Tana 28/05/2023Sobre a FinitudeO que aconteceu aqui foi a velha história de um livro que puxa o outro. Para complementar o assunto lançado pelo Leia Mulheres Nova Prata, decidi complementar a leitura, que inclusive é citada naquele livro, com essa importante obra.
Livro publicado em 1969 é um clássico da área de tanatologia, dos cuidados paliativos. Traz vários seminários feitos pela psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross, onde, através de entrevistas onde estão “falando sobre morte com pacientes que não estão efetivamente morrendo no sentido estrito” mas que é algo com que “se defrontam por causa de uma doença quase sempre fatal”.
Aqui, existe uma conversa direta com o profissional da saúde, pedindo a atenção ao doente e não só à doença:
É provável também que devêssemos dar mais atenção ao paciente sob os lençóis e cobertores, pôr talvez um ponto final em nossa bem intencionada eficiência e correr para segurar a mão do paciente, sorrir ou prestar atenção numa pergunta. Pg 12
Urge, talvez, levantar uma questão: estamos nos tornando mais ou menos humanos? (...) o paciente está sofrendo mais, talvez não fisicamente, mas emocionalmente. Suas necessidades não mudaram através dos séculos, mudou apenas nossa aptidão em satisfaze-las. Pg 14
Mas o objetivo principal aqui é compreender qual a reação do homem diante da finitude da vida e os mecanismos usados para lidar com uma doença incurável:
Negação e isolamento; Raiva; Barganha; Depressão e Aceitação.
Aqui também fala sobre a família do paciente e aqui também nos identificamos, principalmente na etapa da raiva:
“No momento em que o paciente atravessa um estágio de raiva, os parentes próximos sentem a mesma reação emocional. Primeiro, ficam com raiva do médico que examinou o doente, e que não apresentou logo o diagnóstico; depois do médico que informou da triste realidade. Podem dirigir sua fúria contra o pessoal do hospital que jamais cuida o bastante, não importando a eficiência dos cuidados. (...)Há também muita culpa e um desejo de recuperar as oportunidades perdidas no passado.” Pg 174-175
Tema importante e sempre tratado como tabu. Depoimentos tocantes! Vale muito a leitura