Menino de engenho

Menino de engenho José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Menino de Engenho


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Fernanda 09/03/2024

É um romance memorialistico regionalista brasileiro.Leitura indispensável e atual, mesmo escrita em 1932.
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Alle_Marques 04/03/2024

Menino perdido, menino de engenho.
...
É um livro bem pesado, embora nem sempre pareça, isso graças a forma "leve" que o narrador escolheu para contar sua história e ao tom saudoso e nostálgico que o acompanha nessa jornada.

A escrita é cheia de gírias regionais que dificultando um pouco a leitura para quem não está acostumado e a história não tem um único grande acontecimento, nem mesmo uma trama complexa que nos deixe ansiosos e querendo saber o que acontece depois, logo, é bem difícil se apegar, se interessar por esse livro, a história e seus personagens, consigo entender facilmente que não gostou e abandonou a leitura, porém, é impossível ter contato com essa obra e não se chocar com ela e é justamente trabalhando em cima dessa intenção que a obra se sustenta.

Afinal, estamos diante de um homem adulto relembrando com carinho e nostalgia sua infância, não seria nada demais, senão fosse por essa infância ter acontecido em um ambiente regado pelas mais diversas violências e abusos, uma infância marcada pela negligencia, pela injustiça, por absurdos, pelo racismo, por violência doméstica, sexual, contra mulheres, animais e crianças, uma infância em um ambiente propicio e que fecha os olhos para o feminicídio, a pedofilia e até a zoofilia, e tudo isso, não só pelos olhos inocentes de crianças, como também sendo sempre normalizado pelos adultos ao redor delas.

Sim, é realmente bem difícil olha pra isso e não entender, até não aceitar, a foram "leve" e "banal" que o narrador, e consequentemente o autor, escolheram usar para retratar tantos absurdos, tantas coisas erradas, também é fácil se deixar levar e imaginar que o livro apenas envelheceu mal ou que o Carlinhos, agora adulto, é simplesmente "ruim" ou que não liga, não vê problema, em tais coisas, assim como os adultos da época também não viam, mas isso, além de ser um pensamento equivocado, também ignora a real intenção do autor: a crítica direcionada a sociedade da época. Tanto do autor com o livro, como do protagonista escolhendo se manter fiel aos fatos e não nos poupando de nada. Isso nada mais é do que a forma brilhante que o José Lins do Rego encontrou para, justamente, destacar tais comportamentos e nos chocar com eles, se por um lado ele (narrador ou autor, a essa altura não faz muita diferença) escolheu relembrar sua infância com carinho, por outro, ele também escolhe destacar cada absurdo de forma crua e verídica, de forma que fique impossível não nos perguntarmos "Como as pessoas não viam problema, nem faziam nada, sobre isso?" ou, até mesmo, impossível não compararmos com as pessoas que conhecemos que adoram relembrar as próprias infâncias com nostalgia, mas ignoram, de forma consciente ou não, as muitas violências que elas próprias foram vítimas. É justamente esse contraste – infância feliz e nostálgica de um lado, infância violenta e abandonada de outro – que engrandece a obra e a torna uma crítica tão sagaz.

Além disso, também é bem chocante e incomodo a forma como o livro ainda consegue se manter tão atual, e isso graças a outro ponto de destaque nele: a forma tensa e apavorante como ele retrata a "formação" de homens, daquela classe social, naquela época. Eram meninos sendo criados desde muito novos em ambientes completamente hostis à infância saudável, cheios de machismo, sexualização precoce e a ideia assustadora de que eles, apenas por serem meninos, com dinheiro e brancos, eram naturalmente superiores a todo o resto. Por isso, o livro, além de ainda bem atual e realista, também já pode ser chamado de atemporal, pois pessoa com pensamentos primitivos como esse, infelizmente, não ficaram no século XX.
...
[...] Sentia um prazer sem limites quando me caía um canário no alçapão. Não ia para o almoço, entretido com a gaiola da chama. Procuravam-me por toda parte. Minha tia Maria ameaçava de soltar tudo quanto era passarinho.
— Nem come mais, só pensando em canários...
Absorvia-me inteiramente com o esporte cruel. Deixava os moleques e os primos para um canto. Mas os meus canários não cantavam. Via-os soltos, com trinados de estalos, dando os seus concertos nos galhos das árvores. Nas gaiolas, irremediavelmente mudos. Faziam greve contra mim. Tratava deles com cuidados maternos. Limpava-lhes as gaiolas, pisava-lhes milho — e nada, calados de vez. Dependurava-os então pelos pés de pau, para ver se os enganava com esse contato com os palcos dos seus dias de festa. E mudos sempre. Os meus pássaros só trabalhavam ao bom preço da liberdade. [...]
...
5° Livro de 2024, 6ª Resenha de 2024
Desafio Skoob 2024
Leitura coletiva com o canal "Ler Antes de Morrer" (Isabella Lubrano)
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Amandinha 04/03/2024

