Resenhas - Mais Pesado que o Céu

Leonardo.Marinho 17/04/2015

Ótimo!
Pra mim que sou fã do Kurt, foi um livro que beira a perfeição. A escrita te coloca lado a lado com o próprio, e você sente na pele o que ele passou.

Cinthia 05/04/2015

Heavier than Heaven - Charles R. Cross
De uma coincidência meio macabra percebi – ao notar uma notícia sobre a morte de Kurt Cobain – que eu havia terminado de ler Heavier than Heaven (Mais Pesado que o Céu) um dia antes da data da morte do vocalista do Nirvana. Fiquei pensando por horas sobre isso e sabia que esse era o sinal para que eu começasse a minha resenha.

Heavier than Heaven foi escrito pelo jornalista Charles R. Cross e publicado em 15 de agosto de 2001. O livro foi lançado no Brasil pela Editora Globo e mostra os passos de Kurt: desde sua infância em Aberdeen, cidade do condado de Grays Harbor, Washington, até a sua adolescência conturbada e vida adulta como o vocalista de uma das maiores bandas grunge dos anos 80/90.

O livro começa com o nascimento de Kurt e suas primeiras ações quando criança. O jeito com o desenho, as artes e a música já descrevem um menino que teria uma fama astronômica aos 20 e poucos anos. Ainda na infância o menino já mostra os primeiros indícios de insatisfação com seus pais e a sua família – a separação de seus pais foi um dos marcos na sua vida e isso continuou a ser relembrado nas letras de suas músicas.

Já na adolescência, as mulheres, as bebidas e as drogas aparecem como temas recorrentes na vida de Kurt, como apareceriam na vida de qualquer outro adolescente. Ao se sentir deslocado em Aberdeen, o jovem começa a questionar as atitudes de seus pais, a sua própria existência e o seu descontentamento com o próprio corpo – Kurt sempre foi magro demais e seu físico o deixava com muita vergonha. Depois de passar pela casa dos avós, tios e com amigos, Kurt continua com seu sonho de se tornar um ícone do rock. Com o contato com guitarras, crescia sua vontade de fazer da música o seu ganha pão.

A criação de sua banda, assim como o seu desenvolvimento emocional, andam lado a lado e se confundem tantas vezes que música se tornou realidade e vice-versa. Nessa mistura de emoção, razão e loucura, Kurt também teve contato com as drogas, as quais se mostraram tão companheiras quanto a guitarra. Maconha e heroína passaram pelas páginas de Heavier than Heaven e assim foi possível entender como pequenos vícios dão início a um turbilhão de sensações que podem criar beleza e perfeição com a mesma facilidade de tirar uma vida.

Nas 450 páginas, Cross consegue relembrar os passos do líder do Nirvana com uma linguagem agradável e fluência. Todos os seus dados são confirmados por fontes – foram mais de 400 entrevistas de parentes, amigos e fãs – e há trechos dos diários de Kurt, além de fotos da família.

Um motivo que me levou a ler Heavier Than Heaven foram as lembranças, ainda que poucas, que eu tinha do meu tio que era fã da banda. Como eu era criança, não lembro direito daquele tempo e talvez até tenha inventado algumas coisas na minha cabeça. Mas, o que me vem à cabeça são as imagens do meu tio cabeludo com camisetas características da época e ouvindo Nirvana. Acho que do mesmo jeito que outros adolescentes, ele também seguia um estilo e mantinha suas ideias diretamente ligadas com as letras pesadas e sensíveis de Kurt Cobain. Mesmo que eu não tenha sentido a mesma sensação que ele e os seus amigos – nasci em 1992 – eu me envolvi com o livro na tentativa de entender o que foi a vida de Kurt e por que ela terminou daquele jeito.

Outro motivo foi a capa de Heavier than Heaven. O rosto de Kurt consegue ser bem expressivo: olhos grandes, boca cerrada e traços calmos. Num tom de mistério, agonia e silêncio, Kurt chamava a atenção daqueles que puderam escutar Smells Like Teen Spirit em shows ao vivo e que puderam presenciar suas performances malucas durante as apresentações do Nirvana. E eu? Eu já me sinto satisfeita por saber um pouco da vida do cara que inspirou muitos outros músicos, que ajudou adolescentes e que lutou contra todos e, especialmente, contra ele mesmo.

site: https://quadradoaleatorio.wordpress.com/2015/04/06/heavier-than-heaven-charles-r-cross/

Dani 17/02/2015

Leitura que valeu a pena para conhecer um pouco mais da história do Nirvana, apesar de ser uma biografia apenas de Kurt Cobain.
Foi uma vida muito complexa que realmente tornou a leitura interessante, apesar de pertubadora.

