Maya

Maya Jostein Gaarder




Resenhas - Maya


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Polly 30/01/2020

Maya: o milagre da vida e o absurdo do tempo (#094)
Eu tentei ler Maya por três vezes. Nunca consegui passar da página 100. A leitura simplesmente nunca fluiu, nunca engrenou, algo que era uma completa frustração para mim, já que Jostein Gaarder sempre foi um de meus autores favoritos da vida. Nenhum outro autor me fez enxergar com mais beleza a vida e esse mundo, e por consequência me ajudou a ser forte nos momentos ruins, como ele. Eu queria verdadeiramente gostar de Maya, mas não rolava.

No entanto, não consegui me desfazer do livro, tinha na cabeça que um dia eu ainda o leria, nem que fosse para dizer que era o único do Gaarder de que eu não gostei. Ainda bem que assim o fiz. Antes de pegá-lo dessa vez (a quarta, no caso), fazia pouco tempo que eu tinha lido Uma Breve História do Mundo do H.G. Wells (tem impressão literária dele em algum lugar deste perfil), que dedica seus capítulos iniciais a como se deu a formação de nosso planeta e como chegamos a esse mundo em que vivemos. Eu também estava lendo Sapiens do Harari (que pretendo fazer impressão literária em breve), que, da mesma forma, dedica-se a falar sobre o assunto, mas mais voltado a nossa própria espécie, é claro, como o próprio título sugere. Então, eu vi que estava na hora de ler Maya, que fala justamente sobre teoria da evolução, nosso surgimento como espécie, relatividade do tempo e coisas afins, mas cheio de filosofia no meio, daquele jeito pelo qual eu sou apaixonada.

Assim, já estando um pouco mais por dentro do assunto e devidamente interessava por ele, eu já estava pronta para Maya, que conta a história do casal Frank e Vera, biólogos evolucionistas, que passaram pela dor de perder uma filha. Porém, essa história não é contada por eles, mas pelos olhos de outro personagem: John Spooke, um escritor inglês, que também passa pelo drama de viver o luto. Spooke perdeu o amor de sua vida, Sheila, e ainda sofre intensamente esse vazio. O escritor irá refletir sobre a morte e a vida ao lado de Frank, enquanto este analisa as suas prórprias perdas.

Ao longo da história, ainda conhecemos o estranho casal Ana e José, que é a principal fonte de reflexões filosóficas do livro, pois eles têm a estranha a mania de falar frases soltas que meditam sobre o lugar em que vivemos e a nossa existência, e sobre como o mundo parece ter sido feito para ter consciência de si mesmo. Se não fôssemos nós, alguma outra espécie acabaria, um dia, se dando conta de que existe (será?). Ainda há o detalhe de que Ana, que possui uma saúde muito frágil, parece familiar a todos que a conhecem. E esse mistério vai ser o responsável por nos instigar a pensar sobre o Tempo (personificado na figura do Curinga, que só enquanto eu escrevo esse texto é que me dou conta desse significado), e sobre como Ele é relativo, existindo sem existir, aprendendo e ensinando sobre tudo e sobre todos, escapando dessa realidade material como (quase) todos nós almejamos fazer algum dia.

Escrevi em muitos post-its durante a leitura, fiz inúmeras marcações também, como há muito tempo eu não fazia em um livro. Olhei para dentro como só o Gaarder tem a habilidade de me "fazer fazer". Que bom que não desisti de Maya! Então, meu conselho, além de lhe indicar a leitura de Maya (é lógico), é que sempre dê oportunidade a algum livro que um dia você tentou, mas que não vingou. Talvez, não tenha sido a época certa ou você não estava preparado para ele. Foram quatro tentativas até eu entender a poesia que é Maya. Não perca você também uma ótima leitura por ter tentado num tempo errado.

site: https://madrugadaliterarialerevida.blogspot.com/2020/03/maya-o-milagre-da-vida.html
Marisa 30/01/2020minha estante
Gostei muito das suas impressões, ainda não li esse dele.


Polly 30/01/2020minha estante
Fico feliz que tenha gostado! Recomendo muito a leitura, sobretudo se se interessa pelo assunto. Ler um Gaarder é sempre uma experiência maravilhosa ?


Felipe1503 01/02/2020minha estante
Não era você que não estava preparada para o livro, mas o livro não estava preparado para você. ? Li apenas O Mundo de Sofia e Maya dele, acho. Faz muito tempo.


