isso: O templo era coberto de pedras preciosas para ornamento. Não havia razão pragmática — elas não possuíam valor utilitário algum. Deus simplesmente queria beleza no templo. Deus se interessa por beleza.

POESIA
Quando pensamos em poesia na Bíblia, logo nos vêm à mente os salmos. Contudo, existe bastante poesia judaica em outras partes das Escrituras e nem todas tratam especificamente de assuntos religiosos. Por exemplo, 2 Samuel 1.19-27 é uma ode secular, um poema de Davi em homenagem a Saul e Jônatas como heróis nacionais.

Um dos poemas mais impressionantemente seculares na Bíblia é Cantares de Salomão. Antigamente, muitos cristãos achavam que este livro representava o amor de Cristo pela Igreja. De fato, o poema pode ser interpretado desta forma. Porém, jamais devemos limitá-lo apenas à representação deste relacionamento. Ele retrata o relacionamento entre Cristo e a Igreja porque todo relacionamento adequado entre um homem e uma mulher é uma ilustração do relacionamento entre Cristo e a Igreja. O fato é que Deus tomou o amor de um homem por uma mulher para representar o amor de Deus por seu povo, do noivo pela noiva, de Cristo pela Igreja. Entretanto, em Cantares de Salomão, Deus toma um poema que expressa com grande força antifonal o amor de um homem por uma mulher e de uma mulher por um homem, e o coloca em sua Palavra.

Os cristãos geralmente pensam que as questões sexuais são secundárias. De acordo com a Palavra de Deus, jamais — jamais — devemos pensar assim. O ser humano como um todo é feito para amar a Deus; cada aspecto da natureza do homem tem seu lugar. Isto inclui relacionamento sexual, esta extraordinária relação entre um homem e uma mulher. No início de tudo, Deus deu Eva ao homem. Portanto, um poema de amor pode ser belo. Assim, se você é um jovem que ama uma moça ou uma jovem que ama um rapaz, você pode, de fato, escrever belos poemas de amor. Não tenha medo; isto também pode ser um louvor a Deus. E quando as duas pessoas são cristãs, tal poema pode ser uma doxologia consciente.

A poesia hebraica demanda uma rígida disciplina literária, provavelmente é mais difícil de se escrever do que a poesia anglo-saxônica. E, da mesma forma que se exigia de um artista ou artesão que ele trabalhasse com precisão enquanto fundia as estátuas de bronze ou fazia baixo-relevo nas paredes do templo, o poeta hebreu tinha de ser cuidadoso com os aspectos técnicos de sua poesia e esmerar-se pela excelência técnica. A busca pela excelência também é uma maneira de louvar a Deus.

Precisamos perceber que, em relação ao templo, todas as artes atuam em conjunto formando uma unidade.
Todo o templo era uma obra única de arquitetura; uma unidade integrada com colunas soltas, estatuário, baixo-relevo, poesia e música, imensas pedras grandiosas e belas madeiras trazidas de longe. Tudo em seu devido lugar. Uma obra de arte completamente unificada para o louvor a Deus. Certamente isso nos diz algo sobre arquitetura, e devemos perguntar ao Senhor de que maneira podemos produzir esse tipo de louvor a Deus hoje.

ALGUMAS PERSPECTIVAS SOBRE A ARTE
Todos nós nos relacionamos diariamente com obras de arte, mesmo que não sejamos artistas profissionais nem amadores. Lemos livros, escutamos músicas, observamos cartazes e admiramos arranjos de flores. Arte, com o significado que estou utilizando, não inclui apenas “arte elevada”, isto é, pintura, escultura, poesia e música clássica, mas também as expressões mais populares — romances, teatro, cinema, música popular e rock. De fato, há uma razão real pela qual a vida cristã em si deveria ser nossa obra de arte mais grandiosa. Mesmo para o grande artista, a obra de arte mais crucial é sua vida.

