Cris 06/12/2023Livro pra quem quer entender a história “Leva muito tempo para que as mulheres entendam que receber papéis ‘iguais’ não as tornará iguais enquanto o roteiro, os objetos de palco, o cenário e a direção ficarem estritamente a cargo de homens. Quando as mulheres começam a se dar conta disso e se reúnem entre os atos, ou mesmo durante o espetáculo, para discutir o que fazer a respeito, a peça chega ao fim.” Pág. 38
Neste livro, a autora, que foi uma pesquisadora e historiadora nos traz um estudo contendo mais de dois mil anos de história para explicar a origem da sociedade patriarcal.
Ela conta a história de várias civilizações antigas, que já nem existem atualmente, seus costumes, crenças e a forma que a sociedade se constituía. Vemos desde sociedades que giravam em torno do matriarcado, tendo mulheres como deusas e sacerdotisas a seu serviço, até sociedades que culpavam e puniam as mulheres por abusos e violência cometidos contra elas mesmas.
Uma das partes mais interessantes foi ver algumas contextualizações envolvendo passagens bíblicas e confesso pra vocês que enxergar certas histórias por um outro ângulo foi muito revelador.
A autora corrobora suas afirmações com vários estudos publicados a respeito de vários assuntos. E apesar deste livro ter sido publicado na década de 1980, é impressionante ver a quantidade de estudos que já existiam anteriores a este que falavam sobre a opressão da mulher na sociedade.
Eu esperava que o livro fosse se situar mais na atualidade (da época em que foi escrito), porém, só no último capítulo temos uma contextualização; os demais capítulos são pura história, e isso ficou um pouco cansativo.
É um livro denso, tem muitas citações, mas eu recomendo se você se interessa pelo assunto.
“Durante o segundo milênio a.C., a formação de classes ocorreu de forma que, para as mulheres, o status econômico e a servidão sexual estivessem ligados de modo indissociável. Assim, a posição de classe das mulheres foi desde o início definida de maneira diferente em relação à posição dos homens.” Pág. 162
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