Eu, Tituba, Feiticeira

Eu, Tituba, Feiticeira Maryse Condé




Resenhas - Eu, Tituba


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Aniram 01/07/2023

Reescrevendo histórias apagadas pelo racismo
Maryse Condé, francófona guadalupense, dá voz à Tituba, curandeira negra escravizada de Barbados, que entrou para os registros históricos dos Estados Unidos por ter sido uma das mulheres acusadas de bruxaria em Salem, no século XVII.

A brasileira Conceição Evaristo (responsável pelo prefácio de "Eu, Tituba...") fala em "escrevivências", nos mostrando o quão essencial é narrar a nossa própria história, a história do negro, mesmo diante de um apagamento racista e estrutural que deixou marcas indeléveis na formação da nossa sociedade; portanto, é exatamente "escrevivência" o que Condé faz em sua leitura pessoal e fictícia de quem foi a bruxa negra desconhecida de Salem, não pintando Tituba enquanto heroína feminista incansável e sim, o oposto, descrevendo-a como uma mulher submissa ao amor que sentia pelos homens e refém de suas relações, às vezes problemáticas, com eles.

Confesso que me incomodei um pouco com o uso de palavras como "feminismo" e "racismo" (cunhadas apenas depois de 1600, respectivamente nos séculos XVIII e XX) porque, por mais que ideiais progressistas existissem na época em que a narrativa se ambienta, os personagens não deviam conhecer termos tão modernos. Porém, de modo geral, a obra de Condé é importante e válida para a construção de uma historicidade dessa figura quase esquecida nos livros puídos dos tribunais de Salem.

Uma leitura fundamental.
Margô 06/08/2023minha estante
Justo... você trouxe uma observação que também compartilho. Feminismo naquele contexto? Quem forçou a barra? Foi um vidro trincado em uma narrativa tão bem construída!


Margô 06/08/2023minha estante
Justo... você trouxe uma observação que também compartilho. Feminismo naquele contexto? Quem forçou a barra? Foi um vidro trincado em uma narrativa tão bem construída!




Luiza.Kaiser 24/06/2023

Eu, Tituba, Bruxa Negra de Salem - Maryse Condé
De escritora caribenha, esse livro tem uma linguagem simples e envolvente. Abordando diversos temas pesados, como escravidão e preconceito religioso, conhecemos Tituba.

Tituba é fruto de uma abuso sexual sofrido por Abena, negra que estava a bordo de um navio a caminho de Barbados. Quando ela chega em Barbados eh comprada por um senhor que, ao descobrir sua gravidez, a da para um outro escravo que cria Tituba como filha. Até que Abena sofre mais uma violência por parte de seu senhor e ao se defender, acaba sendo enforcada e seu marido se matando.

A partir daí, Tituba vai morar com uma nagô curandeira, Man Yaya, conhecendo vários ?poderes? mas sempre para fazer o bem, curando as pessoas, ajudando e tendo uma ponte com os que já fizeram a passagem para além dessa vida.

Depois que Man Yaya se vai, Tituba se envolve com John Indien e acaba cansando com ele, virando escrava novamente. Ambos são vendidos para Samuel Parris, católico resoluto que aceita trabalhar numa paróquia em Salem. Lá, eles são MTO castigados, não só pelo trabalho como pelo preconceito religioso. Tituba da todo seu amor e cuidado para a filha de Samuel, Betsey, que vive doente. Em troca, junto com outras meninas do vilarejo, tramam uma farsa para incriminar Tituba por bruxaria, apenas por ser negra (o que todos os brancos sempre dizem ser atrelados ao Satan*s) e cuidar do próximo. Daí veio uma das passagens do livro: ?Confesso que sou ingênua. Eu estava convencida de que mesmo uma raça infame e criminosa poderia produzir indivíduos sensíveis e bons, como uma árvore atrofiada que pode dar frutos generosos. ? e também ?a maldade é um dom recebido no nascimento. Não é adquirido.?

