Resenhas - O Cortiço

Amante de livros 31/03/2024

Piedade...
Piedade esperava em vão pelo marido e saía aflita, disposta a ir ao hospital, à polícia, ao necrotério, ao diabo. Ao retornar para casa, chorava tanto que o mugido lúgubre daquela pobre criatura abandonada parecia uma nota lamentosa e tristonha de uma vaca chamando ao longe. Bertoleza recuou de um salto e, antes que alguém a alcançasse, de um só golpe certeiro e fundo, rasgou o próprio ventre de lado a lado. Escolheu a morte a uma vida de escravidão

Kkreitu 30/03/2024

O mal da sociedade é o homem
Coitada da Bertoleza, que viveu a vida como escrava, se ?libertou?, mas era escrava em tudo menos no nome e por fim morreu nas correntes que tanto lutou pra sair

Dominique53 29/03/2024

Uma baita leitura
Confesso que não costumo ler muita literatura brasileira, mas esse livro me incentivou a procurar ler mais.
No começo me passou a sensação de uma grande fofoca, mas no decorrer do livro fui me afeiçoando às histórias dos moradores do cortiço e o rumo que cada um tomou.
O final me deixou muito triste ??

elanaszr 29/03/2024

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Todo negro nos livros de Aluísio Azevedo tem que morrer? porque com o mulato e a casa de pensão não foi diferente

Raí 27/03/2024

"Cortiço", de Aluísio Azevedo, é uma obra fundamental do naturalismo brasileiro, publicada em 1890. Através de uma narrativa envolvente, o autor mergulha na realidade dos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, revelando as duras condições de vida, as lutas por sobrevivência, e as dinâmicas sociais e econômicas que moldam suas existências. A importância da obra reside em sua capacidade de retratar, com crueza e detalhismo, as desigualdades e mazelas sociais da época, servindo como um documento histórico-social crítico. Aluísio Azevedo utiliza-se de personagens ricos e complexos para explorar temas como o determinismo, a degeneração moral, a luta de classes, e o impacto do ambiente na formação do indivíduo, fazendo de "O Cortiço" um marco literário na denúncia das injustiças sociais e na exploração de questões humanas profundas.

Isabelalalala 26/03/2024

E no seu sorriso já havia garras.
Uma literatura crua, do tipo que te faz fazer caretas de desconforto ou espanto. Primeira obra naturalista que leio e gostei da experiência! Li com paciência para entender tantos personagens complexos, seus cenários e instintos. Muito único! Você de fato consegue sentir muitas coisas ao acompanhar os destinos majoritariamente trágicos dos moradores do cortiço...aqui o contexto social é forte e opressor, além de uma representação da figura feminina muito interessante pela época em que foi escrito. Aluísio Azevedo mudou a nossa arte com esse, sem dúvidas! Mas claro que é importante reconhecer o período apresentado e diferenciar o que ele propõe justamente para incomodar/criticar do "normal" para aquela época.
Vale a pena!

Amandinha 25/03/2024

Uau?
Essa foi a primeira obra do meu projeto de leitura que envolve clássicos dos vestibulares(o objetivo é ler os principais que caem nas provas). Admito que foi uma leitura um pouco desafiadora e cansativa inicialmente. O livro foca em inúmeros personagens e suas famílias, além de caracterizar cada um e as coisas em volta. Tudo isso enriquece a obra, mas cansa quem não está acostumado com isso(eu?kkk). Mas com o passar do tempo, você vai não só acostumando, mas entendendo o processo de formação de tudo. É incrível como uma obra pode te ensinar tanto sobre o processo social, urbano e (pré)industrial de uma cidade. O livro é maravilhoso e ?quebrei a cara? por julgar ser chato, o final me surpreendeu com todos os detalhes e acontecimentos. Hoje entendo o porquê de ?O Cortiço? ser uma das maiores obras da literatura brasileira.

Gilcimar 25/03/2024

Uma leitura que vai além de sua época
A leitura começa bem arrastada, com muitas informações, principalmente dos personagens que farão parte da narrativa. Porém, ao longo da trama, o enredo vai se desenvolvendo em diversas histórias paralelas, surpreendendo o leitor a cada desfecho.

