Julia Tomazin 24/04/2024
Condenada à vida.
Eu Tituba: Bruxa Negra de Salem, de Maryse Condé - É o livro premiado de uma das mais importantes escritoras negras da atualidade, vencedora do New Academy Prize em 2018. O romance conta sobre Tituba, mulher que existiu de verdade! No século XVII, ela, que era escrava, foi umas das três primeiras mulheres a serem condenadas como bruxa na cidade de Salem, conhecida atualmente como Danvers, EUA.
Após a personagem perder sua mãe e seu pai adotivo, Tituba acaba encontrando Man Yaya, uma negra livre que cuidou, criou e ensinou a como utilizar o uso medicinal das plantas e cuidar do próximo. No entanto, a personagem apaixonou-se por John Indien e, por ele, abdicou de sua própria liberdade, decisão que acarretou sua mudança de Barbados para os Estados Unidos.
Já nos EUA, Tituba passou anos utilizando seu conhecimento medicinal para ajudar as filhas do Reverendo Samuel Parris, pessoa a quem “pertencia”. Contudo, as meninas alegaram estarem sendo afetadas por seres invisíveis, acusando-a de ter utilizado bruxaria para trata-las. A partir daí, ocorrem momentos de julgamento, audiências e prisões que mostram a dor da personagem.
O contexto do livro é justamente colonização na América do Norte, que causou muitos sofrimento ao provo negro e escravo da época. Nesse sentindo, o livro levanta questionamentos ligados à sociedade e os efeitos de nossas ações, vez que, para tudo, há dois pontos de vista: o que alguns julgam ser bom, outros julgam ser ruim. O que alguns julgam ser ciência, outros julgam ser bruxaria.
“Devo dizer que tudo isso não me preocupada muito. Eu sabia, eu estava condenada à vida!”
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