Ossos de sépia

Ossos de sépia Eugenio Montale




Resenhas - Ossos de sépia


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arthur966 10/05/2022

cada momento esfumava-se
nos instantes futuros sem traços.
viver era aventura muito nova
hora por hora, e o coração batia.
norma lá não havia,
sulco fixo, confronto
a discernir tristeza de alegria.
mas reconduzidos por atalhos
à casa sobre o mar, fechado asilo
de nossa atônita meninice,
rápido respondia
a cada impulso de alma um consenso
externo, revestiam-se de nomes
as coisas, nosso mundo tinha um centro.
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Daubian 24/06/2020

Incoerências produtivas
O livro traz uma coletânea de poemas de um vencedor do Nobel de Literatura. Acho que é maior do que deveria com muitos perdendo a força no final. Entretanto são nas imagens antagônicas e marinhas que ele tem a força. Pra começar o nome. Sépias são como as lulas, aparentemente de corpo mole mas escondem uma concha (osso) dentro dela. Apesar de frágil, há um núcleo que sobrevive após sua destruição. Assim como a memória que ele evoca de lugares com um viés adulto e maduro. O girassol amarelo é ansioso e louco sendo que a paz está no céu. Apesar de os poetas adorarem a primavera seria para ele nos galhos secos do inverno a verdadeira e bela essência da árvore. Enquanto ele foca nessa reinterpretação da realidade ele é poderoso, quando volta a ver a normalidade ele perde impacto. Como ele disse, é quando uma pedra cai em um tanque as pessoas ignoram a pedra e contemplam a paz nas ondas. Ele fala das pedras, mas é na incoerência das ondas a sua força
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Gladston Mamede 10/08/2019

Estranho. Delicioso. Para se ler aos poucos: um poema por dia. Ler silencioso. Ler em voz alta. Para não pensar e deixar-se impactar. Para pensar e cogitar e... amei.
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Stefânea 11/03/2019

Ossos de Sépia foi publicado pela primeira vez em 1925, em Turim, pelo escritor italiano Eugenio Montale. Reunia poemas escritos por ele desde 1916, e logo no lançamento já se tornou um clássico, fazendo com que o autor fosse comparado com homens como Dante Alighieri. Ele adicionou seis peças em edições posteriores e em 1975 recebeu o Prêmio Nobel por essa obra, sendo elogiado pela academia por destacar a "singular continuidade introspectiva". Os poemas são escritos de forma impecável, e todos tem profunda ligação com a natureza, sendo essa sitada em quase todos. Apesar de serem pequenos, a compreensão é meio difícil, exige bastante interpretação e observação, além de, na minha opinião, um certo conhecimento acerca do contexto regional e histórico. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Mesmo nessa edição linda de capa dura acolchoada, a obra em si não me chamou atenção em nada. Achei os textos frios e chatos, não entendi alguns e simplesmente não senti conexão alguma com nenhum poema. Então me questionei muito como leitora, pois, como eu não estava gostando de uma obra tão renomada e elogiada? Será que o problema era eu? Acabei concluindo que NÃO. O problema NÃO ERA EU. Até porque não tem nada não gostar de um clássico.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Conclui que leitura é identificação e identidade. Se uma obra não faz você relacionar algo de sua vida a ela, dificilmente a leitura vai para frente. Os clássicos tem que ter seu lugar de destaque, mas nem tudo que é bom para os grandes críticos é bom para mim.

site: https://www.instagram.com/resenhadora/
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Davi Araújo 06/06/2010

"Vou direto ao que interessa: numa época de palavras genéricas e abstratas, palavras boas para todos os usos, palavras que servem para não pensar e não dizer, uma peste da linguagem que transborda do público para o privado, Montale foi o poeta da exatidão, da escolha lexical motivada, da segurança terminológica visando capturar a unicidade da experiência. [...] Mas essa precisão para nos dizer o quê? Montale nos fala de um nundo turbilhonante, movido por um vento da destruição, sem um terreno sólido onde apoiar os pés, com o único recurso de uma moral individual à beira do abismo. É o mundo da Primeira e da Segunda Guerra Mundial; talvez também da Terceira."

Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos


Esta é a primeira edição brasileira integral de 'Ossos de sépia', obra capital de Eugenio Montale(1896-1981), Prêmio Nobel de 1975.
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