Polly 03/02/2020minha estante
Pode ser uma outra forma de ver as coisas hahaha Eu já muitos dele como Através do Espelho, O castelo dos pirineus e meu querido da vida O dia do Curinga, indico todos, inclusive. Gaarder é meu amorzinho desde a adolescência. Mas, graças a Deus, tem um monte de livros dele ainda para eu ler


Emi 21/05/2022minha estante
Nossa, vc conseguiu me deixar emocionada lendo uma resenha?


Polly 22/05/2022minha estante
?


Fabio909 07/12/2023minha estante
Li Maya por duas vezes! Amei, sempre fui fascinado pelas mistérios da vida e esse livro me aguçou mais a minha mente!!! Feliz em encontrar pessoas que tenham lido ele.




Raphael 07/07/2015

Jostein Gaarder talvez seja meu escritor preferido. O projeto didático que o autor apresentou com "Mundo de Sofia" não se esgotou ali. As principais questões existenciais da filosofia percorrem todos os seus outros livros. Com "Maya" não foi diferente. É muito interessante a forma amistosa como ele nos insere em pensamentos tão inquietantes (ou que deveriam inquietar). Acho que é por isso que eu gosto tanto dele. O livro bom, na minha opinião, é aquele que acompanha o leitor por um longo período (ou a vida toda) após a leitura. E isso acontece com os livros do Jostein Gaarder. Após ter lido "O dia do Curinga", por exemplo, nunca mais olhei para um aquário da mesma maneira. Aquele peixinho multicolorido e a "bebida de todos os sabores" vão me acompanhar para o resto da vida. E isso é muito bom!

O mais importante, no entanto, são as profundas reflexões filosóficas que o autor nos proporciona (até mesmo para aqueles que não são do ramo - aplausos para sua didática) e este é o ponto mais importante em "Maya". Se você ainda não leu, e tiver a oportunidade, parta sempre da premissa que a história contada no livro é apenas o pano de fundo para o autor fazer você refletir filosoficamente. E de uma forma bem direta, tipo "de onde viemos? de onde veio o mundo?". Este é um erro que já vi pessoas cometerem ao falarem que "Maya" é chato. Será que estavam aptas para fazer o julgamento? Por isso, eu particularmente evito ao máximo falar mal de algum livro. Talvez seja o leitor que não esteja preparado para aquilo. E eu não to falando apenas intelectualmente, as vezes nos foge algo mais básico ainda, tipo "qual é a desse autor?".

Em "Maya", essas questões existenciais são refletidas sob o ponto de vista biológico. Frank Andersen, o personagem central, é biólogo evolutivo e, através dele, o autor nos mostra em que pé está sua ciência na tarefa de desvendar as origens do homem. Frank e outras dez pessoas encontram-se numa ilha turística (alguns a passeio outros a trabalho) e "o pano de fundo" se desenrola ali. Aqui, neste livro, os personagens mais marcantes são Ana e José, um casal misterioso que vive trocando reflexões filosóficas e não se separam nunca. É muito legal notar o entrosamento entre este casal e confesso que fiquei chateado por nunca ter tido uma experiência parecida (não é apenas um casal que se dá bem, é um entrosamento, digamos, filosófico! Bem mais profundo).

Frank observa (escondido) o comportamento do casal e fica intrigado com a peculiaridade. No mais, Ana lhe causa uma profunda inquietação: seu rosto é muito familiar. No decorrer da narrativa, ele descobre que a moça é idêntica a uma pintura famosa de Goya, chamada "la maja desnuda", daí (dentre outros motivos) o título do livro. Surge, aí, o mistério que permeia a história: como pode um quadro pintado há 200 anos mostrar o rosto de Ana, moça jovem e bonita que ainda perambula pelo mundo? Confesso que me enrolei na resposta do autor mas, como salientado, a história é apenas o pano de fundo.

No mais, há ali um draminha familiar que Frank vem enfrentando e o clímax, devo confessar, surpreende um pouco e chega até a comover (há uma reviravolta). John Spooke, um personagem meio secundário, acaba se tornando o principal e sua história meio que me causou pena. O enredo, em suma, é basicamente isso: dez desconhecidos se relacionando numa ilha. E Gaarder vai propondo reflexões em cima deste contexto. Por fim, pra fechar com chave de ouro, o autor nos apresenta um manifesto com as principais sentenças filosóficas proferidas pelo simpático casal Ana e José. Pra não ficar muito grande isso aqui, mencionarei apenas duas (há cinquenta e duas!).

"(...) Alguém pergunta: quão grande é a probabilidade que algo tem de nascer do nada? Ou, ao contrário, claro: que probabilidade existe de que algo tenha sempre existido? Ou, não obstante: pode-se calcular a possibilidade de que a matéria cósmica de repente, uma bela manhã, acorde consciente de si? (...)"