Como um artista deve começar a fazer sua obra como artista? Eu diria que ele deve iniciar seu trabalho decidindo fazer uma obra de arte. Isso tem significados diferentes em escultura e poesia, por exemplo, mas, em ambos os casos, o artista deve se dedicar a fazer uma obra de arte.
Como cristãos, sabemos por que uma obra de arte tem valor. Primeiro porque uma obra de arte é uma obra de criatividade, e a criatividade tem valor porque Deus é o criador.

Tendo sido feitos à imagem do Criador, somos chamados à criatividade. De fato, sermos criativos ou termos criatividade faz parte da imagem de Deus em nós. Jamais encontraremos um animal, um ser não-humano, que faça uma obra de arte. Por outro lado, jamais encontraremos seres humanos em qualquer lugar do mundo ou em qualquer cultura que não produzam arte. A criatividade faz parte da distinção entre ser humano e ser não-humano. Todas as pessoas são, em algum nível, criativas. A criatividade é intrínseca à nossa hominalidade.

O VALOR DA ARTE
Parece-me que muitos artistas modernos têm esquecido o valor que a arte tem em si mesma.
Temo que, como evangélicos, tenhamos cometido o mesmo erro. Com frequência pensamos que uma obra de arte tem valor somente se a reduzirmos a propaganda. Isso também é ver a arte somente como uma mensagem para o intelecto.

JULGANDO UMA OBRA DE ARTE
Consideramos aqui o uso da cor, da forma, do tom, a textura da tinta, o manuseio das linhas, a unidade da tela e assim por diante. Em cada um desses aspectos pode haver vários graus de excelência técnica. Ao reconhecer a excelência técnica como um aspecto de uma obra de arte, podemos ser capazes de dizer que, ainda que não concordemos com a cosmovisão de um determinado artista, não obstante, ele é um grande artista.
Não estaremos sendo verdadeiros com um artista como pessoa se desprezarmos sua arte simplesmente porque discordamos de seu ponto de vista.

O segundo critério é a validade. Aqui questionamos se um artista é honesto consigo mesmo e com sua cosmovisão ou se faz sua arte apenas por dinheiro ou para ser aceito. Se o artista produz uma obra de arte somente por causa de um cliente — seja esse cliente um veterano ilustre, ou uma moderna galeria de arte à qual ele deseja ter acesso, ou os atuais críticos de arte —, então seu trabalho não tem validade.
Para tornar o conceito mais real, vejamos o que acontece na arte da pregação. Há muitos pastores cujo trabalho não tem validade. Alguns pregam por ganho material e outros para serem aceitos por suas congregações. É muito fácil agir de acordo com a plateia, ajustando o que se diz ou como se diz a fim de produzir o tipo de efeito mais benéfico ao próprio pregador. E quando essa questão é em relação ao evangelho, a influência da desonestidade se torna especialmente clara.
Podemos pensar nos dramaturgos cujo futuro está nas mãos dos críticos do momento. Quando se trata de teatro, arte, música e cinema, há um grupo de críticos de Nova York e Londres que podem promover ou condenar o artista. Como é fácil divertir-se com a crítica e não considerar a arte de alguém como uma expressão sincera do que o próprio artista quer fazer.

O terceiro critério para o julgamento de uma obra de arte é seu conteúdo, que reflete a cosmovisão do artista. No caso dos cristãos, a cosmovisão comunicada por meio da arte precisa ser vista sob a ótica das Escrituras. A cosmovisão do artista não pode ser isenta do julgamento da Palavra de Deus.
Um artista pode até usar um avental de pintor e ser praticamente venerado; entretanto, uma vez que seu trabalho mostra sua cosmovisão, ele deve ser julgado à luz da cosmovisão cristã.

Alguns artistas podem não saber que estão conscientemente comunicando uma cosmovisão. Porém, as cosmovisões se manifestam. Mesmo os trabalhos concebidos sob o princípio da arte pela arte geralmente expressam uma cosmovisão. Mesmo a cosmovisão que diz não existir significado transmite uma mensagem. Seja como for, esteja o artista consciente da cosmovisão ou não, se ela estiver presente, deve ser submetida ao julgamento da Palavra de Deus.