Interessante
Muito interessante o livro. É mais um livro de memórias, que mistura o caráter autobiográfico com a ficção, trazendo vocabulário e cultura nordestinos, bem característico da época e contexto em que foi escrito. Não tão envolvente por não ter um enredo lógico, que gerasse maior curiosidade em continuar o livro, então demorei um pouco para finalizar. De qualquer forma, vale a leitura.
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Lucy.Annie 25/02/2024

"Menino de Engenho" é um romance brasileiro clássico escrito por José Lins do Rego, publicado em 1932. A obra narra a infância e adolescência de Carlinhos, um menino que cresce em um engenho de açúcar no Nordeste do Brasil. O livro mergulha profundamente na realidade social e econômica da época, explorando temas como a relação entre senhores e trabalhadores, a injustiça social e o ciclo vicioso da exploração.
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Delma 23/02/2024

Menino de Engenho - José Lins do Rego
Com narrativa cativante e impecável, o autor nos traz as aventuras e desventuras de Carlinhos, que vive a infância no engenho do avô, situado na Paraíba.
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mauriloamml 22/02/2024

Boa leitura
O grande mérito desse livro são as informações históricas que vão aparecendo durante os relatos. Sempre me perguntava como teria sido a vida dos recém libertos, como eram as relações entre os empregados e os senhores... Me lembrou bastante, de algum modo, as coisas que meu avô contava.
Gostei muito da parte da senhora que vivia viajando entre as fazendas contando histórias, queria muito ter presenciado alguém assim.
A história em si não chama muita atenção, os acontecimentos não são tão encadeados e em muitas situações não são desenvolvidos inteiramente. Mas a prosa do autor é muito boa, um ponto que se deve ressaltar.
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Livinha 20/02/2024

"Menino do Engenho," Minha primeira leitura coletiva nesse ano de 2024. Uma leitura leve simples e de fácil entendimento, um clássico da literatura brasileira.

"Menino do Engenho" é uma obra clássica da literatura brasileira, escrita por José Lins do Rego e publicada em 1932. O livro faz parte do "Ciclo da Cana-de-açúcar" e retrata a vida nas fazendas de açúcar do Nordeste brasileiro no início do século XX.
A história gira em torno de Carlos, um menino que cresce em um engenho de açúcar em Pernambuco. José Lins fala sobre as experiências de infância, suas relações familiares complexas e sua vivência em meio às tradições e desafios da vida rural. Posso dizer que através dos olhos de Carlos podemos ser transportados para o universo do engenho, onde conhecemos a dureza do trabalho, as festas populares, as relações de poder e a vida simples e difícil dos trabalhadores.
O autor explorar a vida cotidiana no engenho, além de questões mais profundas, como a desigualdade social, a exploração dos trabalhadores rurais e a decadência dos engenhos de açúcar. José Lins do Rego apresenta um olhar crítico sobre essa realidade, sem deixar de destacar a importância da família, da memória e da tradição na formação da identidade cultural da região. "Menino do Engenho" é uma obra que tem personagens marcantes, além das reflexões profundas sobre a vida e a sociedade. Uma leitura bem recomendada para os apreciadores da literatura clássica nacional.
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maryelli0 18/02/2024

Clássico escrito em 20 dias
"Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo."

Menino de Engenho mostra o desenvolvimento de Carlinhos e um olhar sobre os engenhos pernambucanos. O personagem principal, passa por muita tristeza, solidão e acompanhar suas mudanças me trouxe muita reflexão.

