Clarice Lispector, essa desconhecida

Clarice Lispector, essa desconhecida Julio Lerner




Resenhas - Clarice Lispector, essa desconhecida


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DIRCE 24/01/2012

Tal qual filhos adotivos
Na década de 80, conheci a escrita de Clarice Lispector por meio do livro " A Hora da Estrela " , e assim que pude me dedicar às leituras, comecei a ler seus livros de forma febril e, a cada livro lido, mais me apaixonava por essa escritora.
Essa minha paixão por Clarice me levou até a entrevista que ela concedeu em 02/77, ao jornalista Julio Lerner, autor do livro que, ora, ouso tecer meus comentários.
Essa entrevista consta do livro e, me pareceu ter sido ela a mola precursora que despertou no jornalista a necessidade de sair ao encalço de tudo que cercava Clarice.Tudo o que dizia respeito a Clarice lhe interessava: opiniões de amigos, gosto musical, fonte de inspiração, e claro que conhecer aldeia onde ela nasceu ( Tchetchlnick – Ucrânia), não poderia ficar fora dos seus planos.
Gostei muito do livro - de todo ele, incluindo o Capítulo V, no qual o escritor narra com grande riqueza a sua peregrinação em Tchetchlnick ( Ucrânia) na busca de documentos que comprovassem o nascimento de Clarice nesse local, entretanto, ainda assim, fui assaltada por um sentimento que, acredito, devam sentir os filhos adotivos, que vão atrás da sua origem , que vão atrás dos seus pais biológicos: de início, são só euforia, reconciliações, emoções, mas depois...Depois eles acabam cientes que seus verdadeiros pais, e a quem mais eles amam são aqueles que os criaram.
As primeiras lembranças de Clarice são de Recife, conforme ela deixa transparecer em suas crônicas Banhos de Mar, Tortura e Glória , Restos de Carnaval, Medo da Eternidade, As Grandes Punições ( in Aprendendo a Viver – pág.s 7, 9, 14, 16), portanto, embora “seus país biológicos” seja Tchetchlnick, “seus verdadeiros pais” é o Brasil, um fato, que de forma alguma, apequena o intento e o empenho do escritor em descobrir a origem de Clarice, muito pelo contrario: serviram para termos certeza que Clarice é nossa. Clarice é filha de Recife, filha do Brasil e, eu, sua leitora, e também sua “irmã”, sou muito agradecida pelo legado de sua obra.
E ,claro que, agradecida também sou a Julio Lerner por me permitir conhecer um pouco mais sobre Clarice, por ter me permitido saber da culpa ( absurda ) que ela carregava de não ter conseguido salvar sua mãe- sua suposta missão neste mundo, e, também, por ele me permitir me libertar da culpa de ser uma noveleira de plantão. Sim porque se até Clarice gostava de novela porque eu – uma atual pobre rainha do lar – não posso gostar? Foi uma delícia saber disso, principalmente, da forma que Olga Bonelli relatou: ela diz que Clarice tinha o hábito de assistir as novelas das 8 na TV e que, até, criou um verbo para esse seu habito : bestar (Ufa!!!) . Ela diz que Clarice certa vez a chamou: "Ô Olga ...Olga... a novela tá começando vem bestá um pouco..." ( pag. 47) .
Agradecida , também sou a Bete que me acarinhou me presenteando com esse livro.
Por essa a mais aquela: 5 estrelas.
Irla 06/08/2015minha estante
Poe incrível que pareça , também conheci a incrível Clarice Lispector através do livro a hora da estrela, e posso dizer que me apaixonei por ela, e ao mesmo tempo não a compreendi , parecia que ela era uma pessoa solitária e ao mesmo tempo complicada, queria conhecer mas um pouco sobre ela..




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