@vcdisselivros 19/01/2020Se King elogiou então é bom, será?Ghost Story pode parecer novidade, mas você sabia que o livro foi publicado originalmente em 1979? Escrito por Peter Straub, Ghost Story chegou ao Brasil sob o nome Os mortos-vivos, no ano de 1985.
A nova edição lançada pela editora Darkside Books no finalzinho de 2019 apresenta ao público a mesma narrativa do clássico, porém agora, com uma capa de dar arrepios em qualquer leitor.
Na narrativa, viajamos para Milburn (EUA) e somos apresentados a Sociedade Chowder, composta por um grupo de cinco amigos, sendo eles Rick Hawthone, Sears James, John Jaffrey, Lewis Benedikt e Edward Wanderley. Os homens, já idosos, se reúnem todo mês para contar histórias de terror. As regras do grupo são claras, nos encontros, você deve:
1.Vestir roupa de gala;
2.Nunca beber muito;
3.Nunca perguntar se uma história é ou não verdadeira.
Com essa premissa, o leitor comete um erro ao pensar que a trama será em torno das histórias de terror contadas pelo grupo. O livro em si tem como fundamento uma única história, que quando contada por Sears, causa arrepios e desencadeia muitos fatores.
E os fantasmas?
Apesar do apelo presente no título e na capa, Ghost Story vai além dos fantasmas. Sim, eles estão ali, mas são mero coadjuvantes no desenvolvimento do livro, já que Peter Straub nos saúda com outros seres místicos, que tentam se vender como a evolução da nossa espécie.
Linha temporal confusa
Ainda que você tenha o máximo de atenção, vez ou outra irá se pegar voltando algumas páginas para ver se o que acabou de ler no capítulo seguinte faz sentido, como exemplo, um personagem dado como morto em tal passagem é mencionado vivo e trabalhando nas páginas seguintes.
Devido ao enredo tem como base um acontecimento do passado, os capítulos não seguem uma ordem, como consequência, muitas vezes somos levados a um personagem e ao seu papel, para somente depois conhecer quem foi ele e como se deu seu envolvimento na trama principal.
O resultado não poderia ser outro, histórias secundárias dentro da principal, mas que no fim se complementam.
Experiência pessoal
Na biografia oficial, Peter Straub foi atropelado aos 7 anos e a experiência de quase morte o deixou com sequelas graves. Ghost Story foi o modo que o autor encontrou de extravasar os pesadelos que tinha com o acidente e o medo que sentia do mundo.
Talvez por isso o livro tenha diálogos ligados a arrependimento e vingança, bem como uma chamada capciosa no capítulo 1 “Qual foi a pior coisa que você já fez? Não vou contar isso, mas vou contar a pior coisa que já aconteceu comigo, a coisa mais apavorante”.
O que esperar?
Ainda que a linha temporal se mostre confusa, Ghost Story apresenta uma atmosfera de horror encontrada em poucos livros. A construção dos personagens e o avanço deles nos convencem, conquistando o leitor para que ele aproveite ao máximo os acontecimentos e as subtramas.
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