"(...) Não é de se estranhar que o Criador, segundo dizem, tenha retrocedido um passo ou dois quando modelou o homem, com terra que pegou do chão, soprando-lhe vida pelo nariz para transformá-lo numa criatura viva. O mais surpreendente desse acontecimento foi a falta de espanto de Adão (...)".

Por derradeiro, não poderia deixar de mencionar alguns presentes que Jostein Gaarder me deu pra que eu guardasse para sempre: "(...) Com a simples existência do mundo, os limites do improvável já foram superados. Se o mundo existe, por que não haveria de existir outro mundo depois? [da morte] (...)". Sobre quem veio antes, o ovo ou a galinha: "(...) O que vemos muito distante no espaço, isto é, bilhões de anos-luz para trás na história do universo, é ao mesmo tempo a causa dos acontecimentos do momento presente. O universo é ao mesmo tempo o ovo e a galinha (...)". Os aplausos para o big bang só vieram alguns bilhões de anos depois. Estamos vivendo no "estado fetal da razão". Viva. Obrigado Jostein Gaarder.

Vinícius 08/10/2015minha estante
Interessante surpresa! O nobre colega resenhado livros. Continue... E escreva os próprios também.


Raphael 11/10/2015minha estante
Obrigado. Esse livro era seu hein! Faça suas resenhas tb. Quero vê-las


Elineuza.Crescenci 19/07/2019minha estante
Parabéns pela resenha. Bem completa e facilitadora da compreensão.




Maíra 27/12/2009

Frases
"Existe um mundo. Em termos de probabilidade, isso é algo que se esbarra no limite do impossível. Teria sido muito mais fidedigno se, por acaso, não existisse nada. Nesse caso, ninguém teria começado a perguntar por que não havia nada..."

"Levamos uma alma que não conhecemos e somos levados por ela. Quando o enigma se ergue sobre duas patas sem ter sido solucionado, é que chegou a nossa vez. Quando as imagens sonhadas beliscam o próprio braço sem acordar, somos nós. Porque somos o enigma que ninguém sabe resolver. Somos o conto encerrado em sua própria imagem. Somos os que andamos sem parar e nunca chegamos à claridade."
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Instagram: @leitor_eduardo 15/07/2023

Maya
- Título: #Maya
- Autor: #JosteinGaarder
- Ano: 1999
- Nota: ?????

#Frank é um paleontólogo que faz pesquisas no arquipélago de #Fiji, na #Oceania. Pouco a pouco, estranhas criaturas começam a perturbar seus estudos. Por exemplo: Ana, a linda dançarina de flamenco que parece ser capaz de ler pensamentos e cartas de baralho, de enxergar o passado e o futuro. Mais intrigante é o Geco que toda noite, aboletado em cima da garrafa de gim que Frank pretende beber, se lança em reflexões sobre as origens da vida e repreende o cientista porque os primatas de sua laia agem como se quisessem destruir este planeta que levou milhões de anos para ser feito.

Um anfíbio filósofo, uma bailarina vidente: Frank começa a duvidar da lógica das coisas e acaba se convencendo de que a relatividade do tempo é uma teoria muito esquisita. O mundo virou do avesso.

Ainda bem que, nesta história, nem tudo o que acontece é exatamente o que parece.

Como em seus livros anteriores, Jostein Gaarder parte de uma estrutura ficcional muito bem arquitetada para refletir sobre diferentes campos do conhecimento humano. Aqui ele convoca o leitor para uma viagem pelas origens do Universo e da vida, numa narrativa que, através da compreensão da evolução das espécies, busca respostas para uma de nossas perguntas eternas: "Quem sou eu?".

Na tradição hindu, Maya é a deusa da ilusão. Seu véu estendido é a advertência para a natureza ilusória daquilo que chamamos nossa realidade. Na raiz da palavra Maya está a ideia de medida e de criação. Refere-se à irrealidade do universo manifesto ? noção que, no geral, foi interpretada como uma afirmação do caráter ilusório do próprio cosmos.

A escrita do livro é leve e nos faz viajar por Fiji, Espanha, e por todos os cenários maravilhosos que o narrador-personagem Frank nos leva.

A linha de escrita e narrativa lembra muito o estilo dos outros livros do autor que eu já li e que recomendo tremendamente: O Dia do Curinga, O Mundo de Sofia, A Biblioteca Mágica de Bibbi Bokken, A Garota das Laranjas e O Castelo nos Pireneus.
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Nath Mel 18/08/2020

Acompanhamos o casal Frank e Vera, biólogos evolucionistas, que sofrem com a perda do filho. Mas a história é vista sob o ponto de vista de John, um escritor inglês que também passa pelo luto.

