Juliana.Magaldi 07/04/2020LindoForam as notas musicais silenciosas que escaparam da capa do livro que me atraíram para a leitura de “Yago” de Ariel Legrand. Meu encantamento por roqueiros já vem de longa data e esta trajetória me fez perceber que existem dois tipos de livros com esse perfil de protagonistas. O primeiro tem a rotina do rock n’ roll em primeiro plano: a rotina da banda, problemas oriundos do estilo de vida e amores envoltos nesta atmosfera. O segundo tem tramas com forte carga emocional que guardam independência do universo musical, que não deixa de estar presente, mas tem papel coadjuvante. Sou fã das duas propostas, apesar de ter conhecido a segunda abordagem depois.
Este livro, certamente, pertence ao segundo tipo. Yago já é muito mais do que um músico profissional e Maria se encarrega de deslocar o centro da trama para um campo mais intimista que os palcos. A relação dos dois pautada por suas personalidades forjadas por perdas e medos é o coração do livro. A banda atravessa esse contexto turbulento assim como os personagens que transitam na Dreams, boate onde os amantes se conhecem, mas os nossos olhos e corações estão sempre presos em Yago e Maria.
O texto preciso e enxuto nos permite um mergulho profundo e único na história que termina saborosa, mas nos deixa abandoados pelos personagens que acabamos de conhecer e já precisamos nos despedir. Espero que venham mais livros da série!