Nayana 24/09/2022Leitura de peso, não sabia que precisava tanto dessas informações. Como ainda tenho muito que aprender sobre como errar menos!
Falar de apropriação cultural ainda é difícil para mim, mesmo depois da leitura, mas é importante divulgar um pouco que posso que minimize o estrago para tantos.
Quando falamos de apropriação cultural, estamos falando de uma violência simbólica, que proposital ou não, insulta e fere a dignidade de um povo ou grupo social oprimido.
Não se pode pegar a riqueza cultural produzida por grupos historicamente inferiorizados, como negros e indígenas, e simplesmente usar como se fosse patrimônio de todos. É necessário cuidado e respeito, conhecimento para entender os limites e se quem usa faz parte de grupos dominantes ou não (pois aí poderia ser aculturação também).
O livro me fez entender que se um grupo oprimido modifica algo no seu jeito de vestir, falar etc. para se assemelhar ao grupo dominante, isso é puramente uma tentativa de sobrevivência, não pode ser considerado apropriação cultural, e isso é muito importante para entendimento da sistemática do termo. Toda cultura apropriada é necessariamente uma cultura discriminada, marginalizada, menosprezada, e utilizar seus símbolos e criações menospreza e/ou modifica elementos de resistência.
?A vontade de usar turbante, tranças, dreads ou um cocar não pode se sobrepor à história e aos significados que esses elementos possuem para seus grupos de origem.?
Ler sobre o assunto é importante não só para se referir a vestimentas, mas para entender e respeitar a religiosidade negra, o samba, a capoeira, o acarajé.. Não é algo nada simples, até porque é algo tanto político quanto cultural.
Recomendo a leitura para quem nunca estudou o tema e precisa de uma introdução a como perguntar sobre o problema e refletir bastante.