Tammy 06/02/2015

Intenso!
Biografia bem escrita e muito completa. Por meio dela, o leitor é inserido no universo intenso e perturbador do grande astro Kurt Cobain.

Em alguns momentos ri, em outros me emocionei, porém, na maior parte do livro, fiquei procurando os motivos pessoais que levaram ao suicídio deste grande (e tão frágil) artista.

Muito interessante poder conhecer o processo criativo de algumas músicas e álbuns do Nirvana, conhecer histórias de bastidores, relação com a família, problema com as drogas...

Kurt viveu intensamente os seus 27 anos! Mesmo rodeado de crises, chegou ao estrelato tão desejado e, no seu auge, não aguentou a pressão, infelizmente! Ótimo livro para entender um pouco deste tão complexo artista.

Rafa 04/02/2015

"Era raro para ele admitir como se sentia sobre si mesmo - mais raro ainda ele se descrever como feliz."
Uma desconstrução do mito. Um rockstar bipolar? um deus subversivo do grunge? Não. Apenas Kurt Cobain.
A única coisa que pode incomodar fãs do artista é a "santificação" à Courtney Love. O autor parece se esforçar pra afastar dela qualquer culpa.
O livro é extremamente comovente, e o final, especialmente a narração do suicídio pode emocionar os mais sensíveis (isto é, eu). Recomendo para fãs do Nirvana, ou os apenas curiosos sobre o cenário musical dos anos 90.

Lu Andrade 18/05/2014

Com certeza o livro mais intenso e pesado que eu já li. Kurt era uma pessoa brilhante, assustadora em alguns momentos, porém, brilhante. É fato que uma multidão esteve aos seus pés e ainda está até hoje. E pq, pq um homem com tantos motivos para ser extremamente feliz e realizado não conseguia se sentir dessa forma? Quão injusto isso é? Quão injustas foram as circunstâncias que ele passou a ponto de tirar sua própria vida? Senti vontade de estar naquela estufa naquele dia 5, de fazer de tudo para convencê-lo de que as coisas iriam ficar bem de alguma forma...Doeu ter que ler cada passo que ele deu até aquele lugar. Agora consigo compreender e sentir exatamente o que músicas, das quais eu cresci ouvindo, realmente significam. Os fantasmas de um homem incrivel, que mesmo tendo vivido em uma realidade tão distante da minha, me deixa hoje, mais do que nunca, inspirada a enfrentar meus próprios medos, a seguir em frente não importa o que aconteça. Onde quer que vc esteja, que vc tenha encontrado sua paz, Kurt!! 😔💕🙏

Fer 28/01/2014

Relacionamento (in)stável
Ler essa biografia aprofundou imensamente minha relação emocional a essa figura que desde minha adolescência me faz companhia. O estudo e a pesquisa realizados por Charles Cross para compor a obra fora feito com primazia. Mas confesso que em muitas partes dá uma sensação de obra encomendada (talvez por Courtney), não sei se por ciúme ou o quê... mas a figura dela passa muitas vezes no decorrer da leitura como o de uma simples coitadinha tentando cuidar do maridinho; quando mesmo realizando a leitura percebemos que não.

Bem, Kurt é um mito, e claro, sua trajetória não poderia ter deixado passar tão longe disso. As descrições da infância á vida adulta dá forma as suas invariáveis transposições mentais e emocionais, como um reflexo narcisista de um ego em constante grito por liberdade. Alma inquieta, artística, emocionante, dolorida, criativa, incomparável entre tantos outros adjetivos que poderia aqui nomear, sou grata por conhecer essa figura que marcou a minha existência.

Givaldo Júnior 26/12/2013

Gênio altamente destrutível
Uma obra prima chamada Kurt Cobain! Meteoro que encantou a todos, mas era altamente auto destrutiva.
É uma biografia triste e perturbadora, mas ao mesmo tempo mágica. O que nos leva a perguntar: Por que deixaram isso acontecer?
Precisamos de outros "Kurts Cobains"!!!!!

Carla Martins 10/12/2013

Perturbador
Mais resenhas em:
http://leituramaisqueobrigatoria.blogspot.com.br/

Fascinante (e meio perturbador) ler um livro que conta fatos tão detalhados de alguém que inspirou pessoas do mundo todo com sua voz rouca e suas letras inquietantes e, depois, se matou com um tiro na cabeça.

Eu, durante toda a leitura, senti compaixão por Kurt. Sem dúvida, ele passou momentos difíceis na vida. Mas, quem não passa? Tinha seus monstros para perturbar sua paz. Mas, quem não tem? É complicado e não tem explicação, para nós, ele ter tirado a própria vida, sendo tão apaixonado pela sua filhinha bebê e no auge do seu sucesso, depois de persegui-lo anos a fio. O fato é que a biografia do vocalista do Nirvana desvenda características e passagens da vida do cantor que eu desconhecia completamente.