É possível que um escritor ou pintor não-cristão escreva ou pinte de acordo com uma cosmovisão cristã ainda que ele mesmo não seja cristão. Para compreendermos isso, precisamos distinguir os dois sentidos da palavra cristão. O sentido primário e essencial define uma pessoa que aceitou a Cristo como seu Salvador e, portanto, passou da morte para vida, do reino das trevas para o reino de Deus por meio do novo nascimento. Con­tudo, se um grupo de pessoas são realmente cristãs, elas expressam um tipo de consenso que existe para além delas mesmas, e, às vezes, pessoas que não são cristãs pintam e escrevem dentro da estrutura desse consenso, mesmo não sendo indivíduos genuinamente cristãos.
Há, portanto, quatro tipos de pessoas na esfera da arte. O primeiro tipo é o indivíduo nascido de novo que escreve e pinta dentro de uma cosmovisão plenamente cristã. O segundo é o não-cristão que expressa sua própria cosmovisão não-cristã. O terceiro é o indivíduo que não é pessoalmente cristão, mas que escreve ou pinta com base no consenso cristão pelo qual foi influenciado. Por exemplo, em outra área, se me perguntassem se Benjamin Franklin ou Thomas Jefferson eram pessoalmente cristãos, a resposta, conforme pode-se julgar com base no que disseram, seria não. Entretanto, eles produziram algo que possuía algum tipo de fundamentação cristã porque se basearam no consenso cristão da Lex Rex de Samuel Rutherford.

O quarto tipo de pessoa é o cristão, nascido de novo, que não compreende o que uma cosmovisão cristã plena deve ser e, portanto, produz arte que incorpora uma cosmovisão não-cristã. Em outras palavras, da mesma maneira que é possível o não-cristão ser inconsistente e pintar o mundo de Deus apesar de sua filosofia pessoal, também é possível o cristão ser inconsistente e incorporar em suas pinturas uma cosmovisão não-cristã. Este último tipo talvez seja o mais triste de todos.

ESTILOS EM TRANSFORMAÇÃO
Não há sequer uma língua viva que não passe por mudanças constantes. As línguas que não mudam, como o latim, por exemplo, estão mortas. Os estilos de arte do passado, portanto, não são necessariamente adequados para os dias de hoje ou de amanhã. Impor o estilo de arte de ontem, quer seja no vocabulário, quer seja na arte, é um fracasso burguês. Não podemos supor que se um pintor cristão se tornar “mais cristão” ele terá necessariamente de se parecer mais com Rembrandt. Isto implicaria dizer que, para que um pregador realmente vá bem no domingo seguinte, ele deverá pregar no estilo chauceriano — aí sim prestaremos atenção de verdade!
Alguns podem dizer: "Bem, o estilo chauceriano não me interessa, mas certamente gostaria do estilo da BíBíblia King James. Pessoalmente, gosto da versão King James. Ainda é meu estilo porque fui educado em uma época em que uma das características das pessoas cultas era ler esta versão e a linguagem de Shakespeare com facilidade. Por lê-la ininterruptamente, apropriei-me dela. No entanto, será que devo pregar usando a linguagem da versão King James para não ser considerado um fracasso? Será que sou obrigado a orar usando o estilo da versão King James? Esse pensamento é uma marca da mentalidade burguesa. Os cristãos devem rejeitá-lo total e conscientemente.
Com o passar do tempo, haverá mudanças não somente nas formas de arte e na linguagem, mas também nas formas de arte provenientes de vários lugares e culturas. Vejamos, por exemplo, a poesia hebraica. Ela possui aliterações, paralelismos e outras formas retóricas, mas raramente rima. Será que isso significa que a poesia hebraica não é verdadeira? Ou será que grande parte da poesia contemporânea é que está errada por rimar? Será que toda poesia deve se adaptar ao estilo da poesia hebraica? Claro que não. Em vez disso, cada forma de arte em cada cultura deve buscar sua própria relação entre cosmovisão e estilo.

E A ARTE CRISTÃ?
Três coisas precisam ser enfatizadas aqui. Primeiro, a arte cristã dos dias atuais deve ser uma arte do século atual. A arte muda; a linguagem muda. A pregação de hoje deve ser feita em uma linguagem de comunicação atual; caso contrário, haverá um obstáculo ao entendimento. E se a arte do cristão não for uma arte do século atual, ela se tornará um obstáculo que o impedirá de ser ouvido. Isso o torna desnecessariamente diferente.