Rafaela.Banar 24/03/2024

Típico cotidiano brasileiro
Traição, abuso, prostituição, assassinato, poder, capitalismo, preconceito, agressão. É engraçado (de um jeito desesperador) o quanto a realidade de 1890 ainda se mostra tão presente, mesmo depois de 134 anos.
O livro é caracterizado como um romance, mas acredito eu que isso acaba limitando-o. Já que os acontecimentos românticos ocorrem em sua minoria.
O que mais diverge dos tempos antigos (tirando o racismo extremo) é a relação dos indivíduos com a polícia. Eles não se apoiam a ela e nem a temem, eles detestam-a e fazem de tudo para manter-la distante.

Solinercia 24/03/2024

Um retrato do Brasil
Um livro que é quase que uma metáfora para a formação do Brasil, essencial para entender de onde viemos e como chegamos até aqui. É denso, pesado, sujo, mas acima de tudo, de uma crueza da realidade que somente um autor naturalista poderia tratar.

Por ser das artes visuais, estou muito familiarizada com esse movimento na pintura e escultura, mas ver ele na literatura, e abordando tão fundamentalmente algo como um Brasil desigual e em processo de formação social, é bastante chocante. Talvez porque, justamente, isso seja mais como um espelho da realidade do que como um retrato por alguém pintado.

A leitura é fluída, rápida, e envolvente. O impacto emocional que nos causa a cada acontecimento tem relação direta com a forma com a qual o livro nos prende. Recomendo pra todos aqueles que gostam de um olhar metafórico (talvez nem tanto assim) sobre o Brasil como um todo.

Wania Cris 23/03/2024

Clássico nacional
Na polêmica da censura a livros nacionais, peguei esse para ouvir na Audible e, gente do céu, o bichim é pesado...

Mais pesado ainda por mostrar que não é de hoje que o brasileiro é hipócrita. O que tá no livro é o retrato da sociedade brasileira, não apenas da época do império, mas a da atualidade também.

A narração de Maitê Proença é boa, menos quando ela faz um sotaque português que não convence nem permite o entendimento. Ficaria melhor sem.

Miriamarela 21/03/2024

Uma novela
Esse livro parece uma novela, com vários núcleos de personagens, cada história se desenrolando de cada vez, e no final tá todo mundo casado e tendo filho.
É válido reparar que as diversões do pessoal do cortiço são racismo, pedofilia, assédio e violência doméstica.
Dito isso, bom livro.

Kallyne 21/03/2024

Os clássicos brasileiros PRECISAM fazer morada na mente das pessoas de hoje
Realmente...há de se tirar o chapéu.
Acho que naturalismo brasileiro clássico pode facilmente virar meu gênero favorito, mas preciso agora dar uma pausa com algo que dê um pouco de esperança na vida e humanidade.
Esse livro meus amigos... Se prepare pra sentir nojo da sociedade, repugnar o capitalismo, a avareza, a vaidade...

Nazrat 20/03/2024

Uma miniatura do Brasil
Como é possível um livro desses? Impressionante o quanto é revelador de dos preconceitos, das relações sociais e de trabalho, do "jeitinho" brasileiro, e até mesmo desde quando são datadas (no mínimo) determinadas expressões utilizadas até hoje.

São complexas as relações das pessoas dentro do personagem principal da história, que é o próprio Cortiço, com sua construção (figurativa e literalmente), indicentes e evolução.

Li este livro na adolescência e retormar a ele mais de vinte anos depois foi muito positivo. Parecia estar redescobrindo personagens e situações que minha memória não mais conseguia resgatar. Isso sem contar que a visão agora, mais madura e captando mais nuances da história e toda ironia nas situações.

E o fim, por favor, como que uma história termina desse jeito? Apoteótico! (e que raiva!)

Reafin 20/03/2024

Mão de Vaca Desgraçado
Nesta história irão ter vários miseráveis e - muito provavelmente - você vai se importar com cada um deles por todos serem bem escritos.
Não obstante eles irão lhe decepcionar, como quando um amigo decepciona outro fazendo algo sabendo que iria dar ruim, como quando uma mãe tem um filho irresponsável não querendo nada na vida, como quando você pega seu (sua) cônjuge com outra pessoa.
É sujo, é animalesco e ainda de alguma forma, muito bom.