O livro segue a ordem cronológica da vida de Kurt, começando com sua infância e focando, principalmente, em como o divórcio dos pais afetou sua vida e quebrou toda a segurança e admiração que ele tinha pela instituição família. Depois da separação, ele sentia-se um peso para ambos, sem um lar onde pudesse se sentir seguro e bem-vindo.

Durante a adolescência, Kurt chegou a dormir na rua e invadir prédios abandonados para ter um teto onde passar a noite. Desde sempre, notava-se a perturbação que assolava a mente do artista, que tinha mania de desenhar objetos e pessoas deformadas e escrever frases pesadas e sem sentido, sempre perturbadoras.

Apesar do rosto perfeito que enlouquecia as fãs, Kurt era baixinho, magrelo e extremamente na dele. Tímido e introspectivo, teve uma namorada chamada Tracy que, ao meu ver, foi mais um mãe que uma companheira. Sem ela, Kurt não teria conseguido chegar onde chegou. Apesar de não ter ficado com ela, a coitada parece ter sido quem mais apoiou e ajudou Kurt na vida. Fiquei com pena quando ela tomou um pé.

Fora toda a perturbação mental de Kurt, que fica bem clara no livro, ele ainda sofria de dependência pesada de drogas e de dores no estômago fortíssimas, que ninguém conseguia curar. Depois que a filha dele e Courtney nasceu, confesso que me peguei enojada de saber que um bebezinho convivia com pessoas tão insanas. Fico imaginando o quanto a menina teve de atenção e cuidado nos seus primeiros meses de vida, tendo os pais que tinha. Nem sei como Francis está hoje, mas se ela não foi uma doida varrida, já estará no lucro.

Quem acompanha meus posts sabe que eu adoro biografias. Achei essa densa e difícil de acompanhar, mas muito perturbadora por contar a vida de alguém tão atormentado por fantasmas físicos e psicológicos que ninguém, nem mesmo Kurt, conseguia entender.

Alê 07/12/2013

O SUICIDIO DE UM ICONE DO ROCK
Quando li este livro que eu pude compreender o que se passou na cabeça do Kurt Kobain para ele se suicidar.Realmente não é fácil viver neste momento,mas temos que buscar uma força bem lá de dentro para termos coragem de viver.A vida do Kurt foi muito turbulenta e pra completar na família dele tinha pessoas suicidas o que contribuiu para a seu suicídio.Realmente muito triste este livro,a morte de um ícone do rock,que tinha toda uma vida de sucesso pela frente e tinha uma filha linda para cuidar.É lamentável isso.

Larissa 06/12/2013

Cabelos de anjo e hálito de bebê
Sendo uma das mais fortes biografias de Cobain, sendo até apelidado de ''Bíblia de Kurt'', Mais Pesado que o céu conta a história do astro rock com detalhes.
O autor se baseou em diários de Kurt (que eram muitos ao longo de sua curta vida), fora entrevistas com amigos e familiares, fitas, fotos e vídeos. Cross era fã de Nirvana e Kurt, tendo outro livro publicado para ele, Cobain Unseen.
Mesmo assim, em momento algum, o autor tomou partido do cantor, defendendo-o, permaneceu nulo e contando a história de demônios de Kurt.
O livro é incrivelmente foda para quem tem curiosidade sobre a vida dele e sobre o Nirvana em si. Fatos que passaram despercebidos pelo público e até curiosidades que ninguém sabia. É uma leitura extensa que vale a pena.
PAZ, AMOR E EMPATIA!


Frases que eu mais curti do livro:
* Os espaços reclusos, confinados, que provocam ataques de pânico nos demais, eram exatamente aqueles que ele buscava como refúgio.
* Era raro para ele admitir como se sentia sobre si mesmo - mais raro ainda ele se descrever como feliz.
* O melhor dia que já tive foi quando o amanhã não chegou (frase cortada de teen spirit)

Marcio 05/12/2013

Fantastico!
A leitura dessa obra desenha detalhadamente trechos de algumas musicas! Sou ate suspeito a falar pois gosto demais da banda, mas uma boa pedida para conhecer a maior banda da década de 90.