A escrita de Zé Lins te prende de um jeito, a forma que tudo é contado com gosto de lembrança, te faz querer ler sempre mais uma página. Mesmo tendo como característica ser um apressado para escrever seus livros, são tantos detalhes que impressiona ter sido escrito em apenas 20 dias!

Vale a pena a leitura, e quero muito ler outros livros do autor
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*Gabi* 17/02/2024

Um livro de História cheio de histórias
Escrita crua e simples, é um livro que retrata a época da decadência dos engenhos de cana-de-açúcar; pouco tempo após a abolição da escravidão no Brasil. O menino Carlinhos é inserido nesse cenário após perder a mãe aos 4 anos de idade e ir morar com o avô materno e sua tia, que se torna sua segunda mãe. 


Primeiro de uma série de 3 livros centrados no personagem principal e outros mais com expansão do tema; Menino de Engenho narra as percepções de Carlinhos durante os 8 anos em sua nova vida no engenho de seu avô, o coronel Zé Paulino. Explora sua relação com a família, os negros que ali permaneceram trabalhando e as vilas e engenhos vizinhos. Narra a submissão e a miséria desse povo na sua branquitude de privilégios; mas com o tempo se identifica e faz desse o seu povo. 


Obviamente, uma obra que trata do racismo e de outras questões, como exemplo o papel das mulheres e a libertinagem masculina; de uma forma temporal e questionável; a que sempre devemos nos atentar para não confundir as descrições como uma defesa disso ou daquilo nos tempos atuais. 


Se não fosse esbarrar na live de início de leitura coletiva deste livro, no canal Ler Antes de Morrer (da Isabela Lubrano), provavelmente nunca leria a obra. Foi uma grata surpresa que me prendeu e me deixou o tempo todo com vontade de saber mais informações. Acho que essa curiosidade me deixou um pouquinho frustrada, por querer saber o desfecho de alguns causos que Carlinhos deixou no ar, sendo somente esse o ponto negativo encontrado.

Essa edição do livro é maravilhosa, contextualiza o momento na história e a vivência do autor citando o contexto Brasil da década de 1920; e o José Lins que narra tudo de uma forma muito íntima; sendo assim um livro quase autobiográfico. Possui uma introdução feita por ninguém menos que Clarisse Lispector, e um glossário ótimo, com os termos regionais e temporais, uns novos e outros sabidos da minha influência também nordestina. Recomendo muito a leitura!
Cleber 19/02/2024minha estante
Li por essa edição e tbm pelo lertantesdemorrer e gostei da introdução. Adorei a resenha, ficou top??????


*Gabi* 19/02/2024minha estante
Obrigada!!
Vc vai participar dessa que começou hoje?


Cleber 20/02/2024minha estante
Vou acompanhar as lives, faz pouco tempo que li esse do Asimov, gostei dos contos.




Aline 13/02/2024

Menino de Engenho
Menino de Engenho é o primeiro romance da série que compõem o ciclo da cana-de-açúcar, que vai acompanhar o crescimento do personagem principal e narrador, Carlinhos, enquanto os engenhos nordestinos entram em declínio até a sua substituição pela Usina. Aos quatro anos de idade, Carlinhos perde os pais de forma brutal, a mãe assassinada e o pai internado em um manicômio depois de perder a razão. Esse fato, além de impactar na sua personalidade, também faz com que ele, um menino da cidade, entre em contato com o engenho do avô materno, que se torna responsável por sua criação. Lá ele encontra uma liberdade que nunca experimentou, assim como o contato intenso com a natureza e com o dia-a-dia de um engenho de cana-de-açúcar. Seu avô, apesar de ser um homem firme e muitas vezes despótico, é visto pelo menino como justo e pacífico; sua tia Maria faz-lhe o papel de segunda mãe e o tio Juca é o modelo de homem mulherengo e inconsequente, que vai de certa forma contribuir para antecipar a Carlinhos experiências da vida adulta No engenho ele fica até os 12 anos, quando vai para o internato estudar. A vida livre que teve no Engenho e as experiências precoces propiciadas pelo modo de vida do lugar, levam para o colégio interno um menino muito mais experiente e vivido do que os seus futuros colegas, cujas aventuras devem ser descritas no segundo volume (Doidinho). O romance é agradável de ler, embora contenha algumas cenas violentas e brutais. É possível sentir uma nostalgia da infância, especialmente para quem pôde crescer no interior, próximo à natureza. Apesar de existirem algumas contradições na narrativa e faltar desenvolvimento para alguns personagens, o romance efetivamente nos transporta no tempo e no espaço para um engenho de cana-de-açúcar do início do século XX e para o modo de vida dentro e em torno dele. A experiência é muito vívida e vale a leitura.
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Marcos Santos 12/02/2024

