Várias Histórias

Várias Histórias Machado de Assis...




Resenhas - Várias Histórias


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Tauan 23/09/2015

Essa coletânea de contos mostra toda a genialidade do mestre da literatura nacional no estilo em que, para mim, ele mais se destaca: as histórias curtas.
Alguns dos contos do livro são:
A Cartomante, um clássico que narra um trágico triângulo amoroso entre três amigo;
Uns Braços, um conto que mostra como uma "paixonite" pode afetar a vida de um adolescente;
A Causa Secreta, que fala de adultério e da alma humana;
Trio em lá Menor, que conta a história da Maria Regina, que indecisa entre dois pretendentes: Maciel, jovem e corajoso e Miranda, mais velho e apreciador da música e da boa conversa, acaba sem ninguém.;
Adão e Eva, em que é contada uma versão diferente da popular sobre como teria sido "a criação";
O Enfermeiro, que narra a história de Procópio Valongo, enfermeiro do coronel Felisberto, um velho doente e rabugento que tratava mal todos á sua volta, afastando todos os enfermeiros anteriores. Após um breve período de bom relacionamento, o coronel revela sua natureza e acaba sendo esganado durante uma briga com o enfermeiro. Qual não é a surpresa do enfermeiro ao descobrir-se único herdeiro daquele que matara;
Conto de Escola, que trata de corrupção e delação, de dificuldade e de dedicação;
Um Apólogo, que traz uma discussão entre a agulha e a linha, tratando, na verdade, de humildade;
Viver!, em que vemos o breve encontro de duas mitologias distintas, na forma de um teatro bem interessante; cujos dois personagens centrais são, Prometeu, o titã que criou o homem e Ahasverus, o último dos homens, condenado a nunca morrer por ter sido cruel com Jesus em seu calvário;
O Cônego ou Metafísica do Estilo, em que o autor faz, na verdade, uma metalinguagem, ou seja, usa a língua para falar sobre a língua.
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Mrgmoretto 13/03/2015

Não costumo resenhar, mas vale muito destacar que o conto "O cônego ou a metafísica do estilo" descreve princípios da psicanálise, sendo que o mesmo PRECEDE a obra de Freud. O cara não cansou de ser genial!
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TÁSSIA ROCHELLI 18/11/2014

Várias Histórias
A obra reúne vários contos famosos do autor Machado de Assis. Como sempre, Machado consegue atrair os nossos olhos para àquilo que estamos lendo. Sou uma fanática fã deste renomado brasileiro.
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Raphael 17/08/2014

Várias reflexões...
Monumento alegórico de toda a maestria e exuberância de seu escritor, o livro "Várias Histórias" é uma viagem às entranhas psicológicas dos seres humanos; é um convite do próprio Machado de Assis para adentrarmos à paisagem carioca oitocentista e julgarmos toda a mesquinhez, luxúria, hipocrisia e motivação da alma humana. Além de simples alegorias, a obra introduz-nos a personagens densos e verossímeis, cheios de complexidades e de questionamentos (um retrato fiel à realidade, tipicamente machadiano).

Por meio de dezesseis contos com múltiplas temáticas, o leitor encontra um exímio material de contemplação da psicologia do homem e de seu desenvolvimento social. Machado produz histórias que - apesar de curtas como o próprio padrão do conto exige - são realistas, complexas, interessantes e criativas. Trata-se portanto de um material inigualável para a literatura brasileira, que explicita toda a bagagem cultural e intelectual de um dos maiores escritores de todos os tempos.

Dadas as perífrases, convém a avaliação de cada um dos contos, como meio de constatar a qualidade da obra. Todos os contos de "Várias Histórias" são bons no sentido de serem reflexivos; mesmo assim, através de uma minuciosa avaliação, existem contos muito bons e contos fracos. A avaliação é meramente crítica, sem focar nos resumos das histórias, e segue uma escala decrescente de 1 a 5 "estrelas".

Contos com 5 estrelas(excelentes):
- A Cartomante: de ruim só a adaptação cinematográfica. O conto é incrível e apresenta o melhor da ironia e crítica de Machado de Assis. O final é imprevisível.
- A Causa Secreta: não só o melhor conto da obra como também uma representação única e íntima das motivações humanas em meio aos padrões morais da sociedade. Análise psicológica da melhor qualidade.
- O Enfermeiro: belo exemplo de como os valores interiores e exteriores influenciam a consciência dos indivíduos em meio a sociedades hipócritas e materialistas. O conto prende a atenção do começo ao fim.
- Viver!: Machado abusa da intertextualidade e produz um diálogo único. Não se trata apenas de uma mistura cultural, mas também de uma reflexão sobre o papel do homem e a importância da vida.