Camila 20/07/2013

O Rei dos olhos de anjo
Mais pesado que o céu é mais do que uma biografia, mostra a verdadeira essência de Kurt. Desde o menino dos olhos azuis mais bonitos já vistos até o grande vocalista com os mesmos olhos que ele se tornou e deixou de herança à Frances. Quando você lê, nem sequer imagina tudo que Kurt passou, mas pode sentir de forma superficial pelo que ele estava passando e por mais que às vezes você tivesse vontade de insultá-lo pelo que fazia consigo mesmo, você sabia pelo que ele estava passando e não pode deixar de amá-lo nem mesmo por um segundo sequer. Kurt era sim mal-humorado, mas tinha lá suas razões. Ele era muito mais do que isso. Ele era mais do que o rei do grunge com os cabelos que lhe encobriam o rosto. Kurt era uma figura contraditória, pode se dizer, mas o amor que expressava pelos seus queridos era emocionante. Ele jamais pode esconder seus sentimentos e tampouco fez questão disso. Kurt se foi e tudo que nos restou dele foi a lembrança. Mas ninguém jamais se lembrará dele como um drogado (que o fazia devido às suas dores de estômago), nem apenas como o vocalista do Nirvana ou simplesmente por ser membro do clube dos 27, o maldito clube. Kurt era sentimentalismo puro. Como ele mesmo disse em seu último bilhete: "É melhor queimar do que apagar aos poucos". Ele conseguiu, jamais se apagou, embora sua queima tenha sido uma grande perda para todos que o viam, que ironicamente o incentivaram a queimar porque exigiam muito dele. Kurt era um rei com olhos de anjo.

Paz, amor e empatia.

Raffafust 29/06/2013

Quando o Nirvana começou a estourar nas paradas de sucesso e consequentemente no Brasil eu tinha 13 anos, era completamente apaixonada pelos Guns n´Roses, Bon Jovi e Metallica. Mas aí na escola todo mundo começou a ouvir as bandas de Seattle, era o tal movimento grunge, as roupas eram quadriculadas, homens usavam saias e quem não soubesse uma música do Nirvana era um E.T! A MTV tocava " Smell like teen spirit" a todo vapor, o albúm com o bebê pelado atrás da nota de dólar na piscina estava em todas as casas, eu gostava tanto da voz de Kurt Cobain e daquelas letras meio depressivas que logo virei fã. Comprei todos os cds, revistas que tivessem eles na capa e um imenso poster. Naquela época não me lembro de falarem muito aqui no Brasil do vício dele, falavam sim do relacionamento dele com os fãs, com a ´mídia e com a esposa. Uns a amavam, outros a odiavam, e a comparavam com Yoko Ono.
Foi então que descobri que meu ídolo maior Axl Rose odiava Kurt, como boa fã passei a gostar da banda mas não do Kurt, por motivo inexistente, apenas por imaturidade de apoiar um ídolo .
O livro de Charles Cross para mim foi um revival, eu vivi tudo aquilo, eu lembro das apresentações nas premiações, lembro das pessoas comentando no outro dia na escola, já que naquela época não haviam compartilhamentos de vídeos no Facebook, mas sim a MTV, era o máximo tudo que aparecia ali, cada clip novo, cada entrevista com Kurt era a glória, já que ele quase nunca aceitava falar com os jornalistas.
Já li inúmeras biografias de roqueiros, e não lembro de nenhuma que tenha me impressionado mais que essa. Nâo que as biografias de Slash, Mick Jagger, Sid Vicious tenham sido light, mas não tinha ideia de como Kurt sempre foi além de um dependente químico uma pessoa imensamente perturbada por seus fantasmas do passado.
Ele se droga em todas as páginas, ele tem hábitos estranhos desde sempre, senti nojo ao saber que ele gostava de ver as pessoas vomitando, que não escovava nunca os dentes e fiquei impressionada no como a heroína lhe fez de refém. A droga controlou sua vida, por mais que o amor por Courtney o tenha dado uma sobrevida, já que de acordo com o livro ela foi a companheira mesmo louquinha que o amava de verdade e que lhe deu a filha que ele queria.
Do relacionamento doentio com seus pais, sempre fugindo deles porque se separaram e ele os achava culpado de seus traumas as loucuras que fazia nos shows, assim como o desdém com que tratava sua vida obcecado pela ideia de se matar , tudo está no livro.
Dave Grohl, grande desafeto de Courtney Love hoje em dia quase não é citado, Novoselic é e está em muitos acontecimentos relatados.
Perdi a conta de quantas vezes ele teve overdose, de quantas vezes ele quis morrer... e pelo que vimos mesmo que ele não tivesse dado fim a sua vida com aquele tiro em 1994, ele teria morrido de overdose.
Amo as músicas do Nirvana, adoro as letras de Kurt Cobain e sempre farão parte de uma parte que amo lembrar de minha vida.
Pena que eu não tenha ido no show dele que fez no Brasil e que ele tenha desperdiçado a vida dele se drogando , um gênio desses merecia um final mais feliz.