Uma narrativa de formação de um menino traumatizado, que vai viver num engenho. O personagem Carlinhos contará as suas travessuras e dilemas que sofreu durante a sua infância. É uma história que relata vários temas sensíveis como a violência e exploração do trabalhador no campo.
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JefersonBOli 12/02/2024

Gostinho de infância
Venho sendo surpreendido com a quantidade de livros que escolho que remetem a minha infância. Fazem com que eu viaje para um passado mais simples, menos tecnológico em que apreciava mais a natureza crua às telas dos aparelhos eletrônicos. Aos tempos em que podíamos sentir ?cheiro de fim de tarde?, ver os cenários trocando de cor e observar melhor as mudanças climáticas que ocorrem no mesmo dia.

É sobre isso que se estrutura o livro ?Menino de Engenho?, a história de Carlinhos, que precisa morar com o avô após uma fatalidade envolvendo seus pais. Lá, ele convive com os parentes, os escravos, os trabalhadores e as histórias da região, aprendendo sobre a vida, o amor, a morte, a seca, a violência e a injustiça social.

José Lins do Rego fez um retrato do passado industrial nesta que pode ser considerada peça inicial de seu Ciclo da Cana de Açúcar, iniciado em 1932. Ele nos mostra o cotidiano do Nordeste no início do século XX por uma ótica infantil, inocente, mas nem por isso, menos cruel.

Retrata-se também os abusos de poder, desrespeito às mulheres e animais, as divergências entre classes e em especial à segregação de cor desenfreada que vigorava em um tempo muito curto pós-abolição. Tudo isso tratado como normal naqueles tempos.

Vemos a formação de caráter do personagem pela ótica pura de uma criança e automaticamente somos desviados ao nosso passado como pequenos. Assim como Carlinhos, em memórias, fiz um passeio às terras dos meus avós. Eu vi as diferenças culturais e até as divergências ideológicas, econômicas e climáticas de um rapaz paulista no interior de Minas Gerais. Fiz essa viagem toda em meus pensamentos. Foi nostálgico

Recomendar esse livro vai muito além de sua importância para a história do Brasil, por retratar momentos que nosso país viveu e que foram significativos para as mudanças atuais. Recomendo por grande parte de meu afeto. Este livro foi como sair de férias para a calmaria do interior que tanto gosto, sem ao menos parar com a rotina atual. Foi como um refúgio mental.
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Aline Oliveira 12/02/2024

Primeiro livro que leio de José Lins. Gostei bastante. Valeu Isa Lubrano pela leitura coletiva! 

Os capítulos são curtos e de fácil compreensão, e a história é bem interessante com o crescimento de Carlinhos e as percepções acerca do engenho do Vô Paulino.
Cleber 12/02/2024minha estante
??


Bija 21/02/2024minha estante
Pois foi a Isabella que me levou a ler, também.




Eduarda 10/02/2024

"Menino perdido, Menino de Engenho"
Menino de Engenho é o primeiro livro publicado de José Lins do Rego e também o primeiro livro que li do autor. Algo que me encantou foi o fato de muitos costumes e modos de falar estarem preservados na cultura da região que compartilho com José Lins e o protagonista do livro. Apesar de ser um livro escrito nos anos 20, consegui me identificar com vários cenários e situações. A obra aborda diversas temáticas e levanta muitas reflexões, o relato objetivo e "seco" do eu lírico traz ao mesmo tempo uma imensa profundidade passível de análise da trajetória do menino, bem como de sua formação e funcionamento psíquico. O autor retrata com tamanha riqueza a variedade de aspectos regionais e deixa o leitor ansiando por uma continuação das vivências de Carlinhos. Por fim, certamente incluirei nas minhas leituras o restante dos livros do ciclo da cana de açúcar, assim como os demais livros de José Lins do Rego.
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