Acompanhamos incríveis reflexões sobre a evolução humana, o universo e a espiritualidade. Temos discussões densas sobre evolução e desenvolvimento humano. Como sempre o autor nos abre para discussões científicas e filosóficas do mundo.

Conhecemos o casal José e Ana, responsáveis por grandes discussões filosóficas exploradas no texto.

Apesar da leitura não ser muito fluida e pode ser cansativa em alguns momentos, vale muito a pena ler.
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Lúcia Ramos 07/09/2009

Perfeito pra quem gosta de mistério, questionamentos filosóficos, arte e cultura flamenca.
Ah, o livro que me emprestou meu segundo nome... Perfeito pra quem gosta de mistério, questionamentos filosóficos, arte e cultura flamenca.
Apesar de eu ter algumas ressalvas quanto a Jostein Gaarder.
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Fabio Shiva 02/01/2013

uma receita diferente e original
Um paleontólogo em crise diante da impermanência da vida protagoniza esse romance bem diferente, que explora as diferentes acepções da palavra “Maya”. Do mundo ilusório descrito pelos hindus às profecias maias, passando pelo famoso quadro “Maja Desnuda” de Goya, tudo faz parte do caldeirão onde Gaarder cozinha seu prato audacioso e original.

Por isso, antes de mais nada, muitas palmas para o autor! Por não ter se acomodado ao sucesso de “O Mundo de Sofia” e continuar ousando criar algo diferente. Muitos autores há que escrevem o mesmo livro ano após ano, seguindo cuidadosamente a receita dourada que foi aprovada pelos leitores. Felizmente esse não parece ser o caso de Jostein Gaarder!

O livro é uma curiosa mistura de carta, romance e manifesto, no clássico esquema do “livro moldura”, que apresenta ao leitor um livro dentro do outro. Gostei muito de algumas passagens e das ideias expostas no livro. O tema central, me pareceu, é a grande mudança de paradigma que estamos transitando, do velho materialismo mecanicista para o que poderíamos chamar de idealismo quântico. Penso que trata-se de uma leitura benéfica para o mundo, pela feliz abordagem desse complexo tema. Sincronicidade ter lido esse livro junto com “Ilusões” do Richard Bach, que também afirma algo assim: a humanidade está caminhando da matéria para o espírito. Viva viva viva!

É de se perguntar qual teriam sido as intenções iniciais do autor com essa obra, e até que ponto elas foram alcançadas. Tive a impressão de que alguma coisa não encaixou como devia, sobretudo da metade para o fim, quando as reviravoltas amenas e repetições de algumas ideias fazem o livro perder um pouco o pique. Nada que tenha tirado o prazer da leitura.

“Indaguei-me até que ponto as ciências naturais tiveram como programa o poder de explicar tudo. Tal projeto trazia implícito o perigo de que você ficasse completamente cego para tudo aquilo que não se pode explicar.”

“Precisa-se de bilhões de anos para criar um ser humano. E ele só precisa de alguns segundos para morrer.”



***

Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:

Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI

Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/

LEIA AGORA (porque não existe outro momento):

http://www.mensageirosdovento.com.br/Manifesto.html

Venha conhecer também a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
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http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/
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http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
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http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
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franrompk 23/06/2014

Maya é antes de tudo um livro desafiador, e como tal, a recompensa com a qual ele nos presenteia no fim da jornada de leitura é bastante preciosa.
O romance exige um pouco de paciência (e persistência) do leitor em algumas passagens, mas se deve ter em mente que tudo o que está posto pelo autor tem sua razão de ser. E podemos enxergar essa razão do ponto de vista do enredo (que se revela, de fato, maravilhoso) ou das reflexões que Maya semeia no nosso espírito. Essa última intenção de Gaarder, que é, para mim, a mais encantadora.
Um belo livro, sem dúvida, que traz mais do que uma boa história que ensina e diverte enquanto estamos com ele em mãos, pois a fruição dele tende a perdurar por muito e muito tempo.
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J Bruno 08/01/2017

Maya - Jostein Gaarder
A mesma fórmula usada em outras de suas obras, como "O Mundo de Sofia" e "O Dia do Coringa", Jostein Gaarder, em "Maya", recorre a personagens fictícios para tecer suas reflexões sobre os mais diversos campos do conhecimento.

