Bruno Oliveira 01/09/2016.No geral, é um livro bem fraco.
Ele tem ideias interessantes nas críticas que faz à Descartes, ainda que essas críticas não tenham valor nenhum e estejam inteiramente erradas, e tem também ideias interessantes na própria proposta filosófica de Flusser, que lembra bastante algumas coisas do budismo.
Mas a argumentação é fraquíssima, e passa de um ponto para o outro com uma superficialidade enorme, a bem dizer, não dá nem vontade de refutar, só de passar para o outro lado da rua e continuar andando.
Flusser também tem uma visão bem rasa de várias filosofias e vários temas que trata com certo desprezo, de modo que diversas críticas que ele faz aos outros são, para quem conhece minimamente esses filósofos, meros preconceitos históricos ou incompreensões básicas.
Já me tinham dito que o Flusser era fraco, mas ainda que seja, seu livro tem bons momentos e acho que a obra dele ainda pode ter outras coisas por revelar. Coerência, cuidado e rigor não são tudo o que interessa na filosofia, eu acho, creio que tem que existir um espaço para a inspiração e criatividade, ainda que um pouco à margem da racionalidade.