Tituba é julgada mas não foi condenada a forca, porém fica presa por um bom tempo. Quando sai da prisão John Indien já não está mais esperando por ela, e ela é vendida a outro senhor para pagar suas custas na prisão. Como ela consegue se comunicar com os que já se foram, a todo momento fala com Man Yaya e Abena, que sempre garantem que ela vai sobreviver.

E daí vem uma das frases que mais me impactaram no livro:
?O dever do escravizado é sobreviver! Entendeu? Sobreviver! Eu sabia, eu estava condenada à vida!?

E Tituba vai trilhando seu caminho, é escrava de um judeu e depois liberta retorna a barbados.. caminha por mais alguns perigos até que enfim recebe o destino que não a encontrou em Salem: a forca. Porém nunca abandona os seus, observa-os e está presente (mesmo após a vida) em todas as pequenas rebeliões que podem ajudar os negros.

Vemos que Tituba é boa DEMAIS em seu coração. Nunca quis vingança, sempre tinha esperança no próximo e acreditava demais no amor.

Isso que acabou me incomodando um pouco? vira e mexe ela se enfiava numas situações super desnecessárias por causa de macho!!!! Mas eh assim, ninguém é perfeito mesmo.
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Maria 20/06/2023

Lindo. triste. me fez ter medo de confiar em homens (oq eu ja tenho né) e ao mesmo tempo ter um desejo enorme de amar. eu amo a bruxaria, é lindo como ela é retratada nesse livro.
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Sara 14/06/2023

É um livro triste. Claro. É sobre uma bruxa em Salem. E, essa bruxa, é uma mulher negra.
Eu ouvi falar muito antes de ler, mas é mais do que eu esperava.
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Toni Nando 10/06/2023

Bruna preta de sale
LIVRO: EU, TITUBA BRUXA NEGRA DE SALEM.
AUTORA: MARYSE CONDÉ
PUBLICAÇÃO: Rio de Janeiro, 2022.
EDITORA: Rosa dos Tempos
TRADUÇÃO: Natalia Borges Polesso
ONDE SE PASSA:
PREFÁCIO: Conceição Evaristo
DATA: 15 / 11 / 2022
NOTA: 10

Maryse Condé, nascida em Pointe-à-pitre, em 11 de fevereiro de 1937, é uma autentica escritora guadalupense, feminista e ativista, difusora da historia e da cultura africana no Caraíbas. Autora de várias obras de renome como Segu (1984-1985) e a que se comenta agora: Eu, Tituba Bruxa Preta de Salem (1986).
A escrita de Condé é visceral, impactante e muito necessária, sua escrita genial ultrapassa o tempo e gerações, abordando com sensibilidade temas como racismo e o machismo.
Eu, Tituba Bruxa Negra de Salem, nos conta a historia de Tituba, e inicia com sua infância quando tragicamente presencia a tentativa de estupro da mãe e em seguida sua morte por enforcamento, tudo isso pelas mãos dos colonizadores brancos. Mesmo assim, Tituba mantém sua ingenuidade e coloca sua vida nas mão de pessoas que ela cuidou (e até amou), e que no final a colocam como uma bruxa perversa. Vítima do inicio ao fim da crueldade dos senhores brancos, Tituba ignora sua intuição e os conselhos de seus antepassados ao tomar decisões errôneas que a levam a um triste fim. Se torna evidente que a culpa não é sua, mas de seu coração bondoso.
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Leila267 07/06/2023

Envolvente
Tituba é uma obra de história e resistência. Tituba é envolvente com muita revolta e sofrimento, que vive e acredita na sua ancestralidade.
E luta até o fim por sua liberdade.
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Hallisson 29/05/2023

A história apagada
Achei muito interessante a sacada da autora em dar voz para uma pessoa, mulher e negra, apagada pela história. Ela complementa o enredo com um pouco de realismo mágico e bastante da cultura de Barbados.
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Erika Santos 25/05/2023

"Por que as mulheres não conseguem ficar sem os homens?"
É uma leitura visceral. Aqui é mais que uma crítica a dor e a injustiças.
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Alessandra 13/05/2023

Escuridão total. Mato, sangue, maresia, gosto de ferro na boca. Pés descalços no chão quente, o farfalhar da cana de açúcar balançando com o vento e o barulho do chicote cortando o vento; não tem como não sentir a atmosfera de profundo terror presente nas entrelinhas, porque apesar da ficção, os horrores retratados em primeira pessoa nos fazem lembrar do teor histórico do livro.

