Mathias Vinícius 24/05/2023
Um comentário sobe, Otelo.
Uma coisa é certa, de todas as peças do bardo que li até o presente momento nenhuma me decepcionou, são elas: Hamlet, Macbeth, A Tempestade, e agora, Otelo.
Por mais que a peça leve o nome do mouro, Otelo, quem de fato rouba às cenas nos momentos que aparece é Iago, o alferes(subalterno). Antes de começar a falar sobre alguns aspectos desses personagens, eis aqui um pequeno panorama sobre a obra. A trama se desenrola quando Otelo casa-se com Desdêmona, uma jovem e bela mulher. Iago, movido pela inveja e pela amargura, alimenta o ciúme de Otelo, fazendo-o acreditar que sua esposa o está traindo com seu tenente, Cássio. Iago manipula eventos e cria falsas evidências para semear a desconfiança na mente de Otelo, levando-o a um estado de desespero e raiva.
A peça aborda questões profundas sobre a natureza humana, explorando o lado mais sombrio dos personagens. Iago é um dos vilões mais complexos e intrigantes de Shakespeare, movido pela inveja e pelo desejo de vingança. Sua manipulação enganosa e cruel mostra o poder que a mentira e a manipulação podem ter sobre as emoções humanas. O crítico Harold Bloom atestará que, a cima de tudo, Iago é um personagem singularmente liberto, "um inventor, um individuo propenso a experimentos, sempre disposto a testar mecanismos até então desconhecidos."
Por outro lado, Otelo é retratado como um herói trágico, cujo amor por Desdêmona se transforma em uma obsessão doentia, levando-o a cometer atos de violência e crueldade. A peça também aborda o preconceito racial, já que Otelo é um mouro em uma sociedade dominada por brancos, o que contribui para sua marginalização e suscita os preconceitos e estereótipos que alimentam a trama.
No mais, fico muito feliz por feito essa leitura e ainda mais animado para a leitura das próximas peças do Bardo!