Em segundo lugar, a arte cristã deve variar de país para país. Por que forçamos os africanos a usarem a arquitetura gótica? É um esforço desnecessário. Tudo o que conseguimos fazer foi tornar o cristianismo estrangeiro para os africanos. Se um artista cristão é japonês, sua pintura deve ser japonesa; se ele é indiano, sua pintura deve ser indiana.

Terceiro, o conjunto de obras de um artista cristão deve refletir a cosmovisão cristã. Resumindo, se você é um jovem artista cristão, deve trabalhar as formas artísticas do presente século, mostrando as marcas de sua cultura de origem, refletindo seu próprio país e sua própria contemporaneidade e incorporando algo da natureza do mundo visto de um ponto de vista cristão.

O artista cristão deve ter sempre em mente a lei do amor em um mundo imerso na destruição. O poeta ou pintor cristão pode escrever ou pintar enfatizando o tema menor (visão pessimista); outras vezes, ele pode se concentrar no tema maior (visão otimista). Contudo, o mundo hoje já vivencia tanta destruição sem os artistas cristãos enfatizarem o tema menor no conjunto de sua obra que eles acabam aumentando a pobreza e a destruição de nossa geração. Um empresário cristão que não age com base na compaixão não vive de acordo com as normas bíblicas da economia, e um artista cristão que se concentra apenas na imperfeição do mundo não vive de acordo com a lei do amor.

O CERNE DA ARTE CRISTÃ
A arte cristã não é, de forma alguma, sempre religiosa, isto é, uma arte que lida com temas religiosos. Considere o Deus Criador. A criação de Deus está totalmente imersa em temas religiosos? E o universo? Os pássaros? As árvores? As montanhas? E o canto dos passarinhos? E o som do vento nas árvores? Quando Deus, a partir do nada, criou por meio de sua palavra falada, ele não criou apenas obje­tos “religiosos”. E na Bíblia, como já vimos, Deus ordenou que o artista, trabalhando com a própria criação de Deus, produzisse estátuas de bois e leões e figuras de flores de amêndoa para o tabernáculo e o templo.

Devemos lembrar que a Bíblia contém uma canção de amor entre um homem e uma mulher (os Cânticos de Salomão) e a canção de Davi para os heróis nacionais de Israel. Nenhum desses dois temas é religioso. Porém, a criação de Deus — as montanhas, as árvores, os pássaros e o canto dos passarinhos — também é arte não-religiosa. Pense nisto: se Deus fez as flores, é louvável pintá-las e escrever sobre elas. Se Deus fez os pássaros, é bom retratá-los na pintura. Se Deus fez o céu, ele pode ser tema das artes. Se Deus fez o oceano, certamente é louvável escrever poesia sobre ele. Vale a pena criar obras com base nas grandes obras já criadas por Deus.

Essa noção baseia-se na percepção de que o cristianismo não está comprometido apenas com a “salvação” do homem, mas com o homem todo no mundo todo. A mensagem cristã começa com a existência eterna de Deus e, então, com a criação. Ela não parte da salvação. Devemos ser gratos pela salvação, porém a mensagem cristã é mais abrangente. O ser humano tem valor por ser feito à imagem de Deus e, portanto, é um tema importante para a arte cristã. O ser humano como tal — com suas emoções, seus sentimentos, seu corpo, sua vida — é um tema importante para a poesia e as narrativas. Não me refiro aqui à decadência do homem, mas a sua hominalidade. No mundo de Deus, o indivíduo é importante. Portanto, a arte cristã deve lidar com o indivíduo.

Se você é um artista cristão, não deve desistir simplesmente por não conseguir fazer tudo de uma só vez. Não tenha medo de escrever um poema de amor apenas por não conseguir colocar nele toda a mensagem cristã. Ainda assim, se alguém é artista, seu objetivo deve ser produzir um conjunto amplo e profundo de obras durante sua vida.
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