Contos com 4 estrelas(muito bons):
- Entre Santos: mistura equilibrada entre o espiritual e o material explicitada por meio do julgamento das motivações humanas.
- Uns Braços: o aflorar sexual de um jovem em busca da mulher idealizada, tipicamente presa pelas regras morais. Um conto que mistura romantismo e realismo.
- Um Homem Célebre: com um protagonista interessante, o conto mostra o contraste entre o ideal e o real e as cadeias em que a imaginação é contida.
- Conto de Escola: conto com uma crítica tão abrangente que uma mera descrição não é suficiente. É uma ótima metáfora para o período do Segundo Império e a emancipação de D. Pedro II.
- D. Paula: "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Retrato sobre como o ser humano pode ser hipócrita para atender aos parâmetros morais.

Contos com 3 estrelas(bons):
- Adão e Eva: representação imaginativa de um clássico bíblico. As reflexões são melhores que a própria história.
- O Diplomático: um triângulo amoroso em meio a interesses sociais e inércia generalizada.
- Mariana: outro triângulo amoroso, que serve como metáfora para o Brasil republicano (Mariana = Brasil).
- Um Apólogo: famosa alegoria sobre a agulha e a linha. Mais uma vez, a reflexão supera a narrativa. É o menor conto do livro.

Contos com 2 estrelas(regulares):
- A Desejada das Gentes: triângulo amoroso, novamente, que perde o brilho em meio a outros contos semelhantes. Os personagens também não são os melhores de Machado.
- O Cônego ou Metafísica de Estilo: uma narrativa bem desinteressante sobre o processo de criação de um cônego. Contém elementos alegóricos que valem ser analisados; de resto, nada muito espetacular.

Conto com 1 estrela(ruim):
- Trio em Lá Menor: totalmente metafórico, o conto apoia-se no triângulo amoroso mais desinteressante do livro para apresentar uma história com um final bem inexpressivo. De longe, não é o mais interessante ou memorável.

Com base na avaliação, percebe-se que "Várias Histórias" atesta toda a genialidade de um escritor que procurou representar sua realidade e os pensamentos mais contraditórios que regem a alma humana. Não só uma forma de diversão, a leitura da obra produz um amadurecimento intelectual e uma avaliação da sociedade e de seus princípios - melhor que muitos livros paradidáticos. A obra é tão rica que apenas uma leitura não é suficiente para absorver tudo o que ela pode oferecer. Por isso, toda resenha sobre ela é meramente simplista, já que a subjetividade e a objetividade humana devem ser recombinadas para a total compreensão de uma obra tão atual quanto na sua data de publicação.
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@Renanlandim22 16/08/2011

Várias Histórias
Tinha que ler esse livro para a escola. Juro que tentei. Li até a metade. Achei extremamente cansativo, chato, e com um vocabulário com palavras completamente supérfluas. Imagino, que no futuro quando eu vir a reler o livros eu ache interessante. Mas julgo completamente fora de propósito e sem graça para pessoas da minha faixa etária.
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Gláucia 25/04/2011

Várias Histórias - Machado de Assis
Reunião de alguns dos contos mais geniais da literatura brasileira, A Cartomante que acabou sendo adaptado para o cinema (não vi) e tem um final surpreendente. Uma previsão acaba induzindo aos trágicos acontecimentos. E A Causa Secreta, conto que figura numa seleção de contos sobre loucura chega a ser tenebroso. Entre outros tão bons quanto.
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Ktapreta 31/08/2010

Dois textos...uma história
Meu livro não é exatamente a edição da foto, é uma tradução do texto O ALIENISTA do português para Língua de Sinais Brasileira - Libras. O formato apresenta as duas possibilidades de leitura, texto escrito e a Libras, uma belezura para o exercitar as duas línguas.
Inté
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José Martino Escritor 03/07/2010

Sobre Várias Histórias de Machado de Assis

Já fazia mais de dez anos que Machado de Assis não publicava um livro de contos. Depois de ter escrito os Papéis Avulsos e as Histórias Sem Data, duas obras-primas do gênero, Joaquim Maria não desejava abaixar o nível de qualidade que alcançara e por isso preparava com capricho esse seu novo volume de histórias curtas. As Várias Histórias chegaram às livrarias do Rio de Janeiro em outubro de 1895, mas, estranhamente, trazia impresso na folha de rosto o ano de 1896. Não se sabe por que motivo a Casa Laemmert, que editou o livro, procedeu dessa maneira. É possível que o lançamento estivesse previsto de fato para 1896 e a gráfica tenha terminado a impressão antes do prazo dado. Seja como for, isto gerou uma tremenda confusão entre os biógrafos de Joaquim Maria, pois muitos deles se equivocaram ao repetir o erro da folha de rosto.
O livro trazia 16 contos e nenhum deles era inédito. Todos haviam sido escritos na década anterior e publicados na Gazeta de Notícias entre os anos de 1884 e 1891. Machado de Assis escolhera a dedo os contos para compor esta sua nova coletânea e acertara em cheio. Nas Várias Histórias, Joaquim Maria alcançou o ápice no domínio da técnica de narrar histórias curtas. Mesmo se ele não tivesse escrito mais nada em sua vida, este livro seria suficiente para lhe dar uma posição de destaque em qualquer literatura.
Os contos que encerravam a antologia, todos primorosos, eram os seguintes: “A Cartomante”, “Entre Santos”, “Uns Braços”, “Um Homem Célebre”, “A Desejada das Gentes”, “A Causa Secreta”, “Trio em Lá Menor”, “Adão e Eva”, “O Enfermeiro”, “O Diplomático”, “Mariana”, “Conto de Escola”, “Um Apólogo”, “D. Paula”, “Viver!” e “O Cônego ou Metafísica do Estilo”. Logo após a folha de rosto, Machado de Assis colocou uma nota explicativa:

“As várias histórias que formam este volume foram escolhidas entre outras, e podiam ser acrescentadas, se não conviesse limitar o livro às suas trezentas páginas. É a quinta coleção que dou ao público. As palavras de Diderot que vão por epígrafe no rosto desta coleção servem de desculpa aos que acharem excessivos tantos contos. É um modo de passar o tempo. Não pretendem sobreviver como os do filósofo. Não são feitos daquela matéria, nem daquele estilo que dão aos de Mérimée o caráter de obras-primas, e colocam os de Poe entre os primeiros escritos da América. O tamanho não é o que faz mal a este gênero de histórias, é naturalmente a qualidade; mas há sempre uma qualidade nos contos, que os torna superiores aos grandes romances, se uns e outros são medíocres: é serem curtos.”

Quem primeiro escreveu sobre as Várias Histórias foi Olavo Bilac, publicando a 20 de outubro de 1895 no jornal O Comércio de São Paulo um artigo muito elogioso. Aliás, este volume de contos somente rendeu elogios a Joaquim Maria, que colheu pela imprensa as palavras mais laudatórias. Quatro dias depois, Bilac voltaria a se ocupar do escritor, agora nas páginas de A Cigarra. A admiração era incondicional, como se percebe neste trecho do artigo:

“Não cabe aqui a crítica da formosíssima coleção das Várias Histórias. Criticar Machado de Assis!... A Cigarra só sabe amá-lo e admirá-lo sem palavras.”

Nesta mesma data, Valentim Magalhães publicava em A Notícia um artigo também muito favorável às Várias Histórias e a seu autor. A nota mais curiosa é que quase todos seus amigos que dele tratavam nas páginas da imprensa acabavam repetindo uma mesma observação, ou seja, insistiam na “juventude” do escritor e de seu estilo. Parece que esse tipo de lisonjarias agradava muito a Machado de Assis, que talvez pressentisse cada vez mais próxima a presença da morte. Eis o que diz nesse artigo Valentim Magalhães:

“Legítimo representante da geração de 1860, foi-o igualmente da de 1880, porque era tão moderno quão lépido, tão novo como os que mais o fossem; e agora, após tantos anos, é moço ainda pelo frescor e tesura do estilo e pelo peregrino encanto da imaginação.”

Num texto publicado no ano seguinte, em Lisboa, Valentim Magalhães apresenta Machado de Assis aos portugueses, insistindo nesse seu caráter “jovem”, sobretudo no que diz respeito ao estilo do autor de Quincas Borba:

“No seu estilo castiço, flóreo, original, artístico como uma taça bordada pelo cinzel de Celini, ainda não apareceu o primeiro cabelo branco; nenhuma ruga ainda na sua fantasia alada e risonha como uma almeia.”

Em 1897, Magalhães de Azeredo publicou na Revista Moderna, editada em Paris, um texto bastante elogioso sobre Machado de Assis. Da mesma forma que Valentim Magalhães, este discípulo querido de Joaquim Maria também destaca as qualidades joviais do mestre, com quem ele trocou extensa correspondência:

“Machado de Assis, tendo-se votado à sua arte desde a adolescência, conservou-se-lhe fiel, sem hesitações nem desfalecimentos, até hoje que já lhe branquejam os cabelos sobre a fronte ainda jovem - porque ele, como me dizia numa carta, não é “dos que dão para octogenários”.

Intacto, o fervor dos vinte anos o alenta ainda no labor literário; mestre consagrado, não entende que tal qualificação lhe seja uma aposentadoria; não lhe falem de dormir à sombra dos conquistados louros, ou de pousar sobre os muitos livros superiormente escritos a forte e nobre pena, ativa como a enxada do camponês madrugador, fina como o buril do escultor que sonha com Deusas e Galatéias. Sempre moço, ele deseja estar à frente dos moços, combater com eles, com eles ir caminhando pelo futuro adiante.”

Extraído do livro MEMORIAL DO BRUXO - CONHECENDO MACHADO DE ASSIS. Conheça-o, aqui no Skoob.
Adamastor Portucaldo 29/05/2023minha estante
Isto não é uma resenha, é um tratado. Obrigado.




Dany Dantas 25/03/2009

Indescritivelmente: Machado de Assis! Tem mais o que falar? rs...
As discussões propostas por Machado de Assis sobre o comportamento humano e social são de grandeza ímpar. Só lendo para conferir.
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