Desta vez estão na pauta três questões seminais da filosofia, "quem somos nós", "de onde viemos" e "para onde vamos". Nesta obra, mais do que nas outras cidades, o caminho a ser percorrido pelo leitor se mostra um tanto árduo. O tema é muito complexo e a construção da narrativa, um dos artifícios usados para a condução da reflexão, em alguns momentos não funciona tão bem.

É compreensiva a decisão do autor de manter determinadas passagens que chegam causar uma certa estranheza, mas tudo tem um porquê, ao menos aqui há a certeza da existência de uma razão onisciente por detrás da criação.

É interessante perceber que em dado momento ele usa um dos personagens/narradores para justificar a manutenção de um dos capítulos mais densos e de difícil assimilação da obra e aí fica clara a noção que ele próprio tem de que tal passagem pode ser prejudicial ao diálogo entre o leitor e o livro e ao mesmo tempo a importância que ele dá para esta mesma passagem.

Apesar destas incômodas quebras de ritmo (que são propositais), "Maya" é uma grande obra, que merece ser lida e pensada em todas as suas camadas. Aqui cabe ressaltar que a percepção e a distinção de cada uma destas camadas e o entendimento de como elas se relacionam com o tema abordado são essenciais para uma compreensão real da história e do tipo de reflexão que ela propõe.

"Maya" tem material de sobra para indagações sobre a limitação do conhecimento científico e da nossa própria percepção da realidade que nos cerca. Em diversas passagens, Gaarder nos lembra que narrativas precisam ser questionadas e que o caminho para a verdade talvez esteja na reflexão independente, autonoma e individual, que em última instância seria, ao proporcionar a visão distanciada do todo, o elo capaz de ligar o indivíduo ao universo do qual ele faz parte.
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Kelen.Forner 11/04/2020

Significados
Jostein mais uma vez fazendo com que o leitor reflita sobre o significado da existência humana.
O livro é mais denso que o mais conhecido do autor "O mundo de Sofia" , vale ler também "O dia do Curinga" acredito que as três obras se complementem.
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megacombo 19/01/2009

Se a gente pudesse começar a ler do meio, seria melhor. Porque em alguns momentos a história fica chata, ele fica falando de coisas de biologia que (nossa!) cansam demais. Depois parece que a história engata, surge um mistério surpreendente. Mas eu só consegui entender na segunda vez que li o livro, porque na primeira eu fique TÃO impaciente que não rolou... rsss
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gabi_odm 14/04/2023

Simplesmente perfeito
Eu amo todos os livros do jostein gaarder mas esse é especial. eu sou muito o frank e fiz uma tatuagem de um isqueiro aceso, eu tbm acenderia? esse livro me deu uma crise existencial foda no fim de 2020/começo de 2021 mas eu amo muito ele. quero reler daq um tempo. recomendo ler ?o dia do curinga? antes
Fabio909 07/12/2023minha estante
Também amei!




Maria Fernanda Greiner 16/12/2022

Tenho um carinho muito especial pelas obras do Jostein Gaarder visto que ele escreveu meu livro favorito (O dia do Curinga). Confesso que demorei para engatar a leitura de Maya, era uma obra que eu não conhecia mas que foi uma grata surpresa.

O primeiro ponto que gostei foi que além te trazer muitas reflexões filosóficas - características de todas as obras que ja li do autor - nesta obra elas estão profundamente ligadas com a biologia visto que o personagem principal é paleontólogo.

O misticismo encantador também muito utilizado pelo autor se faz presente, com densos diálogos entre o protagonista e um réptil, por exemplo (ou então entre o protagonista e ele mesmo, se preferir).

Acima de todos os pontos supracitados, o que mais me maravilhou na obra foi encontrar o claro vinculo entre ela e o meu livro favorito. O curinga e o padeiro são figuras que me surpreenderam ao aparecer e me emocionaram, pois lembrei da experiência maravilhosa que foi descobrir O Dia do Curinga.

Vale a pena insistir na leitura, mas leia O Dia do Curinga primeiro!
Vini Benedy 25/04/2024minha estante
O dia do Curinga é maravilhoso




Whermeson 26/05/2020

Livro 02 - 2019 - Maya - Jostein Gaarder
"Quase por instinto virei a foto que acabavam de me entregar, e no verso dela estava escrito: O ser humano talvez seja o único ser vivo em todo o Universo a ter uma consciência universal. Nesse caso, não só é uma responsabilidade global conservar os habitats deste planeta, mas uma responsabilidade cósmica. Um dia, a escuridão poderá voltar a cobrir tudo. E o espírito de Deus já não voará sobre as águas."

site: http://www.opoderosoresumao.com/livros/resenha-maya
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