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Marcos606 19/09/2023

Tradicionalmente interpretado como uma introdução à lógica de Aristóteles, divide todo o ser em dez categorias.

Substância (1), o que algo é essencialmente (por exemplo: humano), Quantidade (2) (por exemplo: cinco litros), Qualidade (3) (por exemplo: azul), Relação (4) (por exemplo: à direita de), Localização (5) (por exemplo: São Paulo), Hora (6) (por exemplo: ontem), Posição (7) (por exemplo: em pé), Posse (8) (por exemplo: usar um casaco), Fazer (9) (por exemplo: correr), Passando por (10) (por exemplo: ser atropelado)

Dos dez, Aristóteles considera a substância primária, porque podemos conceber uma substância sem, por exemplo, quaisquer qualidades dadas, mas não podemos conceber uma qualidade exceto no que diz respeito a uma substância específica. Uma conclusão importante desta divisão em categorias é que não podemos fazer afirmações gerais sobre o ser como um todo porque existem dez maneiras muito diferentes pelas quais algo pode ter existência. Não há um ponto em comum entre o tipo de ser que uma rocha tem e o tipo de ser que a cor azul tem.

A ênfase de Aristóteles no silogismo leva-o a conceber o conhecimento como estruturado hierarquicamente, uma afirmação que ele concretiza nos Analíticos Posteriores. Para ter conhecimento de um fato, não basta simplesmente ser capaz de repetir o fato. Devemos também ser capazes de apresentar as razões pelas quais ele é verdadeiro, um processo que Aristóteles chama de demonstração. A demonstração é essencialmente uma questão de mostrar que o fato em questão é a conclusão de um silogismo válido. Se algumas verdades são premissas que podem ser usadas para provar outras verdades, essas primeiras verdades são logicamente anteriores às verdades que delas decorrem. Em última análise, deve haver um ou vários “primeiros princípios”, dos quais decorrem todas as outras verdades e que não decorrem do nada. Contudo, se estes primeiros princípios não decorrem de nada, não podem contar como conhecimento porque não há razões ou premissas que possamos fornecer para provar que são verdadeiros. Aristóteles sugere que estes primeiros princípios são uma espécie de intuição dos universais que reconhecemos na experiência.

Aristóteles acredita que os objetos de conhecimento também são estruturados hierarquicamente e concebe a definição em grande parte como um processo de divisão. Por exemplo, suponha que queiramos definir humano. Primeiramente, notamos que os humanos são animais, que é o gênero ao qual pertencem. Podemos então notar várias diferenças que distinguem os humanos de outros animais. Por exemplo, os humanos andam sobre duas pernas, ao contrário dos tigres. Dado qualquer termo, se pudermos identificar o seu gênero e depois identificar a diferença que o distingue de outras coisas dentro deste, teremos dado uma definição desse termo, o que equivale a dar conta da sua natureza, ou essência. Em última análise, Aristóteles identifica cinco tipos de relações que um predicado pode ter com o seu sujeito: uma relação de gênero (“humanos são animais”); uma relação de diferenciação (“os humanos têm duas pernas”); uma relação de propriedade única (“os humanos são os únicos animais que podem chorar”); uma definição, que é uma propriedade única que explica a natureza ou essência do assunto; e um relacionamento acidental, como “alguns humanos têm olhos azuis”, onde o relacionamento não se mantém necessariamente.

Embora o verdadeiro conhecimento seja todo descendente do conhecimento dos primeiros princípios, o argumento e o debate reais são muito menos puros. Quando duas pessoas discutem, não precisam de voltar aos primeiros princípios para fundamentar cada afirmação, mas devem simplesmente encontrar premissas com as quais ambas concordem. O truque para debater é encontrar premissas com as quais o seu oponente concordará e depois mostrar que conclusões contrárias à posição do seu oponente decorrem necessariamente dessas premissas. Os Tópicos dedicam muita atenção à classificação dos tipos de conclusões que podem ser tiradas de diferentes tipos de premissas, enquanto as Refutações Sofísticas exploram vários truques lógicos usados ​​para enganar as pessoas e fazê-las aceitar uma linha de raciocínio errada.
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nanaths 23/04/2023

Surpresa boa
Comecei a ler como material complementar da UC de Semântica e Pragmática da faculdade de Letras e fiquei pela elucidação de muita coisa do pensamento aristotélico (o prefácio não é de grande ajuda, dava pra ter lido na íntegra sem problemas).
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Mefis0 01/02/2023

Boa iniciação à metafísica e à logica, apesar de provavelmente ser melhor ler Metafísica (do mesmo autor)... Aristóteles ainda estava começando a construção de suas ideias nesse livro, o que é perceptível, mas de forma alguma atrapalha a compreensão e, com ajuda do tradutor, é fácil entender como essas ideias evoluíram.
Sobre o conteúdo em si, é notória a dependência do autor na linguagem como construtora do seu sistema metafísico com diversos trechos que caberiam perfeitamente num livro de gramática. Todavia, isso de forma alguma é um defeito, pois, é apenas natural que a metafísica comece da linguagem e transcenda ela com o seu desenvolvimento
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