Aqui, a morte quebra a quarta parede e as personagens "invisíveis" se tornam influentes em nossa história.
Maryse Condé nos conduz com maestria pelo caminho de Tituba, uma mulher real que cruzou os oceanos para nos questionar o sentido de liberdade nos dias de hoje.

Livro favoritado pra vida, com certeza merece releitura preu conseguir abstrair a imensidão em palavras presente em tão poucas páginas ??
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PaulaFrancoNetto 10/05/2023

Um texto bastante forte, duro e poético. Tituba uma mulher que atravessou grandes momentos difíceis. Interessante a história.
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Kecia.Viana 10/05/2023

Livro 30
Leitura que transforma. É inacreditável o poder de revolução de um livro.

Tituba... Mulher só, mas ao mesmo tempo muito bem acompanhada pelos que já se foram.

Escravizada e julgada por moralistas.

Uma mulher forte para a vida e frágil para o amor (desejo).

Um livro inesquecível na minha vida!
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Wolla 04/05/2023

Ficção histórica impactante e reflexiva
Após muito meses de ressaca literária, peguei esse livro para ler por familiaridade acadêmica e pela temática que me interessa. Confesso que fiquei completamente imerso e obcecado no que já não sabia ser ficção ou fato.

Algumas partes pós julgamento eu me arrastei na leitura mas, próximo ao fim, me senti ansioso para o fim dessa história marcante.

Os pensamentos e reflexões de Tituba ecoam, infelizmente, em uma realidade não muito distante de séculos atrás. Curioso por novas publicações dessa editora sobre a autora.
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Carolina 25/04/2023

Nuances de uma sociedade racista, escravista e machista.
Esse livro aborda a história real de Tituba, preenchendo-a com ficção em passagens que a cronografia não pode ser memorizada.

A obra aborda o racismo, a escravidão, o machismo.

Comecei o livro já sabendo do final e durante o decorrer da obra, tracei paralelos ao presente. Afinal: evoluímos do século XVIII até os dias de hoje?

"Brancos ou negros, a vida é boa demais para os homens?.

Aquele que estava ao lado de Tituba, depõe contra ela para se livrar das acusações. Não vemos isso de forma corriqueira atualmente?

Esse livro merece recortes mais profundos que conseguiria redigir em uma resenha ou que meu lugar de fala permitiria.

Contudo, destaco que um dos pontos fortes do livro, ao meu ver, é perceber que ainda há a caça às "bruxas".
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Victor 09/04/2023

A bruxa negra de Salem
Sem palavras! Leitura fluida, envolvente e cativante que te prende do início ao fim. Um prefácio poderoso da grande Conceição Evaristo! a autora, Condé, consegue com maestria dar uma história verossímil para a figura histórica mais importante dos julgamentos de Salem
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Kaka 08/04/2023

Tituba de Maryse Condè
Foi uma aventura ler esse livro, viajar ao passado atrás de uma visão que se diferente de forma exorbitante da atualidade. Entender quem foi Tituba é uma marco para as mulheres pretas. Sua caracterização foi formada por sofrimento e perseverança.
Tituba, uma mulher que amava amar, talvez isso tenha sido o seu pecado, mas até seu último suspiro se permitiu amar e ser amada por todos.
Confesso que tive que quebrar uns paradigmas para ?entender? seu último romance amoroso, mas em uma contexto geral ela involuntariamente gostava de se fazer necessária, e com isso marcou a história!
Suas próximas têm sua benção e orientação, admiro-a!
Obrigado.

Tituba vive, Tituba persiste!
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